Vampiros vs Humanos
Sou uma pesquisadora nata, e me fiz uma pesquisadora profissional também, pois sou jornalista e o meu trabalho é esse, o de pesquisar, o de descobrir; Meu nome é Ellen, pesquiso de tudo, desde o calçado preferido das mulheres até as seitas mais obscuras existentes na sociedade moderna , dentre esses dois, prefiro a ultima é claro, meu entusiasmo pelo ocultismo me levou à becos escuros, à lugares desconhecidos, tudo em nome da profissão, sempre de fora, sem ousar me aproximar, sempre espreitando, mas nunca participando diretamente dos fatos, pois nós jornalistas evitamos qualquer envolvimento com o que observamos. Somos corujas observadoras e atentas, mas prontas para bater asas ao sinal do menor perigo.
Eu e meu parceiro pesquisávamos uma seita que se denominam os limpadores do mundo, para eles sua missão é eliminar o que acreditam ser o mal da terra.
---Mataram mais dois ontem, susurrou Cleber em meu ouvido. Até da para vêr a forma dos corpos.
---Vamos nos aproximar e fazer algumas fotos, disse eu.
Por entre entulhos e sacos de lixos nos aproximamos, e ali estavam os dois corpos carbonizados, ainda dava para perceber o esgar de horror em seus rostos.
---Que loucura! acha mesmo que esses dois eram vampiros? perguntou Cleber.
---Acho, respondi.
---Vampiros Ellen? estamos falando em vampiros.
---Pensei que já tivesse visto o bastante para acreditar nessas coisas Cleber.
Cleber fez cara de quem estava ponderando o caso, mas não precisou responder, porque nesse instante ouvimos um barulho e passos se aproximando.
---Serão eles?
---Não devia ser, respondi, Eles geralmente vêm após a meia noite.
Os passos se aproximavam, já podíamos distinguir as vozes alteradas e junto um choro miúdo, quase que imperceptível.
---Vamos dar o fora daqui, exclamou Cleber.
Saímos dali e fomos para um bar beber alguma coisa para aliviar a tensão.
---Isso tem que parar, falei batendo o copo com mais força do que pretendia na mesa.
---Não sei não, disse Cleber em dúvida. Já que são vampiros que estão matando.
Olhei para ele irônica ---Pensei que não acreditasse em vampiros.
---Bem, eu não sei, mas se for verdade, essa seita esta fazendo um bem para os humanos, não?
---Não, acho que não, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, seja humano, bicho ou vampiro.
---Ah, qual é Ellen, se soubesse que tem um chupador de pescoço por visinho você não ia querer destruí-lo?
---Se ele não se interessar pelo meu pescoço, não.
---Mas aí você só esta penssando em você, ele poderia não representar perigo pra você, mas para outras pessoas sim.
---Meu caro altruísta, a questão é, quem oferece perigo para quem?
---Como assim Ellen? você acha que os humanos oferecem mais perigos para os vamps do que eles para nós?
---Na verdade eu acho que os seres humanos oferecem perigo a qualquer criatura, seja ela animal, mineral, vegetal ou sobrenatural.
---Ha ha! isso foi engraçado.
---Não é para ser engraçado, veja só, eu vejo humanos que matam humanos, humanos que destrói humanos, e se fazemos isso com nós mesmo, o que não fazemos aos outros?
---Caramba!
---Então, quem são os verdadeiros predadores?
Ficamos sem dizer nada, cada um perdido em seus pensamentos, depois de algum tempo Cleber quebrando o silêncio disse:
---É melhor irmos para casa.
Meneei a cabeça concordando, pagamos à conta e nos despedimos, mas eu não fui para casa, eu voltei ao holocausto, aonde os humanos exerciam seus dons natos de destruir.
(continua)