A casa na última quadra II
Me apressei em pentear os cabelos e vestir uma roupa decente.
Peguei meu casaco de lã rosa, o vesti por cima de uma blusa de mangas longas branca, coloquei meus jeans e minha bota branca.
Saí de casa depois de avisar minha avó, que estava ocupada com um ensopado para o almoço.
O vento frio lá fora era agradável demais e a chuva só começou a cair quando eu já tinha descido toda a rua “Palácio do império”.
A chuva caía fraca e gélida em meus cabelos e senti que meus cachos desmanchavam-se lentamente.
Andei até o centro da cidade mas notei no caminho uma casa abandonada, era uma casa de esquina, na última quadra da rua.
Era velha, as janelas tinham a maioria dos vidros parcialmente quebrados e o assoalhos estava destruído e sem brilho, havia também teias de aranha amontoadas nos cantos das paredes e dos pilares.
A observação daquela casa me tomou alguns minutos e durante eles me mantive sob a chuva fina.
Quando virei as costas senti um arrepio forte, o enjôo que sentira na casa de minha avó voltou com mais intensidade, parecia que minhas pernas não suportariam o meu peso.
Acelerei meus passos em direção a uma cafeteria que avistei do outro lado da rua.
Pequena, com paredes vermelhas e tinha um vidro escrito em verde “PORTUGUESA”.
Entrei, busquei um banquinho no balcão e pedi um copo de água.
A moça que me atendeu era baixinha, ruiva, os cabelos tinham quase o mesmo tom da parede, vestia o uniforme vermelho e verde em seu corpo gordinho.
Junto com a água desceu aquela sensação ruim.
Tinha perdido a vontade de andar na cidade e resolvi voltar para casa, não haveria como não falar com minha avó sobre isso, eu não ia suportar passar mal e parar de respirar a cada vez que passasse em frente aquele lugar e nem mesmo em frente aquele cômodo da casa de vó Rachel.
HAVERÁ CONTINUAÇÃO