Outra Perspectiva - O Chamado Pt. 2
Já fazia tanto tempo desde que mamãe me traiu daquela forma. Sentia falta de poder amar alguém, mas parecia que ninguém queria me ajudar e isso me fazia ferver de ódio. Essa falta de compreensão me fazia querer que eles sentissem o que eu sentia, eles deviam provar aquela sensação de passar todo o pós-morte em um poço escuro esperando que alguém ficasse comigo. Mas eles só duravam sete dias. Era chato brincar com eles.
Depois de brincar com cinco jovens, a tia de uma das garotas assistiu à fita. As regras eram as mesmas, meu prazo era de sete dias e ele foi imposto, porém, ela era diferente dos outros: Ela se interessou por mim, queria saber por que eu matava, por que aquilo acontecia daquela forma. Ela mostrou a fita para um homem e fez uma cópia para ele, como aquilo me alegrou! Ela queria me ajudar, mas ele parecia nem ter acreditado no que aconteceria, nem pude lhe impor meu prazo.
Tudo bem... Aproximei-me do filho da mulher enquanto ela descobria mais sobre mamãe (Ela se interessou por mamãe e isso me deixou muito feliz, talvez ela quisesse o lugar dela!) e ele assistiu a fita, apesar de não entender o que estava acontecendo. Nessa mesma noite, o homem passou a acreditar em mim, mas era tarde.
Rachel (era esse o nome da mulher) seguiu toda sua pesquisa até descobrir onde eu estava. Em seu sétimo dia, ela e aquele homem vieram até a colina onde estava a árvore que vi pegar fogo. Eles discutiram por minha causa e, finalmente, descobriram o poço. Queria que ela entendesse meu sofrimento, ela foi a única que tentou me ajudar, então, movi meus palitinhos para que ela se encontrasse comigo. Eu a trouxe para a água gelada, a água que me fazia tanto medo, e a mostrei como morri.
Ela devia me amar realmente porque foi a única que entendeu meu sofrimento, meu desejo por ter uma mãe, minha dor. Rachel viu meu cadáver e o retirou de lá, entendeu meu prazo e meus motivos. Ela parecia querer ser minha mãe!
Mas, no dia seguinte o prazo do homem expirou. Não fizera nada por mim. Não pensei duas vezes em mostrá-lo meu mundo, gostei de sua expressão de espanto ao desistir da vida.
Fiquei feliz também quando Aidan, o filho de Rachel, fez uma cópia da fita. Talvez ele também gostasse de mim! Eles tinham que ser minha família!