Vampiros em Nothound - parte VIII
Ele havia voltado do quarto com a boca ainda reluzindo de sangue e um arrependimento me fez tremer e senti que uma gota de suor fria como eu escorria pelas minhas costas me arrepiando.
Quando passou devagar em minha frente segurei seu braço com uma rapidez inacreditável.
_ O que você fez? - novamente sentia o suor descer frio pela coluna.
Fez sinal de silêncio e me puxou para perto dos rapazes que se esticavam no chão satisfeitos.
_ Se quiser pode tomar um pouco, mas seja rápida, essa idiota gritou demais, alguém pode ter ligado para a polícia.
Mesmo que minha mente pedisse para não tomar aquilo meu corpo estava faminto e segundo minhas informações, outra refeição daquela só aconteceria no próximo anos.
Tomei o quanto pude e retornei a rua junto dos meus novos companheiros.
A avenida estava iluminada e um pouco cheia quando começamos a passar por lá e notei que haviam algumas pessoas da nossa sala, incluindo um dos garotos do Grêmio que costumava pegar no meu pé, agora não mais.
Foi de relance, mas notei que ele havia me visto e não havia me dito nada que eu não gostasse, talvez o preto e as minhas companhias causassem alguma reação de medo nas pessoas. E por que não causaria?
Despedi-me deles faltando apenas duas quadras para chegar a minha casa.
O nervosismo me corria, e a criança?
Estava a meio metro do portão e senti a mão de Pietro me abraçando.
_ A menina estará comigo na casa abandonada.
Virei-me para conferir e notei que ele carregava uma menininha de cabelinhos ralos e escuros com olhos claros. Ela gostara de mim e fiquei fazendo carinho em seu braço.
Minha percepção me permitiu sentir uma pulseira dourada em seu pulso com algum escrito em alto relevo, “Agatha”.
_ O nome dela é Agatha, bonito.
_ Não mais que você - mesmo quando namorávamos ele nunca me tratava assim, retribui o carinho acariciando-lhe os cabelos - Vou para a casa com ela logo, se alguém a reconhece estamos perdidos.
Nos despedimos com um beijo delicada e ele sumiu pelo breu da noite.
Tentei não ser notada quando entrava em casa, posso adiantar-lhes que não consegui e daí para frente as coisas foram piorando gradativamente.