Vampiros em Nothound - parte IV
Minha mãe me alcançara quando estava quase fechando a porta.
_ Onde é que você estava ontem durante a madrugada? Hein?
_ Desculpa mãe, encontrei uma menina da escola chorando na praça e acabei me demorando na conversa sem ver que horas eram. Vim escondida pela janela sem querer ser vista. Coitada mãe, ela está com sérios problemas de saúde - eu nunca fora boa o suficiente em contar mentiras mas essa saíra sem dificuldade alguma, quase automaticamente.
_ Hmm, não quero isso nunca mais, tem noção do quanto eu fiquei preocupada? Hein? Tem alguma noção?
_ Já pedi perdão mãe.
_ Bom, nunca mais faça isso. Suas roupas sujas estão no quarto ou no banheiro? - lembrei-me de imediato da camisa dele.
_ Aqui no banheiro - entreguei o cesto de madeira e torci para que ela não entrasse no quarto - se eu encontrar mais no quarto eu lavo depois, como um castigo, pode ser?
_ Fique sabendo que não será o único castigo, vai tomar conta do seu irmão hoje durante a noite. Vou dormir com sua avó no hospital.
_ O que ela tem?
_ Não está muito bem, talvez seja problemas com gastrite de novo ou uma crise passageira. Na idade dela é melhor não arriscar.
Como fez Pietro fez minha mãe, desceu as escadas depois de se despedir com um beijo na minha testa.
_ Por que está tão suada menina? Dormiu com a janela fechada?
Balancei a cabeça desesperada por uma mentira rápida.
Com um sorriso leve e sem mais falatório minha mãe desceu e saiu, provavelmente para ir ao mercado e depois ajudar minha avó no hospital.
A água morna me arrepiava inteira quando entrava em contato com minha pele fria e pálida, ainda bem que minha mãe não havia notado nada, fiquei pensando que minha avó com toda a certeza perceberia e viria falar comigo. Era tudo que eu não precisava.