ASSÉDIO NA PARADA DE ÔNIBUS
Era uma noite de 1982 e Émerson, de férias em Miami, estava aguardando o ônibus que o levaria até a Avenida Collins, onde participaria de uma festa carnavalesca organizada por brasileiros. Com cabelos compridos, jeans e bolsa à tiracolo - moda na época - estava em pé ao lado do totem do ponto de parada, rente à guia da calçada. De repente um sedã Cadillac parou em sua frente e o motorista, um senhor de uns 50 anos, começou a falar em inglês com ele, pela janela do passageiro. A afobação verbal do homem fez com que Émerson nada entendesse. Então, educadamente, Émerson respondeu em seu inglês limitado: "Desculpe-me, mas não estou entendendo..." Mas o homem, que parecia estar perdido no trânsito, continuou a falar com Émerson até que buzinadas vindas dos carros de trás fizeram o motorista ir embora. Algumas pessoas que ouviram o diálogo começaram a rir discretamente... Émerson pensou: "Puxa, ele estava pedindo informações mas, infelizmente, não pude ajudá-lo... E esse pessoal do ponto, ao invés de rir, deveria ter ajudado aquele motorista..."
Passados alguns minutos o mesmo Cadillac parou em frente a Émerson e, novamente, o motorista começou a falar com ele. Émerson pôde ouvir novamente alguns risos disfarçados vindo de pessoas que estavam naquele ponto de ônibus. "Desculpe-me mas não posso lhe ajudar. Sou turista brasileiro e, além de não conhecer esta cidade, entendo muito pouco a sua língua..." respondeu Émerson em inglês, já um pouco aborrecido com aquela situação. Foi quando um brasileiro radicado em Miami, percebendo que Émerson era conterrâneo, lhe disse, em português: "Ô cara, sai da beira da calçada pois esse americano do Cadillac está pensando que você é um garoto de programa!"
Ponto de ônibus no centro de Miami
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Nota: Imagens do Google