Os garotos da nossa vida (parte 7)

Cara! Que é isso? Ele é... Ai, YM se controla! Isso! Se controla! Calma! Meu Deus me ajuda!

Já são nove e meia... E daqui algumas horas o Dienk vai passar aí! Meu Deus o que eu vou fazer? Eu queria ir pra balada com ele, mas ele convidou a YM, e com certeza ela não vai. Se bem que com esse tal de Kyjhud aqui, até que eu podia deixar o Dienk e a droga de balada pra lá! Ai meu pai! Ainda sim, o professor da YM, não perde por esperar.

-Perfeito KM! Está ótimo! –Comentou Ki*.

-Perfeito? Perfeito o que?

-Seus passos! Estão sincronizados e incrivelmente firmes... Você realmente aprende rápido!

-Obrigada. –Disse sorrindo.

E ficamos assim sorrindo um para o outro, sem um assunto nem nada para prosseguir, até Onik e Yleilem entraram na sala.

-E então Kin? –Indagou o irmão.

-Está tudo ótimo, ela já aprendeu. Enquanto a você?

-Poucos minutos de ensaio e pronto. –Respondeu Ki*.

KM me olhou com aquele olhar que eu bem conhecia. Ele queria dizer: “YM, eu to no céu!”. Hei KM! Quando é que você vai tomar juízo?

-Então damas, querem praticar um pouco do que aprenderam?

Olhamos uma para a outra e concordamos.

Até que a valsa não era um bicho de sete cabeças! ainda mais quando se tem dois lindos garotos como professor!

Ao término da música, sentamos no sofá da sala. Eu do lado de YM, e os dois de frente pra nós. Tudo isso num total silencio, até que sem um pingo de esforço YM quebrou o silencio dizendo:

-Vamos ficar aqui sentados olhando um pra cara do outro sem nada a dizer?!

Daí todo mundo riu junto. Logo depois o silencio tomou conta novamente, mas Onik veio a indagar:

-Bom, e o que a dama gostaria que conversássemos?

-Não sei. Algo de interessante, tipo... Que música vocês curtem?

-Gostamos de Vivaldi, Mozart, Bethoveen...

KM e eu nos olhamos, então minha irmã disse meio discretamente:

-Fala sério! Vocês não falam assim, falam?

-KM quis dizer, será que não rola nenhum rock? Ou alguma música eletrônica? –Completei.

Eles ficaram nos olhando.

-Ah, quer dizer... Vocês... Não usam, nenhuma espécie de gíria nem nada?

Silencio... Os dois se olharam, e começaram a rir. Depois bateram as mãos e disseram:

-Enganamos legal! É claro que a gente usa gíria sim!

KM sorriu pra mim, e depois virou-se a eles indagando:

-Então, explique por que vocês chegaram... Usando esse vocabulário todo complicado?

-Ah, esse jeito de falar? Nossa mãe nos obriga! –Disse Kyjhud.

-Como é que é? –Indaga KM.

-É, nossa mãe, faz a gente falar desse jeito, pra causar boa impressão!

-Mas isso não é errado? –Indagou YM.

-Pois é. Mas somos úteis pra ela...

-É mesmo... Nas reuniões de negócios, ela sempre consegue o que quer por que nós convencemos com o nosso vocabulário todo rico em palavras raras! –Dizia Kin.

-Ô Kin, você se lembra da vez que estávamos na França, e o embaixador só assinou as leis que mamãe propôs porque descobrimos onde estavam os óculos com bordas de ouro que o velho havia perdido? –comentava Ki*.

-Cara! Lembro-me sim! Nós até saímos no jornal! Muito massa!

KM e eu ficamos nos olhando... Era como se a magia de um conto de fadas havia se quebrado! Os príncipes, nada de príncipes tinham... Eram dois impostores que viviam trapaceando juntamente com a mãe, que com certeza devia ser uma mulher fria e muito mesquinha!

Eram onze horas... Já não havia mais nada que nos segurava ali. KM parecia mais decepcionada que eu, e se mamãe viesse com aquela história de valsa de novo, eu juro que apertava uma corda a meu próprio pescoço.

-Hei! Onde vocês vão? –Indagou Kin.

-Pro quarto. –disse KM, já virando as costas.

-É, já chega de papo! -Completei.

Os dois garotos se olharam, e quando já estávamos na porta eles comentaram:

-Estão indo embora por que descobriram que somos pessoas comuns, e não príncipes encantados?

-Não. Porque são dois retardados que ficam debaixo da saia de mamãe trapasseira! –Completou KM.

Subimos as escadas, entramos no quarto e KM logo veio a dizer:

-Cara! Que bando de idiotas!

-É, nem posso acreditar que são tão falsos! De pensar que eu chegar a imaginar que eram os príncipes da minha vida?

-Vá se trocar! Anda YM, daqui a pouco o Dienk vai estar aí.

-Não. Eu já disse que não vou nessa droga de boate!

-É balada! –Corrigiu KM.

-Não vou. Vá você no meu lugar. Distraído como ele é. Nem vai notar a diferença entre você e eu.

-Você acha?

-Tenho certeza. Vai logo.

-Saía pelos fundos, eu distraio mamãe!

-Ta legal YM!

(continua)

Meli Francis
Enviado por Meli Francis em 09/11/2008
Reeditado em 10/11/2008
Código do texto: T1274185
Classificação de conteúdo: seguro