NA CALADA DA MADRUGADA
Ele apareceu de repente como vindo do nada.
Seus olhos vermelhos fixaram-se em mim.
Gelou-me o sangue dentro das veias e estremeci.
Devagar se aproximou com o olhar a me envolver na hipnose.
Era terrivel o seu porte usando a capa negra a lhe envolver como se ela fosse um manto sobre ele.
_Quem é você?Perguntei com certo espanto.
Ele me respondeu com uma voz forte que retumbou na casa toda.
_Sou você amanhà...
_Como?Perguntei sem entender o significado daquelas palavras.
_Agora não é hora das explicações...
Ouvi sua voz soar mais forte ainda e um vidro da janela se quebrou.
Ao se aproximar de mim ele de repente com sua forte mão me tocou.
Sob a hipnose de seu profundo olhar nem percebi direito como foi que
na verdade ele me envolveu totalmente com a sua negra capa.
_Agora você tem a existência eterna pela frente...
Falou a mim enquanto soltava uma forte gargalhada.
E foi embora tal qual de repente como em meu quarto entrou.
Sentindo tremores pelo corpo, calafrios, suando intensamente,
devagar cambaleei indo até o espelho a fim de ver como estava minha aparêcia depois daquela súbita aparição repentina que havia sugado todas as minhas forças e vi diante do espelho meu rosto ir mudando pouco a pouco.
_Eu sou você amanhã... Era a voz que havia ficado em minha mente.
Vi diante do espelho meus olhos ficarem de um tom intenso,vermelho, parecendo cor de sangue.
_Eu sou você amanhã... Era a voz que eu continuava a ouvir.
De repente, na calada madrugada pude perceber meu desejo de
sair noite à dentro em busca de saciar a sede incontida de sangue.
A primeira pessoa que vi foi uma linda mulher entrando num carro.
Sem entender como eu consegui entrar logo após ela no seu auto-
móvel, me vi tocar a jugular da bela mulher e sugar o precioso líqui-
do.
Na calada da madrugada pude enfim entender o que havia aconte-
cido comigo dentro do meu quarto.
_Eu sou você amanhã... Era o que aquela voz havia dito.
Agora diante do espelho vejo que a tal cratura havia me transfor-
mado num eterno e maldito vampiro.