.....E O DOUTOR FOI ATENDER O CHAMADO.



                         O cirugiao Dr.Gabriel, apos um dia de trabalho no Hospital Regional e antes de ir para casa, sentou-se um pouco no seu consultorio, colocou os pes  na mesinha de centro..apoiou a cabeca no sofa, cerrou os olhos, deu um suspiro fundo....comecou a cochilar e foi acordado por uma batida fraca na porta..levantou e foi atender.

                          Abriu e viu uma garota de uns 12/13 anos, um vestido branco, meio sujo, meio rasgado...tinha chinelos de quarto nos pes, um chale marrom nos ombros, o chale tinha uns rasgos ...seu cabelo parecia molhado....seu rosto inchado, olhos vermelhos..respirava com dificuldade...ninguem estava com ela, olhou no corredor...vazio!!!

                          Em que posso te ajudar, crianca?...

                          E' minha mae doutor...ela esta' muito mal, venha comigo por favor...eu levo o sr.ate' onde ela esta, venha por favor....e pegando na mao do dr.puxava...fazia mencao de ir...parecia com pressa, assustada...

                          Dr.Gabriel largou sua maozinha, entrou no consultorio e pegou suas coisas, sua maleta e mandou que ela seguisse na frente e foi acompanhando.

                          Sairam 'a rua, fazia muito frio...pegou seu carro e foram nas direcoes que a garota ia indicando..nao era tao longe, mas era na parte pobre daquela regiao do Hospital Regional...mandou que ele parasse em uma rua deserta, mostrou um predio velho, sujo e foi subindo as escadas ate' o segundo andar, empurrou uma porta e o dr.entrou, ela ficou do lado de fora, se abaixo no chao, sentou, encolheu as pernas..comecou a solucar, o dr.encostou a porta .

                          Na penumbra do quarto percebeu a cama, tinha alguem ali...

                           Ola...onde acendo a luz?

                            Uma voz feminina respondeu....ao lado da porta...ele acendeu e viu uma mulher de seus 38/40 anos, tossindo muito...chegou perto, tocou sentiu sua febre...alta!!..achou uma torneira, molhou um pano, colocou na testa,  achou agua, deu para beber..ela mal conseguia engolir..tossia...e ai ele reconheceu Isaura, ela tinha trabalhado em sua casa como empregada...nao disse nada...examinou, oscultou....tinha pneumonia, ia leva-la ao hospital urgente..pediu que se levantasse, sentou-a em uma cadeira e colocou um casaco quente, pesado nela, o frio la' fora era forte...e comecou a conversar:-

                                Lembra-se de mim Isaura?...ela lembrava....que bom que sua filha foi me chamar...como ela cresceu...ja' esta' uma mocinha...e nao teve medo de ir ate' o hospital sozinha no escuro e no frio e....

                                 Filha? que filha dr.Gabriel?...minha unica filha, Debora, a que o sr. conheceu de nenem..faleceu ja' tem cinco anos...de que filha esta' falando?

                                Isaura, sua filha foi ao meu escritorio me buscar e me trouxe ate' aqui...esta' sentada no chao em frete a porta...foi ate' a porta, abriu, ninguem...o corredor vazio...estranho, pensou...

                                Voltou junto a Isaura e ao passar por uma cama viu o chale marrom, cheio de buracos e os chinelos de quarto em cima...tocou o chale, seco, os chinelos tambem..nao tinham sido usados la' fora.. estariam molhados se alguem os tivesse usado. 

                                  Levou Isaura ao hospital...ficou por la' por uns dias..quando saiu levou Dr.Gabriel ate' o tumulo de Debora....Dr.Gabriel apenas rezou....uma lagrima rolou pela sua face quando viu a foto..era ela...a menina que tinha vindo busca-lo para curar sua mae...Isaura apenas rezava, nao chorava, o que tinha que chorar ja' tinha chorado em cinco anos..agora tinha certeza...sua filha vivia!!!                        

WILLIAM ROBERTO CUNHA
Enviado por WILLIAM ROBERTO CUNHA em 26/12/2009
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