Vampiros em Nothound - parte II
2
Eu achava que sabia o que estava para acontecer mas... Não, eu não sabia de tudo, ou melhor, eu não sabia um oitavo dessa história.
Onde estava ele que não vinha e nem chegava perto de mim? O que era aquilo? Um jogo que deixa a vítima morrer com o próprio medo.
De dentro de uma possível cozinha veio ele já sem a camisa com uma vela e uma garrafa de bebida alcoólica nas mãos. Se eu não estivesse apavorada e nem com vontade de gritar socorro eu teria me deixado levar pela tentação de ver os músculos que eram iluminados por uma luz em tom de sépia.
_ Beber essa garrafa inteira vai fazer você me odiar menos pela manhã - sentou-se devagar na minha frente e abriu as pernas - É sério. Vai ajudar.
Talvez inconsciente fosse menos horrível, talvez... Do que eu achava que estava falando? De um possível estupro? Não era isso. Pior.
Ele acompanhava cada gole com os olhos de topázio e quando o conteúdo da garrafa estava para acabar junto a minha lucidez senti a mão fria dele tocar de leve meus joelhos.
Mesmo querendo meu corpo já não me obedecia.
A blusa negra foi rasgada na altura do pescoço e enquanto a mão esquerda comandava os movimentos da minha cabeça a mão direita tampou minha boca com uma força esmagadora. Mas... Não fio pior que o ardor, a dor em si, viva e árdua.
Um grito de dor, um urro saiu descontrolado pela minha garganta, no entanto o som que se propagou não era nem um décimo do que eu gostaria de gritar. Queria arrebentar minhas cordas vocais.
Já no chão senti que o corpo dele estava sobre o meu. Depois eu, eu, já não me lembro muito bem, não é que eu não queira contar é que realmente não me lembro.