Diário Z - [Capítulo 5] - A nova fortaleza

Capítulo 5: A nova fortaleza

Subimos as escadas até o primeiro andar passando direto pelo térreo.

- Aqui! Qual seu nome? Até esquecemos de perguntar. – Perguntei tocando levemente seu ombro esquerdo.

- A sim meu nome é Rodrigo e esse é Luiz.

- O meu nome é Felipe e esse é Carlos, estávamos a alguns quarteirões daqui só que aconteceu isso tudo.

- Vocês pretendiam sair da cidade?

- A sim. Estávamos pretendendo, mas que tínhamos que ter um carro, e porque essa porta está trancada?

- É que do outro lado dessa porta a muitos daqueles, então fortificamos essa porta por segurança, venham vou mostrar como está a cidade daqui de cima. – Carlos estava quieto só estava ouvindo a conversa.

Subimos até o ultimo andar passamos por varias pessoas, algumas feridas e outras com algumas facas e lanças em mãos.

Quando chegamos no ultimo andar Rodrigo abriu a porta que dava acesso a laje do prédio. Olhei para baixo eu pensei que estava no inferno, a terra dos mortos. Aquilo estava pior do que eu pensava, para onde olhávamos ó encontrava mortos e mais mortos, algumas ruas que ficavam em morros tinham menos zumbis, acho que eles não tinham disposição para subir morros muito inclinados. A rua principal era um grande formigueiro, não tinha como passar por ali avia muitos carros parados.

- Nossa isso aqui é um pesadelo – Disse Carlos abaixando a cabeça e olhando em direção a delegacia.

- Carlos olhe ali na rua paralela a principal lá do outro lado – Falei apontado em direção um cross fox vermelho e em bom estado – É aquele carro que vamos pegar. Levamos para casa e vamos fazer algumas mudanças.

- Cara! Como vamos atravessar esse rio de zumbis?

- Podemos pular em cima daquele caminhão do 1º andar e depois fazemos alguns coquetéis molotov é chegamos lá, sei que não é uma idéia boa mais é o único jeito.

- Vocês não querem ficar aqui? É mais seguro e tem comida. – Luiz fala com uma cara de desesperado sem saber o que fazer.

- Calma cara! Eu vi que lá na garagem tem uma Vam vocês podem ir com nós até minha casa onde tem menos zumbis nas ruas, e tem uma garagem onde podemos reformar o carro e sair daqui, leva a comida.

- Até que é uma boa idéia, mais quando você pretende sair dessa cidade?

- Quando os carros estiverem prontos – Rodrigo interrompe minha conversa com Luiz.

- Eu sou médico e sei que o cadáver começa a ficar rígido algumas horas depois da morte por causa do acúmulo de cálcio nos músculos. Então acho que se sairmos agora vai ser pior para matá-los de certa forma. Um corpo demora 2 anos para se decompor totalmente mais se estiver exposto ao ambiente isso pode demorar muito menos, então vamos esperar alguns dias e sairemos logo depois.

- Isso eu não sabia, mais é bom saber – Carlos diz como se estivesse em uma sala de aula relembrando a velha e tranqüila infância.

- Está decidido então, vamos passar por cima daqueles carros. – Falei enquanto apontava por toda a cidade mostrando meu plano. - Pegar o Croos Fox e teremos que passar pela rodovia para sair em casa já que essa avenida está completamente lotada de carros.

- Então vamos almoçar e depois veremos o que podemos fazer para ajudá-los.

Descemos as escadas até o 3º andar onde algumas pessoas estavam sendo atendidas no chão Luiz logo correu até um canto do andar onde estava um menino que aparentava ter uns 7 anos chorando muito e com uma grande ferida na perna e arranhões no braço. Observei que as pessoas que estavam lá também estavam afastadas do menino e cochichando entre eles, olhei com uma cara de suspeito para Carlos mais não falei nada, estava na cara que Luiz não estava sabendo com o que estava se metendo.

- É por aqui!

Rodrigo tirou minha concentração me chamando para uma outra sala, onde estava sendo servida a comida. Tinha umas 6 pessoas no Maximo naquele prédio, sentei com Carlos em um sofá improvisado como cama, e peguei um prato de sopa com pedaços de pão torrados, até que estava bom, era os únicos que estavam almoçando os outros já tinha almoçado e estava conversando com Rodrigo, devia ser do plano que tinha falado há pouco tempo atrás. Acabei de almoçar e me levantei deixando Carlos que ainda não tinha acabado de almoçar. Fui lá falar com Rodrigo e os outros sobreviventes. Quando cheguei no meio do grupo de pessoas mesmo que jovem fui muito respeitado, pensei que por minha idade iriam menosprezar a idéia e ignorar, outros cumprimentavam e alguns falavam entre os demais.

- É esse o salvador?

- Não! Eu sou apenas um com uma idéia de se salvar, ninguém aqui é o salvador antes que saiba qual é a cura.

- Felipe quando você quer executar o plano? – Rodrigo pergunta pegando uma caixa atrás dele com varias garrafas de Wisk e água ardente.

- Isso, nós ótimo iremos beber e amanhã executaremos o plano – Falei em tom irônico e sarcástico.

- A claro, é isso mesmo que estava pensando, não tinha nada a ver com pegar alguns pedaços de pano é fazer coquetéis molotov. – Rodrigo também entra na brincadeira e faz todos rirem.

Carlos acaba de comer e se junta ao grupo.

- E ai pessoal tava ouvindo a conversa, eu faço os coquetéis, me de aqui as garrafas.

- Então está bem enquanto isso algum de vocês vão procurar em todo prédio facas fitas isolante cabo de vassouras, vamos tentar fazer lanças. Existe algum mecânico soldador aqui? – Dois homens vêm em minha direção e se apresentam. – Ótimo! Vocês irão me ajudar a modificar alguns carros, venham.

Descendo até a garagem do prédio fiz mais algumas ordens, alguns achavam absurdo um jovem dar ordens aos mais velhos, mas eu não me importava com o que eles diziam. Chegando a garagem me direcionei aos carros de maior porte e com boa potencia. Tudo o que consegui encontrar foi um Fiat Strada, Parati G3 um Peugeot 206 e uma Van, eram os mais conservados.

- Esta vendo aqueles três carros? Vamos equipá-los para aguentar os zumbis lá fora. – Um deles já foi para um outro carro ver as peças que poderia utilizar nos carros que usaríamos, um abriu o capô enquanto outro me perguntava.

- Precisamos de um maçarico e é bem provável que tenho um lá no deposito no ultimo andar, vou até lá buscar.

- A sim, está bem, vou ver o que mais posso fazer.

Fui até o andar onde estava o pessoal, o menino que estava deitado ali a pouco tempo já não está mais ali, me perguntei o que teria acontecido a ele mesmo sabendo já o que seria seu futuro. Corri até o refeitório improvisado e perguntei a dois velhos que estavam jogando baralho em uma das mesas.

- Vocês sabem onde está aquele menino que estava deitado ali a pouco tempo?

- A sei sim, a mulher que estava cuidando dele levou ele até o andar de cima.

- Obrigado! – Eu sabia que o pior ia acontece e sai em disparada a escada e de longe ouvi o velho dizendo.

- De nada meu jovem!

Subi as escadas mais rapidamente e cheguei à porta do 4º andar, me senti como aqueles jogadores de programas de prêmios querendo saber o que teria na porta numero 1, abri a porta e não foi dos melhores prêmios que já vi, alias não foi um premio, cheguei tarde demais o menino já estava devorando a mulher, ele estava com um punhado do intestino da moça em uma das mãos enquanto a outra apoiava sobre ela enquanto devorava ela sem a menor preocupação. Minha primeira reação foi o nojo e logo seguido pela ânsia de vomito, o menino ergueu sua cabeça e largou o punhado de tripas que tinha em sua mão e já se levantava para me atacar, tirei a arma da cintura e com uma das 3 balas que me restava atirei no menino uma vez, a bala pegou em seu ombro e com a força da bala ele caiu no chão, era minha chance, mirei na cabeça do menino e fechei os olhos e apertei o gatilho, ouvi um grito que o menino tinha acabado de dar, era o som da morte do menino, uma sensação de nostalgia passou por minha cabeça, aquele menina perdeu toda sua infância por causa de uma droga de vírus ou sei lá o que é isso. Cai de joelhos em frente o corpo do menino e as lagrimas começaram a cair.

Não demorou muito para todas as pessoas do prédio aparecerem na porta do 4º andar.

- Seu vagabundo, Você vai morrer. – O velho que a pouco tempo estava falando e foi muito bondoso comigo agora está com o maior ódio do mundo.

- Saiam da frente, vamos logo, saiam. – Carlos apareceu na porta juntamente com Luiz e Rodrigo. – O que aconteceu aqui Felipe?

- Droga, eu matei o menino você não está vendo?

- Ele tinha virado um deles não é?

- Sim! Eu não tive outra escolha a não ser essa.

- Seu moleque atrevido, chega aqui e manda em nós, você vai morrer. – O velho com uma faca empunhada em mãos corre em minha direção, mas Carlos saca sua arma e deixa sua arma a milímetros da cabeça do homem.

- Se você se mexer, você morre!

- Seu cretino, você está do lado dele? Ele matou uma criança.

- Uma criança não, um zumbi e não tinha outro jeito a não ser matá-lo. Agora quero que todos ouçam uma coisa, todos sabem como que esse vírus se espalha então vocês sabiam que mais cedo ou mais tarde o menino viraria um, então vocês não podem acusar ninguém, agora quero todos fora daqui e voltem a seus trabalhos. – Carlos fechou a porta do andar e botou sua mão em minha cabeça. – Você fez o que era pra ser feito. Agora vamos sair daqui enquanto eles tiram os corpos daqui.

Sai acompanhado de Carlos e fomos até o terraço, para esfriar a cabeça e ver como estava a situação lá em baixo.

- Olha lá. Helicópteros estão indo para o leste.

- E é pra lá aonde vamos! Espero sair daqui o mais rápido possível e ir pra base da C.R.A.Z no interior de Minas Gerais fazendo divisa com Espírito Santo, todos vão se encontrar lá. Bom pelo menos era o combinado.

- Vamos voltar lá para baixo e ajudar os outros com o carro acho que amanhã depois do almoço da para sairmos desse prédio. Tive uma idéia, vamos pular esses prédios verificar se a alguma arma ou comida antes de partirmos.

- Ótima idéia vamos fazer isso antes de descer, aquele pessoal é capaz de me jogar lá em baixo junto com os zumbis.

Felipe Crist
Enviado por Felipe Crist em 08/05/2008
Código do texto: T980807
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