Vampiros vs Humanos (cap. 02)

Estava escuro que nem breu, e pelo silêncio já tinham ido embora, aproximei-me devagar, meu coração martelando o peito, quem seria a próxima vítima? o próximo vampiro encurralado a espera de seu algoz o nascer do sol? Sim, eu sabia da existência deles a algum tempo, mas a vida deles são deles, a minha é a minha, são seres estranhos é verdade, mas dúvido que represente maior perigo do que nós representamos a nós mesmos.

Aproximei-me mais esperando vêr o de sempre, um ou dois vampiros fortemente amarrados em um altar esperando pelo sol, é assim que fazem os membros dessa fraternidade, incapacitam os vampiros com doses de alho, e depois de os torturar os deixam ali, como que oferendas a algum tipo de deus qualquer.

Mas o que vi, foi mai forte do que esperava, nada havia me preparado para aquilo, ali estendido na ara, um corpinho, pequeno, frágil, violentado, coberto de hematomas.

---Não, murmurei e meus olhos se encheram de lágrimas, não podia ser,era só uma criança, apenas uma criança.

E foi ali que quebrei minha ética profissional de não se envolver, tirei uma pequena faca que sempre trazia comigo na bolsa, e com um mister de ódio, pena, medo pus-me a cortar as amarras que prendia o corpo da pequena menina.

Após solta-la coloquei-a em meus braços e sai dali, caminhei por algum tempo sem saber o que fazer, até que me lembrei que não muito longe de onde eu estava havia uma casa noturna que era frequentada por esses seres da noite o que me fez acreditar que acolheriam a garota.

Após deixa-la em frente a casa me afastei dali, sem ser vista por ninguém, virei a esquina entrando na rua principal que aquela hora estava deserta, por sorte passou um táxi, dei sinal, ele parou e eu entrei no carro sem ao menos olhar para o motorista, lembro dele falar qualquer coisa sobre moças ficarem andando sozinhas de madrugada, mas não prestei a menor atenção, estava confusa com os meus pensamentos o ódio ainda ardendo em mim, o motorista vendo que eu não queria papo me deixou em paz e prosseguiu a viagem sem dizer mais nada.

Chegando em casa tentei dormir, mas não consegui, meu cérebro estava processando tudo o que eu sabia sobre vampiros, lendas e superstições, fatos comprovados, fatos ainda obscuros, criaturas amaldiçoadas que não podem vêr o sol, criaturas más que se alimenta do sangue humano, cheguei a entrevistar um deles uma vez, ele me disse: nos alimentamos do sangue, mas vocês, se alimentam da alma. Depois dessa entrevista cheguei a conclusão que estamos no mínimo no mesmo patamar.

O sol ainda não tinha nascido e eu pulei da cama, não ia conseguir dormir mesmo, fui ao banheiro tomar uma ducha pra tentar relaxar um pouco e ao voltar para o meu quarto me sentindo um tanto melhor, olhei para janela onde havia descido só o vidro, mas ao inves de vêr o luar, ou a madrugada rareando com o chegar da aurora, eu vi um par de olhos muito azuis que olhavam para mim, quanto tempo que eles estavam ali eu não sei, mas não me assustei, apenas fiquei olhando para eles sem reação, só olhando para aqueles dois belos olhos azuis;

Até que eles se arregalaram e uma expressão de horror os tomou, então eu reagi, fui até a janela e a abri, peguei a criaça que estava sentada em meu parapeito e a pus em minha cama, fechei a janela e puxei a cortina para bloquear os primeiros raios de sol que rompiam naquela manhã. (continua)

sutini
Enviado por sutini em 22/11/2008
Reeditado em 28/04/2009
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