Vampiros vs Humanos (cap. 06)
A campainha tocava, droga! Quem seria à uma hora dessas?
Peguei o primeiro pedaço de pano que vi, envolvi em meu pulso e fui atender à porta.
----Cleber!? O que faz aqui?
----Ellen está tudo bem? Disse Cleber estranhando minha surpresa.
----Eu? Hã, sim eu estou bem, entre.
----O que houve com o seu pulso? Perguntou Cleber tentando ver o braço que eu tentava esconder inutilmente atrás das costas.
----Não houve nada, o que faz aqui? Repeti a pergunta.
----Você me ligou hoje mais cedo, pra me pedir um favor, lembra? Pois bem ainda não sei como estou fazendo isso, mas aqui está o que me pediu. Disse estendo para mim uma sacola, que eu sabia, continham bolsas de sangue.
----Ah, por favor, coloque-as encima da mesa.
----Pra que isso? Perguntou Cleber ao avistar a seringa que eu deixara em cima da mesa. E sem esperar pela resposta pegou-a e a cheirou.
----Alho? Isso aqui dentro é alho?
----Sim, é uma composição feita de alho, e não está mais ai dentro.
----O que houve, ela te atacou?
E mais uma vez sem esperar pela resposta segurou meu braço que eu ridiculamente ainda tentava manter atrás das costas, tirou o pano que o envolvia, e viu o corte.
----O que fez?
----Eu só estava alimentando-a.
----Você é louca?
----Pareço uma?
----Parece! Parece sim, poderia ter morrido, ela poderia não ter parado, e ai...
----Ela não parou. Interrompi.
----O... O que?
----Olhe aqui, Cleber eu sei me defender ta! Estou aqui, vivinha da silva.
----Mas poderia não estar, droga Ellen! Você poderia ter morrido.
----Você também, você poderia ter batido o carro no caminho, poderia ter sido acertado por uma bala perdida ao entrar no prédio; Cleber, a única certeza que temos é que vamos morrer.
----Você não tem medo da morte?
----Tenho, mas isso não me torna imune a ela.
----Eu sei lá, você me deixa confuso, mas me diz o que vai fazer com a vampirinha?
----Dayanna, Cleber, Dayanna.
----O que vai fazer?
----Bem, vou conviver com ela, apenas isso.
----mas ela tentou te matar.
----ela não tentou me matar, ela só não conseguiu se controlar, mas uma hora ela consegue.
----Você é louca!
----Pois é, você já me disse isso.
Ele deu um sorriso nervoso.
----eu espero que isso dure um pouco, não foi tão fácil conseguir. Disse apontando para as bolsas de sangue em minha mesa.
----Foi tão difícil assim? Perguntei.
----Não, na verdade não, só tive que subornar, sabe oferecer uma graninha.
----Sei, é incrível como as pessoas fazem qualquer coisa por dinheiro, aposto que sequer perguntaram o porque queria todas essas bolsas de sangue.
----Não, não perguntaram.
----Obrigado de verdade, com isso acho que minha conivência com a Dayanna, vai ser um pouco mais estável.
----Você me assusta como me assusta.
----Ah! Cleber os humanos são mesmo assustadores, não?
(continua)