Vampiros vs Humanos (cap. 05)

**************************************************** Estava surpresa demais para falar alguma coisa, por isso permaneci debruçada na janela em silêncio; uma brisa suave tocava-me o rosto, balançando de leve meus cabelos, o cheiro da noite adentrando em minhas narinas. Não sei dizer por quanto tempo fiquei ali pensando em tudo que ouvira, será que eu faria mesmo parte da natureza, que eu era apenas diferente, será que eu conseguiria ter controle sobre os meus apetites, conseguiria? Não, acho que não?

----Droga! Gritei, virando-me, Porque você me dá esperanças, se pra mim não há esperanças, e sabe o por que? Simplesmente porque eu não consigo me controlar!

As palavras saiam com ódio de mim, sim muito ódio, ódio por eu ser o que sou; percebi que ela se assustara com minha súbita mudança de temperamento, pude sentir lhe o medo e isso fez com que meus apetites se aguçassem ainda mais, ouvia seu coração batendo com força, seu sangue pulsando em sua artéria, minha boca se encheu d’águas, meus olhos vorazes preso em sua jugular, minhas presas vararam meus lábios; Ah! mais os humanos sabem nos surpreender, ô se sabe, pois pra minha surpresa ela permaneceu ali sentada sem se mexer, apenas me olhando, talvez soubesse que não teria como fugir, mas de qualquer forma sua falta de reação me surpreendeu, e mais surpresa fiquei ainda quando muito devagar ela se levantou, dirigiu-se até um móvel do quarto e me disse:

----Você quer sangue? Abriu a gaveta e retirou uma pequena tesoura de unha e com um gesto rápido fez um pequeno corte em seu pulso e o ofereceu,

----Eu te dou sangue. disse com o braço estendido em minha direção.

Por um breve segundo observei aquele líquido escuro, jocoso a escorrer, e sem pensar duas vezes me atirei a ela agarrando o seu braço e passei a sugar aquele sangue com volúpia.

----Agora exerça o controle, vamos você consegue.

“Controlar-me? Sim eu tenho que me controlar, eu preciso...”

----Vamos Dayanne. ela insistiu.

“Não! mais eu não quero, eu não vou, eu quero todo esse sangue ele é meu, meu” eu não ia parar, eu ia suga-lo até a ultima gota, quando

senti uma dor aguda e numa fração de segundo meu corpo inteiro ardeu, assustada olhei para mulher que a pouco não matara, e vi que ela segurava uma seringa.

----Alho, me explicou,

Perdi as forças e caí, ela me pegou no colo, colocou-me em sua cama, limpou com suas mãos o sangue de minha boca e murmurou:

----Desculpe.

“Desculpa? Ela está me pedindo desculpa? Meu Deus eu quase a matei, eu quase matei aquela que me salvou, Ah! Meu Deus me ajude, por favor, me ajude, dilacerada pela culpa, pedia por ajuda divina, mas será que vampiros tem Deus?”

(continua)

sutini
Enviado por sutini em 14/12/2008
Reeditado em 22/12/2008
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