QUARTO ESCURO
Noite escura, quarto escuro, tudo negro, negro mundo. Nos olhos de um menino, só a luz do corredor é seu farol neste infinito breu.
Olho repentinamente num canto quase escuro, acho que vi algo, alguma coisa, alguém, quem?
Um homem?
Um velho?
Corcunda?
Um... Monstro!
Ali, esperando eu olhar de novo, mmmonstro!
Porque a mamãe não acorda? Vou chamá-la... Não!
Ela diria – já tem dez anos e ainda tem medo de escuro?
Não vou olhar... Não!
Ele ta ali, me vigiando, esperando eu olhar.
O que eu faço? E se for carnívoro, e se vier para cá, e se me engolir.
EU GRITO!
Não vou chorar, tenho dez anos.”
MUNDO NEGRO, QUARTO ESCURO, MONSTRO NEGRO.
Vou olhar só um pouquinho... Não! Se mexeu, eu vi, vou gritar!
- Mãe!
-Que é?
-To com me... Sede!
-Hum!... Vai à cozinha, ora.
-É que eu... Ah mãe!
-Vai! Eu não sou tua empregada.
MÃE DE ALMA NEGRA... QUARTO ESCURO.
Ela devia me ajudar, me proteger, não é a minha mãe?
Mãe de coração escuro, como o quarto, como o mundo, como o monstro.
O que eu faço?
Te odeio monstro.
Te odeio mãe!
Ele devia te comer!
Ele... Se mexeu!
Mãe... Eu não... Vou te... Proteger...
-ME PROTEGE!
-Que é menino?
-To... Com... Sede!
-Vai dormir!
MUNDO NEGRO, MÃE MONSTRO.
Queria que te comesse, você ia ver.
E se comer... Fico sem mãe,
Fico sem casa,
Fico sem mundo,
Fico sem nada... Não!
EU PULO...
Pego o monstro...
A manga do monstro,
A gola do monstro... Levada pelo... Vento?
-Que foi menino?
-Nada, só ia tomar água, bati no cabideiro e o casaco caiu.
MUNDO BOBO, BOBO MENINO, AINDA ACREDITA EM MONSTRO...
Apago a luz...
Escuro... Mundo... Escuro...
ALI, MEXEU!
Noite escura, quarto escuro, tudo negro, negro mundo. Nos olhos de um menino, só a luz do corredor é seu farol neste infinito breu.
Olho repentinamente num canto quase escuro, acho que vi algo, alguma coisa, alguém, quem?
Um homem?
Um velho?
Corcunda?
Um... Monstro!
Ali, esperando eu olhar de novo, mmmonstro!
Porque a mamãe não acorda? Vou chamá-la... Não!
Ela diria – já tem dez anos e ainda tem medo de escuro?
Não vou olhar... Não!
Ele ta ali, me vigiando, esperando eu olhar.
O que eu faço? E se for carnívoro, e se vier para cá, e se me engolir.
EU GRITO!
Não vou chorar, tenho dez anos.”
MUNDO NEGRO, QUARTO ESCURO, MONSTRO NEGRO.
Vou olhar só um pouquinho... Não! Se mexeu, eu vi, vou gritar!
- Mãe!
-Que é?
-To com me... Sede!
-Hum!... Vai à cozinha, ora.
-É que eu... Ah mãe!
-Vai! Eu não sou tua empregada.
MÃE DE ALMA NEGRA... QUARTO ESCURO.
Ela devia me ajudar, me proteger, não é a minha mãe?
Mãe de coração escuro, como o quarto, como o mundo, como o monstro.
O que eu faço?
Te odeio monstro.
Te odeio mãe!
Ele devia te comer!
Ele... Se mexeu!
Mãe... Eu não... Vou te... Proteger...
-ME PROTEGE!
-Que é menino?
-To... Com... Sede!
-Vai dormir!
MUNDO NEGRO, MÃE MONSTRO.
Queria que te comesse, você ia ver.
E se comer... Fico sem mãe,
Fico sem casa,
Fico sem mundo,
Fico sem nada... Não!
EU PULO...
Pego o monstro...
A manga do monstro,
A gola do monstro... Levada pelo... Vento?
-Que foi menino?
-Nada, só ia tomar água, bati no cabideiro e o casaco caiu.
MUNDO BOBO, BOBO MENINO, AINDA ACREDITA EM MONSTRO...
Apago a luz...
Escuro... Mundo... Escuro...
ALI, MEXEU!