Noite escura
- Que droga! Maldito ônibus! Maldito chefe que me fez perder esse ônibus infeliz! – praguejava ela em voz alta.
Verônica acabara de sair do trabalho, atrasada o suficiente para perder o último ônibus que seguia até sua casa. Agora teria que ir a pé, sozinha, numa noite escura e fria de julho. O vento frio castigava e as ruas estavam desertas. Até a lua se escondera.
Começou, então, sua longa caminhada por entre as ruas desertas. Não podia negar que tinha medo de ser assaltada, ou até violentada por algum ser que também tivesse por ai, na rua, a essa hora. Já se passava das 21 hrs, e pelos seus cálculos chegaria em casa por volta das 22 hrs. Fechou bem seu longo sobretudo preto e agarrou a bolsa com uma das mãos, pois não podia correr o risco de ser assaltada e perder os míseros trocados que ainda tinha no final do mês. Mal sabia ela o que estava para acontecer.
Passou por uma rua a qual nunca tinha observado porque passava sempre com pressa e de ônibus. Achou-a muito bonita, com um ar de decência e família. Olhou discretamente para a janela de uma linda casa branca e viu uma família igualmente linda a jantar e viu que tinha que se apressar pois estava faminta.
Quinze minutos de caminhada. E que frio! O frio só aumentava. É quando ela tem uma estranha sensação de estar sendo seguida. Pára, olha pra trás e nada vê. Dá de ombros e segue seu caminho. Alguns metros adiante ela ouve passos atras de si. Decide que não mais pararia para ver quem ou o que era, e sim apertaria o passo para chegar antes em casa. Quanto mais rápido Verônica andava, mais rápidos eram os passos que a seguiam. O pânico já tomava conta de seu corpo, e ela quase corria. E os passos sinistros também estavam mais rápidos e mais pesados.
Verônica olha rapidamente no relógio e vê a hora: 21:27. Faltava mais meia hora no mínimo ate chegar em casa e não podia deixar que a seguissem até lá. Resolve parar e olhar pra trás, precisa ver quem a está perseguindo! Verônica pára. Os passos cessam também. Ela vira-se lentamente... E fica desconcertada com o que vê: um homem alto, cabelos longos, olhar hipnotizante e um belo sorriso no rosto. O homem se aproxima e ela não consegue desviar os olhos dele. Ele chega mais perto, ainda sorrindo. Verônica nota que ele trás algo nas mãos, mas não consegue ver o que era. Ele pára diante dela e diz:
- Desculpe por assustá-la, mas você deixou cair seu celular – e mostra o objeto que tinha nas mãos, o qual ela não tinha conseguido identificar.
Verônica dá um suspiro de alívio e sorri, meio sem jeito:
- Eu é que tenho que pedir desculpas, achei que fosse um bandido ou coisa assim.
- Imagina. Bom, está aqui seu celular. – disse ele lhe entregando o telefone. – Segue para onde?
- Estou indo pra casa, no Brooklin.
- Posso acompanhá-la? Moro no Brooklin também.
- Claro, podemos ir juntos.
Conversaram durante os quinze minutos seguintes, e Verônica achou que já sabia bastante sobre ele. Se chamava Sam, tinha 27 anos, morava com os pais, estudava jornalismo e trabalhava como modelo. Modelo... só podia ser! Sua beleza era estonteante, seu sorriso era extremamente encantador, e seu olhar.... ah o olhar.... era hipnotizante realmente!
Ao chegarem na portão da casa de Verônica ela não conseguiu driblar seu instinto e o convidou para entrar. Ele prontamente aceitou o que deixou-a extremamente lisonjeada. Um rapaz como Sam, lindo, modelo, em sua casa! Ta certo que Verônica não era uma mulher feia, mas beleza não era realmente seu forte. Inteligência! Claro, fora a sua inteligência que fascinara o lindo moço de cabelos longos.
Entraram em casa, ela pediu para que ele se sentasse enquanto ela preparava um café bem quentinho. Dentro de menos de 5 minutos ela estava de volta, com o café na bandeja. Sentou-se ao lado dele e assustou-se quando ele partiu pra cima dela, beijando-a de uma maneira como ela jamais fora beijada. Se despiram ali mesmo, no sofá, e ele a levou ao clímax inúmeras vezes.
Depois dessa incrível sessão de sexo selvagem os dois deitam juntos, no mesmo sofá. É quando Sam levanta-se, vai ate o banheiro e volta, com uma aparência estranha. Verônica pergunta o que foi, e se assusta ao olhá-lo nos olhos. Eram vermelhos. Vermelhos como o inferno. Ele abre a boca, a boca que antes exibia um lindo sorriso, e ela percebe dois dentes estranhos...... Vampiro?!?! Sam é um vampiro? Tarde demais. Ele parte pra cima dela e depois vai embora, deixando Verônica morta, no mesmo sofá em que se amaram, deixando apenas a marca de suas presas em seu pescoço.
Sam precisava de apressar, ainda estava faminto.