Pseudo conto: Incêndio no galpão 12
Incêndio no galpão 12
(...)
E enquanto a fumaça envolvia o lugar
ela se embriagava mais e mais em sua alegria química instável
a todos sorria e sentia o tempo estático
todos normais
apenas ela intensa e radiante
dançava a canção dos imortais
conseguiu contagiar a um, a dois, a três e logo
lá estavam todos, dançando ao som do silêncio
na alegria insana da noite
nenhum casal,
apenas seres expressando a existência única daquele momento
trancados em um galpão isolado
nada em mente, no corpo ações impulsivas
ofegantes sorriam sem entender o que lhes acontecia
as chamas por fim os atingiu
não houve grito, não houve dor
"nossos corpos repousaram em paz"
in memoriam Eleonora Silva