O Sono da Morte...
A porta fechada estava destrancada quando ela chegou. A luz apagada também estava acesa. Seu pensamento correu as lembranças das ultimas horas. Ou será que ela deixou a porta fechada e não trancada? Mas a luz ela tinha certeza, não deixara acesa. Por que ele foi fazer aquilo com ela? Tapa na cara dói! Mais ameaçá-la de morte. Isso não ela não pode aceitar mais. Quando ela o conheceu pensou ser o príncipe encantado. Mas aos pouco foi tornado seu carrasco. Controlando seus dias, perturbando suas noites. Afastando dela seus amigos, até as amigas agora ele começou a pegar no pé, para ela largar de conviver.
Entrou trancou a porta. Jogou a bolsa no sofá. Foi à cozinha tomou um copo de água. No entanto não percebeu que no faqueiro faltava uma faca. Ela volta para a sala ficou andando em círculos tentando tirar as ultimas palavras que ouvira dele: “Mato você!” “Ouse a me deixar!” Gostar dele ela gostava, contudo não podia aceitar as imposições vindas de um homem visivelmente perturbado. Não era livre, independente, se não era uma miss não perdia para nenhuma das candidatas. Agora ter que se sujeitar aos ciúmes de um sujeito. Que a principio mostrou-se: carinhoso gentil um gentleman!
Decidiu ir dormir. No outro dia pela manhã tinha que ir pro trabalho e tentar levar a vida sem ele. Pois rei morto rei posto. Foi para o quarto tirou toda roupa indo tomar um banho. Embaixo do chuveiro chorou de dor ela o amava. Sim amava aquele bruto. Mas não queria ele mais na sua vida controlando até os seus pensamentos. Terminou o banho e calou o pranto. Deitou na sua cama. A mesma que tantas vezes transou com ele. De repente o vê saindo de debaixo da cama. Com os olhos chispando ódio, de faca na mão avançado nela, fatalmente a golpeando.
“-Cretina, ninguém me abandona, eu mato eu avisei que mato!” E ele a matou, por ciúmes, por amor. Então após o homicídio, ele arrumou o corpo dela na cama, o cobriu e apagou a luz do quarto. Saiu a deixando dormindo o sono da morte. Foi também a cozinha, lavou a faca. Guardando novamente no seu local de origem. Fez um sanduíche, lanchou lavou o que sujou. Apagou também a luz da cozinha, passou pela sala, olhou para a bolsa dela em cima do sofá e pensou: “Seu eu mexer vão pensar que foi roubo.” “No entanto se eu mexer vão me encontrar pelas digitais.” Ele não mexeu em nada, abriu a porta da sala e saiu trancando pelo lado de fora.
Depositou a chave embaixo do vaso de flores onde ela mostrou pra ele, e foi embora deixando para trás a sua amada morta para o resto da vida. Que foi encontrada quase duas semanas depois, pois o mau cheiro estava espalhado por todo o corredor do sexto andar, do edifício Power Doro, apartamento 603.