Abraço, sorriso no rosto.
Ela acordou. Sutilmente tentou levantar-se, mas não queria acordá-lo. Fazê-lo seria no mínimo problemático, para não dizer perigoso. Estava dolorida, seu corpo parecia não querer lhe atender. O sangue seco em sua blusa era nojento, o entre suas pernas, também, principalmente por que não era apenas sangue...
Seu braço, dormente, parecia um estranho e ensanguentado órgão anexo. Moveu-se um pouco, ele gemeu. Dor. Frenesi. Tudo voltou a sua mente de uma maneira rápida. Aos poucos, o sangue voltou a circular. Mexeu-se. Lentamente, empurrou para o lado o enorme corpo. Enfim, conseguiu libertar-se daquele abraço úmido – sangue, vômito e pus.
Pé ante pé para não acordar o adormecido – não que fosse belo, distanciou-se da cama, a porta estava trancada. Que surpresa!De repente, um urro assustador a faz virar: ele acordara!
Começou a chorar, a dor retornara com força total.
– Por que fez isso comigo? Olhe para mim, o que eu lhe fiz?! Me liberte, eu imploro, me liberte e ninguém saberá de nada, eu juro!
Sorriu.
– Ora ora, minha querida presa. Jamais libertei nenhum de meus brinquedinhos! Vamos, sorria! Está quase tudo terminado.
Aproximou-se.
– Você quer brincar novamente? – pegou a enorme faca de caça – Isso nós podemos providenciar...
– Ah, por favor, não, de novo não!
Júlia sorriu. Dirigiu-se à cama e apertou os nós que prendiam Diego a cama. Puxou a faca da bainha e tocou de leve a lâmina na pele do já debilitado. Um filete de sangue escorreu do pênis, já esfolado.
– Que a brincadeira comece!
Os gritos eram empolgantes. Literalmente, sexo selvagem.