Respostas.

Era manhã, típica manhã do inverno paulista fria e seca. O vento frio que assim como um rato a fugir, achava um jeito de entrar por qualquer fresta que encontrava em minha roupa me fazendo pensar que deveriam ser proibidas manhãs como aquelas caírem em uma plena segunda feira. Mais um dia começa, e mais um dia eu penso o que seria da minha vida, o que seria do meu futuro, qual era minha verdadeira missão e o porquê da minha existência divagações simples e costumeiras que habitualmente fazia a caminho do ponto de ônibus, me lembrava de todas minhas experiências e sabia que coisas fúteis e momentâneas já não me satisfaziam, por que eu? Por que simplesmente não ser igual a todos? Por que não me sentir feliz com o que tenho e almejar um carro uma moto ou uma boa conta no banco, coisas que são tão simples e relativamente fáceis de obter, coisas que todos jovens de minha idade querem, tais coisas nem me interessavam tanto, ao invés disso, questões bem mais complexas inundavam minha mente coisas que via na televisão coisas que imaginava, coisas que sentia, e sinto perguntas incessantes como os Egípcios chegaram a grandiosidade das pirâmides qual a intenção do pensamento humano, Deus existe, há vida fora da terra ou fora do Corpo? Por fim uma das principais e mais intrigantes como com tantas perguntas e tantos mistérios nesse mundo tão grande as pessoas seguem com suas vidas sem pensar em nada alem das contas à pagar.

Cheguei ao Ponto de ônibus.

Desço do ônibus e sigo meu caminho que quase que automaticamente se segue, não era pra menos já que fazia o mesmo á Três anos consecutivos.

O frio me assola e no caminho vazio algo me chama a atenção uma voz rouca e grave chama meu nome:

-Fabio!

A voz parecia vir do longe, mas era nítida.

Olhei para todos os lados, não havia ninguém.

Fabio, Fabio mais uma vez você com seus delírios, mais uma vez. Se achando um protagonista em um filme de ficção. “ao trabalho.”

O dia se seguiu rotineiro e estressante coisa comum, que eu odiava profundamente, todos os dias me perguntava quando teria coragem de me levantar e sair sem explicações sem palavras, apenas ir e saber que não voltaria mais.

Como se algo realmente me esperasse um algo maior, mas sem esperanças ou qualquer tipo de pretensão alem daquele escritório continuava, continuava.

Ao voltar para casa, pensamentos inundavam minha mente os mesmos pensamentos de manhã a mesma sensação de incapacidade de insignificância, diante de um mundo tão grande e duvidoso cheio de segredos esperando para serem descobertos.

Cheguei ao ponto de ônibus.

Que contrariando minhas expectativas chegou rapidamente, ou será que simplesmente não percebi o tempo passar?

Ônibus cheio com vidros fechados temendo o frio e deixando o clima dentro dele abafado, com um cheiro, cheiro normal para quem o sente todos os dias, mas que mesmo assim não se torna agradável. Os mesmos rostos de sempre os mesmos olhares vagos e cansados, o mesmo cobrador, o mesmo barulho da catraca, tudo comum, exeto por uma coisa algo que me prendeu, me indagou.

Ultimo banco, cabelos castanhos pele morena com um olhar diferente, não era como os outros não tinha o vazio, pelo contrario parecia esvaziar-me como uma eterna interrogação, olhos tão intensos que me desconcertavam me baqueavam. E me fizeram desviar.

- Moço!

- Sim?

- Eu vou descer.

- Há, desculpe.

Não sei se o tempo passou rápido, ou se eu parei no tempo, mas o ônibus cheio se esvaziou, e a garota no ultimo banco já não estava.

Estou começando a me preocupar, será que estou louco?

Sonhando?

A noite foi difícil, o dia me repassava na cabeça como um filme e não sabia se pensava ou se sonhava.

O Relógio desperta, 6:00 horas.

A rotina continua mais um dia, mesmo caminho.

É então que no meio do caminho vazio e solitário, ouço meu nome:

- Fabio.

Novamente, o mesmo tom a mesma rouquidão o mesmo frio na espinha olho para todos os lados e não vejo nada absolutamente nada. Um pânico toma conta de mim, o que esta acontecendo, o que é isso?

Eu tenho certeza não foi delírio, nem brincadeira eu ouvi, até posso dizer que senti alguém me olhando me procurando.

No ônibus, todos me olhavam como que me julgando, sabendo, condenando.

Essa situação me perturbava, o que eu fiz? Por que todos me olham assim?

- Parem!

- Parem Agora!

O ônibus parou de susto, todos se assustaram, desci, corri, coisas passavam em minha mente como flash. Parei em uma padaria. Precisava relaxar, pedi um suco. Foi então q me veio o frio na espinha uma sensação de vazio,

Ouvi meu nome.

- Fabio, vem aqui.

olho para traz, ela esta lá, a garota do ônibus com seus olhos inesquecíveis e indecifráveis, a voz vem dela, mas como?

Um carro passa.

Ela sumiu sem rastros, mas o chamado se repete, agora já não é uma voz apenas, e sim varias diferentes umas sussurram outras gritam minha cabeça vai explodir.

Tudo para. Apenas uma me diz.

- As respostas estão aqui.

- Onde?

Ela reaparece na esquina eu sei que é ela quem fala.

Você não vai fugir de novo. Eu corri, não vi o caminhão. Dor, frio escuro.

- Onde estou?

- Mãe?

- Onde estou? O que você esta fazendo aqui?

- Filho, você esta no hospital, você foi atropelado, mas esta tudo bem.

- Mãe onde ela esta? Cadê ela?

- Quem filho?

- Os olhos, eu preciso ir.

O Médico chegou. Estou zonzo, sono. Ainda escuto alguma coisa, abro os olhos minha mãe esta chorando.

Ela diz:

Meu filho? Esquizofrênico?

Escuro sono.

otavius
Enviado por otavius em 19/01/2010
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T2038881
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