A pedra (miniconto)
A pedra sempre marcou o lugar. O coração na arvore prova o amor. Se chegar perto e auscultar em silencio, parece ouvir o órgão jogar o sangue pelos vasos sanguíneos. Ilusão? Sonho? Realidade? A excitação aumenta a freqüência cardíaca. A mão dos adolescentes envolvidos traçando as suas curvas e gravando os nomes. Selam o amor. Apaixonados! Há quanto tempo estampa o amor, a vida...; aquele tronco? Desde a descoberta do documento procuro a prova estigmatizada pelo canivete. A copaíba cresceu e expandiu a sua copa. O cansaço me reduz a um zumbi. Encosto no seu velho tronco e o seu aroma me seduz. A moça abraça a arvore e chora. A tristeza é nítida em seu rosto. Está sozinha! Cava a terra com uma ferramenta. Uma colher? Enterra um embrulho, acinzentado. Arranha o tronco e passa o óleo que dele escorre em profusão. A queimadura se faz visível. O seu rosto está desfigurado. O que aconteceu? Um avião passa voando tão baixo. O silencio se esvai. Explosão e fogo se alastram pela mata fechada. Vozes e gritos! Pedidos de socorro! O ruído atormenta, se alastra. Interminável ruído. De repente! Silencio! A foto mostra o local. A arvore, ainda jovem, e a grande pedra encravada aos seus pés invadem a minha retina. Uma gota de seu óleo cai em minha boca. O néctar me envolve. O cheiro de queimado ainda permanece nas minhas narinas. Tanto tempo se passou. Ajoelho, cavo com sofreguidão. Sinto a terra úmida escorrer pelos dedos. Enfim, o encontro. Abro e revejo a sua boca, o seu sorriso encostado em minhas mãos. Alivio e saudade no nosso reencontro. A foto me trás de volta você.
Homenagem ao voo 1907 da Gol, que matou 154 pessoas em setembro de 2006, ao sobrevoar a região Norte do país ele bateu em o Legacy da empresa de taxi aéreo americana ExcelAire. Os destroços do Boeing caíram em uma mata fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT). Mesmo avariado, o Legacy, que transportava sete pessoas, conseguiu pousar em segurança em uma base na serra do Cachimbo (PA).
O acidente completa três anos nesta terça-feira, sem que nenhuma pessoa apontada como responsável tenha sido condenada.Mais dois processos criminais correram na Justiça, mas as famílias das vítimas temem que o caso prescreva sem que ninguém seja condenado.