Viagem sem volta

A turma inteira saíra de férias no mesmo dia e sem o que fazer, resolvemos ir viajar só que não sabíamos que íamos encontrar muitos problemas no caminho e até mesmo problemas antes de pegar estrada.

Ninguém sabia para onde ir e nem como. Avião era muito caro, carro seria cansativo, um ônibus daria problemas para alugar e parecia que o destino nos queria em casa...

Por fim Marina teve uma das melhores idéias daquela tarde.

_ Que tal ver na internet um roteiro com as viagens menos feitas?

Nem me pergunte por que aquela tinha parecido uma das melhores, por incrível que pareça nossa turma curtia roteiros assombrosos.

Chegamos a nossa conclusão... Estrada da Ponte.

Ninguém nunca havia ouvido falar dessa estrada, no roteiro dizia que dava direto a uma vila chamada Mar das rosas.

Resolvemos ir, porém no mapa não mostrava a tal estrada então do site imprimimos o mapa que indicava como chegar, parecia meio complicado, mas nada que não podíamos resolver.

Combinamos de sair às quatro da manhã, pois queríamos chegar logo a tal estrada.

Eram exatamente quatro e vinte e nove da manhã e todos estavam na frente da casa de Marcelo.

Mochilas no mini-ônibus.

Todos entraram e se sentaram nos lugares que queriam, mas Marcelo por sua vez deu um pequeno barraco para dirigir e acabou que conseguiu o que queria.

Eu e as outras meninas continuávamos com um sono incrível, então deitamos nos bancos e dormimos.

Passado já alguns minutos, ou melhor, uma hora e meia Marcelo que olhava no mapa deu um grito:

_Pessoal acabamos de...

Seu grito foi interrompido por uma forte pancada no mini-ônibus.

_ O que foi isso?

Eu disse já assustada com a estréia da estrada.

_ A meu Deus, olha isso, mas que... -Marcelo estava olhando para debaixo do automóvel.

Todos desceram e se depararam com a coisa mais nojenta que já tinham visto, um veado estava estraçalhado entre os pneus do automóvel.

_ Marcelo você além de ser cego estragou os dois pneus do carro!

Pedro não estava muito feliz com o acontecimento.

Olhamos no mapa e concordamos que a estrada não era tão longa e podia ser seguida a pé.

Mochilas nas costas e uma enorme preguiça.

_ Marcelo eu to morrendo de tão cansada, você não tem noção de tamanho mesmo não é?

Eu estava profundamente irritada e cansada.

Todos estavam cansados e para variar um pouco Henrique com a sua falta de colaboração começou a dar idéias ridículas para resolvermos aquela situação.

_ Que tal se nos acampássemos na estrada, amanhã seguimos viajem.

E a todos parecia uma idéia boa, pelo menos até agora sugira alguma solução boa.

Tudo o que todos queriam era um banho e uma cama.

Eu não conseguia pregar os olhos e resolvi me sentar à beira da estrada, deserta sem movimento algum durante todo o tempo que estávamos ali.

De repente um automóvel em alta velocidade vinha em minha direção e no desespero eu não conseguia levantar, uma garrafa de vidro foi arremessada em mim de dentro do carro.

Quando voltei ao meu estado normal percebi que Marcelo havia me puxado para trás por isso o carro não havia me atropelado.

Estava um pouco machucada, então Marcelo me levou para me lavar em um laguinho que ele havia encontrado.

Consegui tomar meu banho sem ninguém em volta, Marcelo pelo menos me respeitou como menina e me deixou tomar banho em paz.

Estava me sentindo aliviada quando cheguei perto dele para voltarmos às barracas, seguimos a estradinha e ao chegarmos à rua não encontramos as barracas.

_ Mas... Como? As barracas estavam aqui nós as vimos!

_Hei vocês dois!

Pedro e Luiza estavam em pé do outro lado da rua com as barracas montadas do mesmo jeito, porém do outro lado.

Voltamos às barracas e tentamos dormir, mas tudo o que havia ocorrido estava muito estranho para nos deixar dormir.

O dia chegou e todos com muita preguiça.

Fomos fortes e não desistimos da caminhada, o sol não estava tão quente, e depois da noite de sono e dos banhos no laguinho, estavam todos aliviados.

Depois de mais ou menos uma hora e meia de caminhada chegamos à vila de Mar das Rosas.

A vila era calma e não tinham muitas pessoas na rua, pegamos o mapa na mochila e vimos que teríamos que seguir até uma pousada chamada Chalé.

Uma chuva começou a cair de repente e com apenas alguns minutos de chuva o céu escureceu e todos nós estávamos correndo tentando não ficarmos mais encharcados do que estávamos.

Tínhamos que subir uma estrada que daria direto na entrada da pousada, e depois de chegarmos à pousada a porta estava aberta e fomos entrando.

Uma mulher estava atendendo a um telefone, mais não era um hospede e mais parecia uma conversa de amigas.

Os garotos ficaram no balcão esperando que a mulher fosse nos atender, mas a conversa estava longe de acabar, eles foram ficando sem paciência, e eu também.

Decidi ir até o balcão e tomar iniciativa.

_ Minha filha, eu acho que você devia nos atender, não é?

Eu disse isso desligando o telefone.

_ Desculpe minha senhora.

_ Eu não estou vendo nenhuma senhora aqui, mais tudo bem, dois quartos, por favor.

_ Temos dois um de frente para o outro, os dois com uma cama de solteiro e uma de casal.

_Pode ser.

Pegamos a chaves e fomos para os chalés que iríamos ficar.

_ Pedro, Marcelo e Henrique em um chalé e eu, Marina e Luiza em outro.

_ Ah, que pena.

_Marcelo larga de ser tonto.

_ Foi mal Marina.

Eu e as outras meninas entramos no chalé e ficamos conversando depois de um banho quente.

_ O que vamos fazer amanhã?

_ Não sei Marina, mais na cidade menos visitada não deve ter muito que fazer.

_ É verdade Paola, mais deve existir alguma idéia.

_ Então, vamos achar o que fazer, não é hora de pensar nisso, eu estou com fome.

_ Muito obrigada pela atenção Paola.

_ De nada fofura.

_ Também te amo amiga.

Eu, Marina e Luiza ficamos conversando e contando sobre o que havia acontecido na viajem.

De repente, um grito muito alto e totalmente inesperado interrompeu a conversa.

_ Aaaaaaaaaaaaaaah!!!

_Marina, o que foi isso?

_ Não sei Paola, vamos lá ver!

_Rápido meninas veio do quarto dos garotos.

_ Marcelo, abre a porta!!!

Eu estava nervosa queria saber se eles estavam bem.

_ Marcelo, Pedro, Henrique, pelo amor de deus!!!

_ Calma vocês duas, Paola da à volta no chalé e tenta ver pela janela, Marina fica aqui que eu vou tentar achar o chalé da recepção.

Eu comecei a bater na janela mais a única coisa que eu conseguia ver, Pedro e Henrique sentados no chão amarrados e com a boca amarrada.

Henrique estava com a mão sangrando e Pedro estava me dizendo alguma coisa, mais eu não entendia e ele começou a apontar com a cabeça para que eu olhasse para trás.

Quando olhei Marcelo estava com uma corda na mão e uma expressão no rosto de quem estava possuído.

Seus olhos estavam brilhando, ele saiu correndo atrás de mim e eu tentei fugir mais eu caia no chão apavorada e estava machucada, meu joelho estava sangrando e minha mão estava meio ralada.

Teve um momento onde ele conseguiu me segurar mais por sorte eu consegui empurrá-lo no chão e continuar correndo, mas ele veio por cima de mim e me jogou no chão mais o que ele não esperava era cairmos nos pés da dona da pousada.

_ O que é isso aqui?

_ Me desculpe senhora, ela é minha namorada, mais ela tem alguns problemas e as vezes ela começa a correr e se jogar no chão.

_ Eu ajudo a levá-la para seu chalé.

Os dois me levaram e eu não parava de me debater, eu tentava gritar mais Marcelo me olhava com um jeito de psicopata e quando chegamos, ele me atirou no chão e na frente da senhora foi até meio gentil.

_ Meu anjo, se acalme tudo vai ficar bem, eu estou aqui.

_ Imbecil, me solta, o que esta acontecendo Marcelo?

_ Fique quieta querida, eu vou...

_ Não me manda ficar quieta.

_ Senhora obrigado por me ajudar a trazê-la pra cá, eu cuido dela.

_ De nada, qualquer coisa me chame, por favor.

_ Muito obrigado mais não vai ser necessário.

_ Boa noite.

_ Para a senhora também.

Ele fechou a porta e quando se virou seus olhos estavam brilhando, estranhos.

_ Vamos conversar agora.

_ Sai de perto de mim, cadê as minhas amigas? O que você fez com elas?

_ Você quer saber das amigas?

_ Responde seu estúpido.

_ Debaixo da cama tem uma, a outra eu vou sair para resolver.

_ Não vai sair não, você fique aqui.

_ Olhe o jeito com o que você fala comigo.

_ Não saia, por favor!

_ Se você quer tanto, você vai comigo!

_ Não...

_ Eu resolvo o que você vai fazer ou deixar de fazer.

Pedro olhava tudo com uma cara tão normal, mas uma cara de que tinha a solução.

Ele saiu do chalé me puxando pelo braço mais ele havia tampado a minha boca e eu não podia gritar, e mal conseguia falar.

Luiza estava andando na frente do chalé e quando viu Marcelo veio chegando perto.

_ Não fique perto dele Lu, saia daí.

_ O que? Quem falou isso Marcelo?

_ Ela...

Ele me puxou para frente e mostrou para Luiza.

_ Paola... O que você fez com ela Marcelo? Você ficou maluco?

_ Eu vou te mostrar.

_ Corre Luiza!!! Pelo amor de Deus!!!

Luiza conseguiu fugir e eu vi onde ela se escondeu.

_ Satisfeita? Agora o castigo dela é com você!

Ele me levou de novo para o chalé e saiu com uma cara pior do que estava antes.

_ Paola?

_ Luiza?

Luiza estava na janela me olhando e tinha acabado de entrar no quarto.

_ Ele vai destruir a pousada ele está louco. Vamos sair daqui.

_ Me ajude a levar Pedro e Henrique para outro lugar.

Nós duas tentamos ser rápidas para tirar nossos amigos de lá pela janela, e fomos tentando desamarrar as mãos e os pés deles.

Quando eles saíram da pousada, nós vimos que Marcelo estava começando a tacar fogo em todos os chalés, a dona da pousada estava tentando puxá-lo para trás e gritava alguma coisa que para mim e para Luiza soava como um pedido de perdão.

_ O que ela está fazendo?

_ Eu sinceramente não sei... Mas e a Marina?

_ Meu Deus!!! Ela está no chalé, debaixo da cama... Vamos voltar lá agora!!!

_ Rápido...

Nós voltamos e tiramos Marina debaixo da cama que chorava muito e tentava gritar por socorro.

_ Desculpa amiga, eu não me lembrei de te tirar daqui naquela correria.

_ Não tem problema, bom eu só estou falando isso porque vocês lembraram de mim a tempo!

_ Bom acho que não é hora para piadas...

_ Paola você está bem, eu pensei que ele tivesse te matado de tanto te bater, eu não podia falar mais eu te escutei gritando quando ele te deu aquele tapa!

_ Marina agora tá tudo bem.

Nós três se abraçamos e comemoramos estarmos vivas.

_ Marina você vai sair daqui e vá até a praça, os meninos estão lá, nós vamos resolver as coisas por aqui.

_ Cuidado Paola! E você também Lu!

_ Vai agora Marina! Depois conversamos, por favor!

_ Até mais meninas...

Luiza estava muito preocupada, fomos chegando perto de Marcelo e vimos que ele estava com os olhos inteiramente brancos, a dona da pousada gritava por perdão e como não obtinha resposta resolveu falar com a gente.

_ Por favor, tirem ele daqui, eu juro que explico o que aconteceu!

_ Saia você daqui primeiro, nós vamos tentar tira-lo daqui.

_ Sim!

_ Nossa Luiza você está muito preocupada mesmo, olhe o que você falou para a mulher!

_ Paola nessas horas eu não fico pensando em como agradar!

_ Desculpa!

Luiza virou o rosto de Marcelo para nós, ele tinha no rosto um sorriso de uma estranha satisfação, aparentava estar realmente louco.

_ Marcelo!!! Solte a tocha de fogo, vamos sair daqui!!!

_ Não...

_ Marcelo me obedeça olhe para Luiza, olhe o jeito em que ela está! Obedeça a uma vez na vida!!!

_ Não eu não saio daqui!!!

_ VAMOS!!!

_ Não...

_ Luiza segura ele, se não é por bem é por mal!

Levamos Marcelo para fora e ligamos para os bombeiros mais quando relamos no telefone os bombeiros estavam chegando, a dona do hotel já havia ligado.

_ Vamos sair todos daqui, eu tenho que explicar o que aconteceu, venham para a minha casa, Marcelo terá que ir para o hospital agora, os bombeiros vão levá-lo.

Chegando a casa de dona Eulália, que acabará de se apresentar, ela nos deu dois quartos e em um deles nós meninas íamos ficar, mais Henrique estava machucado e então fui me oferecer para fazer o curativo e dar algum remédio para baixar a febre.

_ Amanhã eu conto o que aconteceu, já é tarde, vão descansar!

_ Não, a senhora vai nos contar agora!

_ Se vocês acham melhor... Eu conto...

_ Isso mesmo, precisamos saber o que aconteceu.

_ Bom à história é assim, quando eu tinha meus quinze anos de idade, meu pai e minha mãe decidiram que eu devia me casar, naquela época era assim, nós nos casávamos muito cedo. Então como minha irmã era muito nova, tinha apenas dez anos, no próximo ano eu é que iria me casar. Eles combinaram com uma família de amigos que eu me casaria com o filho deles, o nome dele era Alberto, era um rapaz muito bonito e tinha apenas dois anos a mais que eu, eu não o conhecia direito, e não pude reclamar do casório.

Nós estávamos em novembro e tínhamos acabado de sair de férias da escola, então as duas famílias foram viajar juntas, fomos para Fernando de Noronha, um lugar muito lindo.

Porém íamos nos casar aqui em nossa cidade, mas eu me apaixonei pela cidade e quis me casar lá, assim foi decidido, ficamos lá cerca de dois meses, minha irmã estava lá também, seu nome era Eliana, era uma das minhas melhores amigas.

Quando passamos o ano novo eu decidi sair para caminhar de manhã, e foi lá que eu conheci um outro rapaz muito bonito e popular, o seu nome era Júlio.

Eu me senti no primeiro momento apaixonada por ele, mas... O meu casamento estava em jogo.

Resolvi então namorar Júlio escondido, uma das minhas maiores loucuras por aquele amor.

Mas meu noivo descobriu e pelo contrário que pensei, ele não quis adiar o casamento, mas me contou estar apaixonado por outra menina.

Resolvemos falar com nossos pais que no inicio ficaram muito aborrecidos.

Mas era o jeito...

Quando estava para me casar com Júlio meu antigo noivo, Alberto voltou e me pediu perdão por ter tentado ir embora, e meus pai queriam que eu voltasse com ele.

Foi ai em que me arrependi de ter nascido, Júlio ficou extremamente nervoso e prometeu que iria acabar comigo quando eu já nem lembrasse dele.

Meus pais faleceram e minha irmã veio trabalhar comigo na pousada, ela já tinha quatorze anos.

Uma vez ela me pediu para deixá-la ir ao cinema e eu concordei.

Mas ela não voltou, a policia veio me visitar para contar que ela havia sido assassinada na entrada do cinema por um homem desconhecido que fugiu.

Meu marido se irritou profundamente e quis participar das buscas pelo culpado.

Assim que ele saiu um homem muito elegante apareceu na pousada e alugou um chalé, mas meu marido não voltava e já era tarde da noite.

Minha ajudante uma menina que perdeu os pais que agora morava comigo ficou na recepção e eu fui dormir.

Mas aquele homem que tinha ido a pousada apareceu em meu quarto e começou a me lembrar da vingança de Júlio.

Logo percebi que era ele, e então ele me disse com todas as letras que havia me mandado cartas e não obteve respostas, pediu perdão ao telefone e disseram que eu não morava lá, e agora as minhas pessoas mais amadas haviam morrido.

Senti-me muito mal, com um ódio muito grande.

Ele me levou até o quarto número 408 e lá disse que ia me matar.

Fiquei nervosa e prometi me casar com ele.

Aceitando a troca ele se baixou para me ajudar e ainda com a faca eu penso que sem querer ele me cortou mais ele sorria, então pequei a faca e cortei a mão dele também.

Nervoso ele jogou a faca por cima de mim tentando me machucar, mas não conseguiu.

Foi ai em que de tanto corrermos no quarto ele caiu em cima da faca e começou a dizer que iria me matar e destruir tudo o que eu mais gostava.

Ele morreu naquele quarto e desde então todos que entram lá digamos que encorparam o espírito dele.

_ Mas porque a senhora deixou que o Marcelo e os outros ficassem lá?

_ Paola, eu só descobri depois que a minha ajudante tinha te dado à chave do chalé 408.

_ E ele vai morrer, eu não quero perder ele!

_ Eu sabia!!! Paola você gosta do Marcelo?

_ Se já sabe por que pergunta Luiza, a deixa em paz!

_ Foi mau ai Paola, e você fica na sua Marina!

_ Ele só “entra” no corpo de quem está apaixonado, é como um ritual para mostrar para mim o que a minha confusão causou, para me trazer culpa pelo acontece, sendo que isso quem faz é ele, eu nunca estive tão assustada!

_ Não faço idéia de como é sentir isso!

_ E nem queira Paola... E nem queira.

_ Ele vai ficar bem?

_ Creio que sim Marina, Paola vou te pedir uma coisa.

_ Pode pedir, quero resolver tudo isso e ir embora!

_ Coloque isso no pescoço de Marcelo, e peça a ele que em nome do que está escrito que ele vá embora!

_ Sim, mas o que está...

_ Não é para saberem somente ele, depois disso tudo vai melhorar!

A corrente de prata velho, tinha dependurada uma espécie de um coração que se abria, e apesar da curiosidade eu não abri para tentar ver o que tinha gravado.

Entrei no quarto e vi Marcelo deitado na cama suando muito, quando me aproximei ele estava com febre mais já havia tomado remédio.

_ Júlio?

_ Quem te mandou aqui?

_ Eulália, ela me pediu para te entregar isso, e que você fosse embora pelo o que está gravado nesse colar!

_ “Say Goodbye”.

_ Dizer adeus? É isso que está escrito?

_ É, quando nós saímos juntos eu sempre falava isso pra ela na hora de Dizer Adeus, e quando nós nos separamos eu entreguei isso a ela! Ela estava com isso no pescoço?

_ Sim...

_ Então quer dizer que ela nunca esqueceu de mim!

_ O senhor disse que quando ela esquecesse do senhor você ia acabar com ela, e ela nunca esqueceu!

_ Mais eu tenho raiva do mesmo jeito!

_ Só que o meu amigo não tem culpa o senhor acabou com a vida dela, e não vai acabar com a minha, agora saia daqui, você ia acabar com ela, isso o senhor fez, agora chega, deixe meu amigo em paz, ele não sente o mesmo amor que o senhor sente!

_ Tudo bem, eu vou embora, mais eu não volto mais!

_ É o que eu espero mesmo, o que o senhor sente não é amor é sentimento de ódio!

_ Eu já vou!

_ Agora!!!

Marcelo fechou os olhos e o colar desapareceu.

_ Paola!

_ Marcelo, você voltou!

_ Obrigado por tudo mais agora eu tenho que dormir um pouco, eu não estou bem!

_ Eu vou ficar aqui com você...

Assim que voltei para o quarto onde eu iria dormir dona Eulália me disse como um segredo.

_ Quem entra aqui não sai!

_ Como?!

_ Vocês estão presos na cidade!

_ O que?!

_ Vocês só saem daqui se me matarem...

_ Não seja por isso!!!

Marcelo deu um tiro em dona Eulália e colocou todos nós no carro dela e foi assim que entramos na estrada e escutamos o grito de Marcelo:

_Pessoal acabamos de...

Seu grito foi interrompido por uma forte pancada no mini-ônibus.

_ O que foi isso?

Eu disse já assustada com a estréia da estrada.

_ A meu Deus, olha isso, mas que... -Marcelo estava olhando para debaixo do automóvel.

Todos desceram e se depararam com a coisa mais nojenta que já tinham visto, um veado estava estraçalhado entre os pneus do automóvel.

_ De novo não!

_ Marcelo, isso vai acontecer de novo...

_ Provavelmente!

Fernanda Ferreira
Enviado por Fernanda Ferreira em 20/11/2008
Código do texto: T1294136
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