CAPÍTULO III

     O Dr. Jonas caminhava em largas passadas pelos corredores do hospital. Mantinha o celular grudado ao ouvido tomando conhecimento dos acontecimentos. Quem estava do outro lado da linha era o Tenente Paulo. Uma ruga de preocupação deixava o rosto do médico com o aspecto ainda mais grave.

     Aliás, grave era o estado da sua paciente Joana. Providências tinham que ser tomadas com a máxima urgência. Ela teria que ser removida para o hospital imediatamente......

     O enfermeiro que acompanhava o Tenente Paulo examinava Joana com todo cuidado. Tinha conseguido abrir a porta do carro e então constatou que ela estava com uma das pernas fraturada. Além disso, tinha um corte na testa e se queixava que as contrações estavam diminuindo de intervalo.

     Pelo rádio, ele acionou o paramédico que estava na ambulância, pedindo sua presença urgente naquele carro. Joana precisava ser imobilizada e transportada imediatamente para o hospital.....

     Rodrigo estava nervoso, angustiado , preocupado e dirigindo em alta velocidade em direção ao hospital. Na verdade ele acabara de ficar preso num monumental engarrafamento que se formara alguns quilômetros antes da entrada do túnel. Desesperado, ele tentava um contato com a esposa pelo celular.......

     O Dr. Jonas, agora pelo rádio, dava instruções ao paramédico que atendia Joana. Em seguida, informou ao Tenente Paulo que ela precisava ser trazida para o hospital a qualquer custo.

     O Tenente, falando pausadamente perguntou se não haveria nenhuma outra alternativa, quer dizer, se o paramédico e o enfermeiro do corpo de bombeiros não poderiam prestar um socorro mais preciso e imediato para a paciente, mesmo estando no túnel.

     O Dr. Jonas foi categórico , direto e seco na resposta. Não havia outra alternativa. Ela teria que ser trazida imediatamente para o hospital, antes que sua situação se agravasse e ela pudesse perder a criança. Seu quadro clínico estava estabilizado, mas só naquele momento.......

     Assim que desligou o aparelho o Dr. Jonas convocou imediatamente sua equipe dando ordens expressas para que a sala de cirurgia fosse preparada, pois a qualquer momento chegaria uma paciente que teria que passar por um procedimento de alto risco. Foi prontamente atendido.....

     Paulo estava acostumado a fortes tensões e principalmente fora muito bem treinado para tomar decisões rápidas. Aquela era uma situação que exigia uma decisão super rápida . Não havia tempo para cometer qualquer erro.

     Imediatamente após ter acabado de falar com o Dr. Jonas acionou seu auxiliar direto que estava fora do túnel e determinou que o maior dos caminhões que estivesse presente viesse pela outra pista, que a esta altura estava interditada e seguisse na maior velocidade possível até a metade do túnel e neste ponto, embicasse o veículo com toda a força possível contra o muro que dividia as duas pistas. Elas eram divididas por uma parede de tijolos.....

     O paramédico que estava com Joana tinha tomado todas a providências para que fossem aliviadas as dores que ela estava sentindo. Ela estava mais calma.

    Sheila continuava tentando falar com Rodrigo. O sangue do ferimento da testa de Joana tinha sido estancado. Bem próximo do local em que o carro estava imprensado ouviu-se um forte estrondo de algo que batia na parede.

    O motorista do caminhão, orientado pelo rádio do Tenente Paulo bateu violentamente contra a parede. Parte da parede foi derrubada. O caminhão recuou alguns metros e novamente se dirigiu em alta velocidade contra ela . O enorme e pesado veículo finalmente se afastou, deixando a vista um enorme buraco na parede de onde surgiu o Tenente Paulo, fazendo sinais para que a ambulância encostasse bem ao lado.....


                        .....continua.....
                                                     



(.....imagem google.....)