Farken - Capitulo 2
Pedro analisou suas alternativas, ficar ali parado esperando algo acontecer, ou caminhar até aquela construção que ele via ao longe, escolheu a segunda opção, primeiro porque duvidou que algo fosse acontecer ali onde ele estava depois porque estava com muita fome e pão que ele tinha comido alem de não ter gosto de nada, não havia matado sua fome, então resolveu sair dali, pegou a estrada, que só agora ele reparava, acabava, “ou começava”, bem na porta da cabana em que ele se encontrava.
O sol, já estava no meio do céu, indicava que já era próximo ao meio dia, mas tinha algo errado com o sol, como se ele estivesse maior que o normal, mais avermelhado, o solo também era diferente ele via enquanto caminhava, aparentemente era de areia, mas de uma areia diferente com grãos do tamanho de pequenas pedras, o chão era batido, mas algo dizia a Pedro que a muito tempo ninguém passava por ali, caminhou uns trinta minutos mais ou menos, a estrada era levemente inclinada e ao chegar próximo ao castelo no fim de uma pequena subida, ele ouviu um barulho estranho, que achou ser o de muitos cavalos, e então aconteceram muitas coisas ao mesmo tempo, um grito lamurioso se ouviu como se fosse de uma grande ave que ele não pudesse enxergar, e logo viu cerca de trinta cavaleiros vestidos como se estivessem na idade média com espadas e armaduras, ele não tinha nem chance de se esconder, pois o terreno não ajudava em nada, então simplesmente esperou.
Os cavaleiros se perfilaram em frente a ele e o que vinha um pouco destacado dos demais, que deveria ser o líder, um homem de meia idade com barba e cabelos compridos, e uma cicatriz enorme na face esquerda, desembainhou a espada e se dirigiu a Pedro que se sentiu feliz por ele falar português:
_ Você esta invadindo território sagrado e isto é proibido e punido com a morte, quem é você? – bradou o homem.
_ Meu nome é Pedro e eu não fazia idéia que não deveria estar aqui, mas eu estou perdido, o senhor poderia, por favor, me dizer onde estou- disse Pedro com uma voz que transparecia o medo que ele sentia.
_ Você esta no reino de Farken, e esta é a cidade do grande rei Ottaviano de Molay, que é protegida por nós a muitos anos, e eu sou Jules Froisier, comandante de armas e Marechal de guerra da ordem, e lhe repito a pergunta quem é você, de que região e qual sua ordem?
_Como eu já disse meu nome é Pedro e eu não faço a mínima idéia de onde estou eu moro no Brasil no ano de 2009 – Pedro achou importante dizer a data- e acordei na cabana que da no fim desta estrada.
Quando disse isso os cavaleiros se entreolharam e murmuraram algumas coisas, e o comandante Jules com uma cara de espanto perguntou:
_ De que cabana você esta falando?
Pedro olhou para trás e mais uma vez pensou que tinha enlouquecido, onde deveria estar a cabana não havia mais nada apenas uma espécie de depressão onde a estrada acabava em uma ponte caída.
_ Mas, ali deveria ter uma cabana, eu... Eu acabei de sair de la – gaguejou Pedro.
_ É realmente eu sei algo a respeito de uma cabana naquele local, mas isto não deve ser falado abertamente, principalmente em tempos de guerra como este. Mas seu caso já não é de minha alçada, você deve me acompanhar até o rei, e somente ele julgara o seu destino.
Tókio
_ Ronald sabia que nada lhe salvaria da morte se sua falha fosse conhecida, mais que a vida de um morador do Brasil a missão que ele tinha que realizar, traçaria o destino de sua própria vida, já eram 23h00min o vôo deveria sair daqui a vinte minutos, se lembrou de dez anos atrás quando era um estudante de quinze anos vidrado em videogames, acabou se interessando por informática, o seu dom era natural, era uma das únicas pessoas do mundo que conseguia acessar o banco de dados da CIA o serviço de inteligência americano, que é um dos mais protegidos no mundo, decidiu que não queria ganhar dinheiro desta forma, e arranjou emprego na Hetevy Corporation uma das maiores produtoras de games do mundo, sua ascensão foi meteórica, pelo seu talento e inteligência privilegiada logo se tornou um dos melhores desenvolvedores de jogos do mundo, e conseqüentemente ganhou muito dinheiro, que traz junto com ele muitas coisas, até mais fascinantes do que o próprio dinheiro.
Foi convidado para participar de uma sociedade secreta, nunca tinha se interessado muito por essas ditas sociedades, mas esta havia lhe chamado a atenção quando quem lhe chamou falou o nome dela, ela não havia sido extinta a tantos anos?
E o que exatamente ela fazia nos dias de hoje, pois ele não estava nem um pouco interessado em fazer votos de castidade, ou de caridade, isso não era para ele, leu tudo que podia sobre a tal sociedade, e neste meio tempo foi participando da mesma, fez os primeiros juramentos, de manter segredo, de respeito aos membros e ao dogma da sociedade, e ali também se destacou, era visível o seu crescimento dentro da ordem, até que foi considerado digno de conhecer os maiores segredos da ordem, e então apesar de tudo que já tinha lido a respeito, descobriu que a realidade superava a ficção, como pode um segredo como esse ser escondido por tanto tempo debaixo do nariz do Vaticano, alias um segredo que se entrelaça com a história da igreja nos seus primórdios, e que poderia abalar os alicerces do próprio cristianismo.
Quando descobriu tudo o que a ordem protegia, riu para si mesmo ao pensar em pessoas que passavam a vida toda procurando o Santo Graal, ou a riqueza de sua ordem, que se supunha estava perdida. Mas não o segredo estava preservado e a despeito de tantos a Ordem sobreviveu, e ele teve a honra de ser o dono da idéia, que iria garantir a preservação do segredo que já havia custado tantas vidas, e ele seria escondido no único lugar onde ninguém iria procurá-lo, mas logo agora ele que tinha tanto habilidade nisto, cometeu um erro de programação, e tudo estava por um triz, olhou para o relógio 23h20min seu vôo iria sair, respirou fundo, enquanto caminhava pelo saguão, a batalha de tantos séculos continuava e depois de tantos anos um templário iria empreender uma cruzada novamente, porem esta seria solitário, e a batalha travada no Brasil, mas quem diabos é o inimigo? Isto é a primeira coisa que ele teria que descobrir.
Estava tão absorto em pensamentos que não percebeu que estava sendo observada, uma mulher morena de traços orientais, acabava de completar uma ligação: _ Ele esta indo para área de embarque devo agir? Perguntou ela.
_ Não embarque também, será mais fácil matá-lo depois que estiverem no Brasil. - disse a voz ao telefone.
_ Entendido. Replicou a moça, e gostou da decisão, sempre quis conhecer o Brasil.