Vampiros vs Humanos (cap. 03)

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Fui transformada em vampira a algum tempo, não pedi por isso, mesmo assim não pude odiar quem o fez, pos pude vêr em seus olhos o arrependimento depois que me atacou e o amei por isso, agora era eu e ele, o meu Lú, não podia mais voltar para casa, mas eu não estava sozinha, ficavamos juntos, caçávamos juntos, até que começaram a nos caçar, ele era um homem marcado, foi o que me disse, Por isso ele me deixou em um lugar para crianças com problemas psiquiátricos. Fiz tudo o que ele mandou, fingi ser uma menina normal na medida do possível, uma menina que tem horror ao sol e que quase nunca come, tambem evitava ficar perto das outras crianças pois tinha medo de machuca-las.

As tias de lá até que eram bacana, a única coisa que eu de fato não gostava era dos remédios que me davam, esses me feriam, ardiam em meu estomago, mas meu Lú falou que viria me buscar, e eu esperava dia após dia; Até que um dia uma das tias me viu alimentando-me com sangue de ratos que eu caçava escondido, ela ficou desesperada, porque mesmo para um bando de crianças loucas, aquilo era mais do que anormal.

Foi ai que um deles apareceu aqueles que se intitulam enviados de Deus, me levaram a força, xingando-me de tudo o quanto é nome, sinto a dor de cada tapa, cada paulada, ainda os ouço me chamando de demônio, mas demônios são eles, mesmo o Lú que às vezes matava pessoas devido as circunstância, nunca fez com ninguém o que fizeram comigo, me estruparam, enfiaram seus sexos em minha boca, depois de tudo me amarraram naquela mesa, e me deixaram para queimar ao sol, por que diziam que se me matassem de outra forma os demônios que estavam em mim iriam para outra pessoa, riam, gemiam de prazer ao me penetrar; Ah, não dá para esquecer isso nunca. Ia morrer, minha mente oscilava entre a consciência e a inconsciência.

Ouvi passos ao longe se aproximando, será que era o Lú, era sim, era o Lú que viera me buscar, ele não tinha me abandonado, ele ia me levar com ele, eu me esforcei para olhá-lo, mas não consegui devido aos meus olhos muito inchado, ele estava me libertando,cortava as cordas que me prendiam, quando tirava a mordaça de minha boca, senti umas gotas de água quente em meu rosto, eram lágrimas, lágrimas que ele chorava por mim, quase sorri, com muito esforço abri um de meus olhos, queria vê-lo, será que continuava igual, com os cabelos dourados caindo pelos ombros? olhei, mas não era o Lú que me segurava, não eram as mãos fortes dele que me erguiam, eram mãos pequenas, quando me apoiou em seu peito, não era um peito forte, largo e frio, não, eram seios pequenos e quente, sim muito quente, pude sentir o coração pulsante bombeando freneticamente, talvez com dúvida ou com medo pelo que estava fazendo, pois era uma humana que me salvava, o Lú não viera me buscar ele de fato me abandonara.

A humana me deixou enfrente a uma determinada casa noturna, eu sei o porque, é que ali havia outros iguais a mim, que talvez pudessem me ajudar, mas eu não queria, não queria viver com eles, já tinham me traído, o Lú me traiu me transformou no que sou e depois me deixou como um pai que deixa seu própio filho e sua traição ardia em meu coração como facas em brasas.

O que fazer então? Num exímio esforço me levantei e comecei a rastrear a minha salvadora, mesmo com meu faro danificado, pude sentir lhe o cheiro, o cheiro de medo, o cheiro de indecisão, de pena, tão forte que emanava de seu corpo, então a segui, demorei muito, pois estava ferida, mas finalmente cheguei à frente do prédio em que morava, subi pelas paredes de andar a andar protegida pelas sombras, até chegar onde o cheiro estava mais forte, me acomodei no para-peito de sua janela e sem saber o que fazer, fiquei a observando deitada em sua cama sem conseguir dormir; É engraçado como ela lembra o Lú, como ela lembra a mim mesma, pois ela é o que um dia fomos, um ser humano. Ela se levantou, foi tomar um banho, talvez para tentar apagar as lembranças daquele dia, logo retornou, então me viu, ficamos ali uma olhando para outra, nunca vou esquecer da intensidade daquele olhar, ficaria a observá-lo por toda a eternidade.

Mas por mais escura que seja a noite sempre rompe a aurora, e ela vinha veloz, e a senti, meus olhos já um tanto desinchado devido ao meu poder de se regenerar dilatou-se, minha pele que já estava cicatrizando ardeu-se, uma expressão de medo diante da morte passou pelo meu rosto, ela percebeu, e fez naquele instante algo que jamais pensei que faria, abriu a janela e me deixou entrar.

(continua)

sutini
Enviado por sutini em 25/11/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1301725
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