O SOPRO DA MORTE

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Estava sentada,tranquila,à espera de sua condução.Seus cabelos soltos ao vento faziam qualquer passante admirá-los,mas somente os escolhidos podiam vê-la,não se mostrava assim tão facilmente,havia uma carência ou até mesmo defeito particular que poucos homens notavam.Sobre ela um mistério pairava.Todos os dias à mesma hora alguém poderia abordá-la,contava com isso.Os seus sonhos de amor a consumiam.Sua alma era negra e seu belo corpo escondia muito bem isso.

-Vamos Tiago, tá na hora boa da balada,cê num qué perdê o mulherio que tá bombando agora lá na pista.

-Peraí cumpade,tô quase convencendo o velho a me emprestar o carro.

-Tá limpo,me retorna a liga,que tô na expecta,falou!

-Beleza.

O pai de Tiago,não queria ceder aos seus caprichos,mas fora convencido pela mulher que intercedera por ele.O crro tinhas uns tunes muito louco e isso era estranho para um senhor de quase sessenta anos.Os filhos aos poucos transformaram o carro de acordo como queriam,afinal,diziam que deveria ter a cara de todos.Mas,vá lá cada uma família uma realidade.

Em vinte minutos Rodrigo e Tiago estavam a caminho da pista.A vontade de ter mulheres era imensa e não dispensariam nenhuma.Assim pretendiam,os hormônios à flor da pele falam muito alto e segurar esse desejo é quase impossível.No meio do caminho viram uma linda morena à espera de um ônibus.

-Olha alí cara que tesuda,essa eu traço sem dó nem piedade,vamo dá um caô nela, se colá,bom pra nós.

-Vá devagar,Rodrigo,vê se não espanta a vítima,peraí que vô estacionar bem alí.

-Cara,num precisa não daqui mesmo a gente chama,tá na cara que é Maria-Gasolina.

-É né,vamo vê.

Buzinaram e isso despertou a atenção da jovem,Rodrigo usou um "xaveco" infalível,ou ela já estava predisposta a isso?O fato é que ela se aproximou do veículo e sem muito esforço fora convencida a entrar.Prometeram deixá-la na casa dela,após tomarem um sorvete.Seguiram o trajeto que planejaram,era o mesmo dela.

-E aí gata,é daqui.Não se machucou ao cair do céu?

-Qualé Drigo,deixa de cantada sem graça,a mina vai rir de você assim.Como é seu nome,princesa?

-Rafaela,e sou daqui,pelo jeito vocês vão pra alguma balada.Tô com tempinho,depois do sorvete,só depende de vocês.

-Demorou.

A noite estava bem estrelada nesse dia,propícia para um romance caliente.mas os jovens só queriam saber de "ficar" e um sexo fácil seria bem vindo.Os olhares gulosos dos três denunciavam a intenção deles.Parecia um sonho,uma moça linda a disposição desses incansáveis.Não podia acreditar naquilo.De comum acordo cancelaram o sorvete e procuraram um local isolado para se entregarem à orgia.Tudo estava dando certo para eles.As carícias começaram no carro mesmo e mais que depressa Tiago parou próximo a um terreno baldio.Desceram e foram para o ambiente iluminado pela lua que brilhava muito nesse dia.

-Vocês não têm medo de ficarem em um local como esse?Aqui morreram muitas pessoas ,não sei por que tiveram a idéia de ser nesse lugar.

-Relaxa,somos dois e qualquer coisa tô armado.

-Às vezes bala não resolve o problema.

-Vamo deixá de conversa fiada e vamos ao que interessa,não viemo aqui pra papo.

-Não precisa ser grosseiro,então você vai ser o primeiro,se o Tiago não se importar,com ele vou caprichar ainda mais.

-Falando assim,como vou negar um pedido desses.

Ela e Rodrigo se dirigiram para um descampado,o capim ralo seria a cama dos dois.Tiago,ficou de costas observando se viria algum estranho atrapalhar a cena.

-Você agora sentirá um prazer mortal.

-Oba,é com isso que eu conto.

A lascívia foi intensa e no momento de maior clima,ela deu um sopro em seu ouvido e ele caiu com uma expressão de sorriso nos lábios.Desarrumou os cabelos sedosos e gritou por Tiago,ele estranhou o amigo não ter ido,mas o corpo falou mais alto e atendeu o chamado.

-Cadê o Drigo?

-Tá alí descansando,pelo jeito ele não aguenta o tranco muito não,ejaculou muito rápido e só conseguiu ir duas vezes comigo.

- Então te prepara pois sou incansável e você vai ficar ardida de tanta fricção.

-Pobre garoto,você não sabe da missa a metade,eu sou a jovem que foi estuprada violentamente e morta por caras como vocês e minha alma não terá sossego enquanto não pegar aqueles que fizeram isso comigo.Seu erro é sere igual a todos.

Ele não tivera como reagir,o sopro dela o atingiu e não viu mais nada.Tranquila estava à espera de sua condução,a rotina noturna apenas havia começado,muitos iguais a esses jovens ainda seria suas vítimas.Era difícil resistir a tanta beleza,o encanto natural era sua arma predileta.

-Vamo azara uma mina,Bruno?

-Passa aqui em casa velho,a noite é um feto.

LÉO VINCEY
Enviado por LÉO VINCEY em 25/11/2008
Código do texto: T1303389
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