Violeta

PRÓLOGO

Era noite.

Da janela embaçada do táxi ele podia ver a chuva.

Não era uma tempestade, mas sim uma chuva de molha tolos: miudinha.

Ainda estava na Praça Tiradentes, quando lembrou-se dela. Aqueles cabelos anelados e negros, assim como seus olhos de gata, seu batom vermelho delineando os lábios camurça-escuro, e sua tez clara...atormentavam-o.

O melhor a fazer seria deixar Ouro Preto para sempre, esquecer de uma vez por todas a tragédia dilacerante daquele inverno de 95.

Fechou os olhos e por um instante, sentiu-se mergulhado nas reminiscências de outrora...