A sadomasoquista
Ele queria tanto provar para si mesmo que ainda era capaz de amar que se aventurou no primeiro romance que apareceu, ele aceitou o primeiro pedido de namoro que recebeu, na esperança que pudesse ser tão feliz quanto sua ex-namorada aparentava estar; ele precisava se auto-afirmar. Ele só não imaginou que estava se relacionando com o perigo, não imagina que sua nova namoradinha era uma psicopata sadomasoquista.
Eles se conheceram num bar, numa situação, digamos que incomum. Na pista de dança, um homem mais velho tentava beijá-la a força, e por já ter ouvido falar de seu futuro namorado, aproveitou que ele estava dançando bem perto e pediu que a salvasse daquela situação. Foi a deixa pro primeiro beijo, sem nem ele estar querendo, para falar a verdade.
Ela era estranha. Não era lindíssima, mas por ter lá seu charme, se achava mais que todas as outras garotas. Depois daquele primeiro beijo, ela começou insistentemente a persegui-lo no bar, uma coisa realmente importuna, até que conseguiu marcar um próximo encontro com ele para segunda-feira que estava vindo daqui mais dois dias. Eles iriam se conhecer melhor e quem sabe ele se interessasse por aquela garota tão estranha, ao menos, se auto-afirmaria e, sem gostar dela, não iria sofrer quando, mais tarde, o rompimento viesse a acontecer. É, ela era perfeita pra ser usada, ainda que com aquele desvio de personalidade e aquele sorriso cheio de intenções tão amedrontador.
Segunda-feira, praia à noite. Segundo encontro e ela propôs namoro. Estranho? Não, não! Estranho mesmo quando eles foram pro motel “comemorar”. Foi ali que, em poucos instantes, ele percebeu que ela tinha alguma deficiência em suas idealizações, se assim podemos chamar a forma sutil que ela usou para persuadi-lo a fazer as coisas exatamente de seu jeito sadomasoquista.
Tudo o que ela propunha para ilustrar sua performance na cama era bizarro, quiçá grotesco, nada do que algum dia ele tivesse visto ou mesmo pensando em fazer com alguém, e a partir disto, cada pedido era negado categoricamente. Mas a vagabunda era insistente! Nossa, como era! A cada não ela alterava a voz e ficava mais nervosa, paranóica. Finalmente ele começou a ficar com medo, afinal, não fazia tanto tempo que eles se conheciam e era ali que estava se mostrando...
_Acabou a inspiração. ^^