Justiça Feita!

Justiça Feita!

Theo Padilha

Este fato tem muito de verdade. Todavia ficou esquecido no tempo. Tempo este que foi durante os anos 80. Este boato virou lenda. E foi muito comentado na região de Santo Antonio da Platina. Bela cidade do norte do Paraná.

Pedro era um tratorista que prestava serviços para um importante fazendeiro daquela região. Homem trabalhador, que adorava aquilo que fazia. Saía cedo para o trabalho e voltava à noitinha. Trabalhava até aos domingos quando fosse exigido. Casado com Inês e pai de uma linda menina, chamada Clarice. Pedro tinha cerca de trinta anos e Clarice sua filha estava no primeiro ano do ensino fundamental. Os três viviam muito bem até aquela data. Ele sonhava um dia ser proprietário de um pequeno sítio.

— Inês! Já são cinco horas, estou indo, não se esqueça de mandar o meu almoço pela Clarice!

— Tá bom, Pedro! Não me esqueço de minhas obrigações!

Pedro pega o seu trator e vai para a lavoura onde estava arando a terra, próximo de sua casa. Era um dia muito quente de verão. Estava ainda meio escuro. E lá foi nosso personagem para mais um dia de serviço. Só se ouvia o ronco do trator. E o cantar distante dos galos, e dos passarinhos.

Ele trabalhou muito nesse dia. Mais ou menos às 11 horas, ao fazer um curva no meio da palhada, lá do alto da serra, viu um homem agarrando uma pessoa pelos cabelos parecendo agredi-la. Pedro correu para o local. Não era muito longe. No meio do caminho passou a mão num pedaço de pau e foi chegando perto. O homem já havia conseguido seu intento e veio ao encontro de Pedro, com uma faca na mão. Era bem maior do que o tratorista. Pedro se esquivou da facada e acertou uma paulada no pé do ouvido do bandido. Este desmaiou. Pedro o amarrou com as próprias roupas e foi socorrer a pessoa que o cretino atacara.

— Não!... Não!... Meu Deus! ... É a minha querida filha! – gritou o homem desesperado.

— Clarice!... Não!... Fale com o pai filha!

Mas Clarice já estava morta. Suas roupinhas todas rasgadas. A marmita de Pedro caída ao lado. A menina tinha sido estuprada e morta pelo tarado assassino. Pedro passou pelo corpo amarrado do bandido e disse:

— Espere que você já vai ter o troco!

Foi até o trator, pegou um grande galão que continha óleo diesel e derramou sobre o corpo do bandido. Acendeu palha de milho e queimou o indivíduo que berrava de dor e arrependimento. Pedro agora estava vingado. Efetuou ali mesmo sua sentença.

Depois pegou o corpo inerte da filha e foi para a cidade contar sua triste história à polícia.

Joaquim Távora, 15 de abril de 2010.

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Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 15/04/2010
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