Rua 16, Vigário

Morava em um lugar estranho, com ruidos estranhos,

seu nome era estranho.

Vivia sozinho, falava sozinho, era um estranho

num mundo vazio.

Gostava de ler e isso tanto o enobrecia,

quanto o canto que se ouvia vindo de sua casa ao anoitecer.

Casa sombria.

Curiosidade que mata, tanto me afeta que de intrometida (imagine)

fui até a casa do estranho. Fui vasculhar.

Fria e escura, tenebrosa e vazia.

Assim eu via a casa sombria.

Um piano na sala de estar (melodia), um tapete.

Na mesa de canto um bilhete.

Curiosa qual o quê! Peguei o bilhete

e pus-me a ler.

Me subiu um arrepio e daquele mundo vazio, corri.

Nunca mais vasculhei; em casas de estranhos não mais entrei pois,

no bilhete eu li: cuidado menina, o perigo mora aqui.

Laura Morgan
Enviado por Laura Morgan em 22/06/2010
Código do texto: T2335480
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