O INICIO DO FIM - parte I
Estava tudo escuro, não dava para distinguir nada, não era possível ver a própria mão. Ela ficou deitada, mais alguns minutos até a mente clarear, e quando finalmente conseguiu pensar com clareza, decidiu se levantar. Estava meio zonza e sentia a cabeça latejar, o que a fazia ter tonturas ao tentar ficar de pé.
Quando conseguiu se levantar pode finalmente ver onde estava. E não achou nada agradável. Pois estava em um quarto, pequeno e escuro, tentou se lembrar como fora parar ali, mas percebeu que não se lembrava de nada, menos ainda quem era. Começou a se desesperar e procurar a saída daquele lugar, mas o que encontrou foi um interruptor nas paredes lisas. Quando o apertou uma lâmpada no teto se acendeu, iluminando o quarto.
Então ela viu que não havia móveis, não havia nada no quarto, nem janelas menos ainda portas, tudo que havia era o interruptor, a lâmpada e um cartão jogado no chão, com os diseres “há uma saída ass.Ana”. Sem saber como, teve certeza que Ana era ela mesma, mas não teve nenhuma certeza sobre onde poderia ser a saída.
Se aquela mensagem informava que havia uma, era porque devia existir alguma, o problema era saber onde estava ela estava.
Sem perda de tempo Ana resolveu procurar a tal saída, já que se não a encontrasse logo, poderia morrer ali se nem saber porque. Assim rodeou o quarto todo a procura de alguma coisa, mas parecia que cada palmo das paredes era feito de concreto, não havia uma única brecha.
Ana não sabia por que, mas quando sua mente clareou do susto e a sua cabeça parou de latejar, começou a ter a impressão de que o quarto não lhe era tão estranho, era como se já tivesse estado ali, mas em outra ocasião, e tinha a impressão de que alguma coisa faltava ali, tinha quase certeza disso, mas não conseguia lembrar o que era, pois se pelo menos lembrasse quando esteve ali, saberia onde estava a saída.
Percebendo que não adiantava procurar pelas paredes ou ficar tentado extrair alguma lembrança de sua mente, resolveu sentar e esperar, só não sabia o que. Porem ficar sentada também não adiantava nada, só aumentava sua ansiedade em querer sair dali, pensou em gritar, mas imaginou se alguém iria ouvir.
Ana começou a andar de um lado para outro, pensando em como sair e a cada passo, ficava mais desesperada, pois alguma coisa naquelas paredes a estava deixando com medo. Em alguns momentos chegou a ver algo em sua mente, mas eram flashes tão rápidos que não conseguia distinguir nada.
Depois de algum tempo a luz começou a diminuir, o que fez Ana passar a ter mais medo, pois não queria ficar ali no escuro sem enxergar nada a sua frente, mesmo que a única coisa a ver fossem só paredes brancas.
Tentou procurar a saída novamente, bateu nas paredes, e até tentou gritar, mas parecia que não havia nada ali, e a luz continuava a diminuir. Quando só faltava uma pequena réstia, Ana começou a chorar e se sentou, amaldiçoando sua memória que a fazia não lembrar de nada.
Até que de repente, em um murro que deu no chão, percebeu que este era oco e como um relâmpago uma lembrança surgiu em sua mente fazendo com que tivesse certeza de que a porta estava no chão. Nem precisou procurar muito pra achar as linhas que formavam um quadrado no chão, que só olhos muito atentos poderiam ver. Aquilo com certeza era uma porta. Com cuidado conseguiu achar um pedaço de piso solto que servia de maçaneta.
Sem pensar duas vezes, Ana levantou o que parecia uma tampa e soltou para dentro.
O que viu foi um túnel tão escuro quanto o quarto, não dava nem para ver o fim. Mas, pendurado na parede que parecia ser de pedra havia uma lamparina, sem pensar muito bem nas opções Ana pegou a lamparina e seguiu pelo túnel.
Logo percebeu que era um caminho enorme e estreito, pois estava andando a algum e não encontrava nada, nem sequer um ruído de vida, era tudo muito silencioso e gelado.
Quando já estava imaginando que não havia fim, se deparou com uma porta, que não tinha trinco apenas uma fechadura, com a chave pendurada em um prego ao lado.
Dessa vez Ana pensou se deveria realmente abrir a porta, mas logo percebeu que não tinha escolha, não sequer pensava em voltar, nem queria ficar no túnel. Então pegou a chave, encaixou no trinco e a girou, com um estalido a porta cedeu e se abriu.
- Você é a Ana? – perguntou uma voz que vinha do outro quarto escuro.