Rua 16, Vigário
Morava em um lugar estranho, com ruidos estranhos,
seu nome era estranho.
Vivia sozinho, falava sozinho, era um estranho
num mundo vazio.
Gostava de ler e isso tanto o enobrecia,
quanto o canto que se ouvia vindo de sua casa ao anoitecer.
Casa sombria.
Curiosidade que mata, tanto me afeta que de intrometida (imagine)
fui até a casa do estranho. Fui vasculhar.
Fria e escura, tenebrosa e vazia.
Assim eu via a casa sombria.
Um piano na sala de estar (melodia), um tapete.
Na mesa de canto um bilhete.
Curiosa qual o quê! Peguei o bilhete
e pus-me a ler.
Me subiu um arrepio e daquele mundo vazio, corri.
Nunca mais vasculhei; em casas de estranhos não mais entrei pois,
no bilhete eu li: cuidado menina, o perigo mora aqui.