A Saga de Aba Jeva Capítulo IV - I

CAPITULO IV A SAGA DE ABA JEVA - PRIMEIRA PARTE

Kalan acabara de carregar o último fardo para dentro da espaçonave . Calmamente descansou o quindaste no piso do cais, desligou o seu fone e entrou no elevador ,que o levaria ao chão.

Fora mais um dia estafante .Como em todo os outros ele carregara um grande números de cargueiros,Nào que achasse que o seu emprego não era bom, ao contrário, tinha um bom ordenado . Bom não ,um ótimo ordenado , afinal o seu emprego era um dos poucos que necessitava a ação direta do homem e não era realizado por uma máquina. Bem que tentaram , mas foram muitos os transtornos, muitas mercadorias avariadas, armazenadas em locais impróprios e tantos outros equívocos .que a direção do porto optou por restabelecer o sistema antigo.

O Espaçoporto de Trevis , era certamente o maior do universo Alfa.Por ali passavam grande parte do comércio de tudo que era produzido nas galaxias que compunham Alfa.Calculava-se que a cada setmo uma espaçonave chegava ou partia de um de seus l5.000 cais.O movimento era intenso não só de mercadorias mas de marujos de todos os rincões do universo, o que obrigava Trevis a possuir uma estrutura adequada pra saciar a sede de prazer que tinham seus visitantes.

Eram milhares de bares, cassinos, prostíbulos hotéis.Tudo lá era vida, e era também vício.Drogas as mais sofisticadas e potentes eram ali vendidas livremente. A todo instante ouvia-se o silvar de uma arma fotonica e o grito desesperado de alguém.

Trevis era um planeta neutro e preço desta neutralidade, que lhe rendia milhares de créditos, era que suas autoridades fechassem os olhos a todo tipo de transgressão.

Era exatamente aquela atmosfera de perigo e impunidade que atraia aquele rutaniano alto e magro, que naquele instante se observava na tela enquanto se vestia . Observou os olhos saltados , sem palpebras.O Sol de Rutan era uma gigante vermelha e a luminosidade era muito pequena não havia necessidade de protegê-los contra o excesso de claridade.

A pele esverdeada era conseqüência da evolução de sua espécie , que em tempos remotos tinha que se defender de grandes carnívoros que dominavam a floresta de Rutan, e utilizava-se de um processo de mimetismo para escapar de seus inimigos.

Há muitos carps que não existia florestas em Rutan,e os grandes predadores já estavam extintos,mas o tom de pele verde acompanhou os rutanianos como uma marca que quase sempre era acompanhada por discriminações.Muitos estudiosos viam nesse estigma a justificativa para o caráter belicoso do povo de Rutan.

A batida na porta ,pôs termo as divagações de Kalan.Ao atendê-la , deparou-se surpreso, com o amigo Talide:

-Talide , seu puto, há quantos carps. disse o ruttariano em alfa, a língua universal.Achei que você tinha sido devorado pelo próprio Cludfa.

-Desse risco você está livre, por que Cludfa não iria comer uma coisa verde e nojenta como você.sua grande bicha.

-Abraçaram-se e fazendo o amigo sentar, Kalan ,correu abrir uma beaar gelada, da qual o amigo gepariano era admirador.Olharam-se por alguns minutos ,sem se falar, até que o rutariano quebrou o silêncio.

-E então seu bastardo, nem mesmo uma fotomenságem , uma lembrança , nada. Somes do mapa , não dás notícia.

-Ora, amigo.Os tempos estão difíceis, há rumores de nova guerra...

-Sempre há rumores ,interrompeu Kalan,

-Sim , claro, mas desta vez os boatos foram fortes o suficiente para que meu comandante ordenasse o total silêncio eletronico.Mas deixemos estas coisas para lá , ainda queres realizar o seu grande sonho?

-Você tá cansado de saber que sim, por que?

-Por que há uma vaga na "Avelon", por isso meu amigo se você conhecer alguém forte e corajoso o suficiente e principalmente que não seja verde....

-Deixa de asneira , conte-me logo, disse o rutaniano ,ansioso.

-Então, a "Avelon" vai fazer um grande transporte de minérios e como será obrigada a carregar em antigos e despreparados espaço -portos, vai precisar levar consigo um operador de guindastes, ou seja tu.

-Mas, amigo, o seu comandante e a maioria de sua tripulação é godaniana e eu, se você não for cego já devia ter percebido ,sou rutaniano.

No espaço , meu amigo, Não existem godanianos ,rutanianos, ou seja que merda for. No espaço existem apenas marujos.O gepariano levantou-se e disse :

-Vamos!

A "Avelon" era uma nave fotonica das mais antigas, mas a sua imponência era indiscutível.Seu formato ovaloide terminava como uma espécie de calda ,onde se encontravam os dois foquetes fotonicos.Era uma verdadeira cidade flutuante, que tinha uma populaçÔo de mais de 5.000 pessoas, entre marujos e familiares.

Muitos de seus tripulantes não conheciam outro teto que a "Avelon". Nasceram lá, casaram-se là, e seus filhos estudavam dentro da prória nave.Todos trabalhavam, apenas às crianças e aos velhos era dado o direito de nada fazerem. Estes recebiam toda a atenção possível, quer em creches , quer em centros geriatricos.

O Comandante Gelim era um goddaniano de meia idade, extremamente forte, longas cabeleiras que comecavam a se alvejar.Era dele e de mais ninguém a responsabilidade daquelas cinco mil almas . Na verdade . existia um Conselho de Notáveis, cujo objetivo era apenas de assessorar Gelim.

Quando o gepariano entrou em sua sala juntamente com Kalan,ele esbravejou com sua voz cavernosa:

-AH! Vejo que trouxeste o estrume verde que diz entender de guindastes.Diga -me, rutaniano, hà quanto tempo operas estas máquinas?

Kalan ,vendo a insistência com que o amigo gesticulava para que ele se inclinasse ,lutou contra carps de história que impediam que um rutaniano se curvasse para um filho da puta godaniano e a contragosto baixou a cabeça ,apenas alguns centimetros.

Gelim atento aos atos de Kalan, gesticulou dizendo:

-Esqueça essas baboseiras , eu não quero saber se tens educação , rutaniano, eu quero saber se entendes de quindasdes, Responda a minha pergunta ,merda!

Kalan detalhou o seu trabalho e demonstrou todo o seu conhecimento, impressionando o comandante , que a final disse:

-Devemos partir dentro em breve , o nosso salário é de quinhentos créditos , livres

-Como livres?

Sem impostos , sem taxas , sem porra nenhuma.Se está bom , procure o recrutamento, que eles lhe darÔo toda a orientação necessária. Então?

Kalan não esperava outra coisa. Finalmente realizaria seu grande sonho.Viajaria pelo espaço.Conheceria novos planetas, novas galáxias

-A seu serviço , meu comandante.

-Ótimo, Sr.Kalan, benvindo a bordo do "Avelon". Não se meta com as mulheres comprometidas, não jogues a dinheiro , nem se embebede , nem use qualquer tipo de droga.Se fizeres quaisquer dessas coisas te porei a ferros.

_____________ X ____________

Kalan , esprequiçou-se em sua cama. O seu alojamento era pouco mais que um cúbiculo.Porèm , tinha tudo o que precisava: um ecran , um aparelho de som fotonico, um intercomunicador.Havia um pequeno banheiro e uma cozinha, caso quizesse comer alguma coisa que não as placas mastigàveis.

Já fazia mais de ano que Kalan viajava com a "Avelon " e apesar de seu trabalho se efetivar quando a nave está em terra, durante o voo , ele tinha uma segunda atividade, que era de ensinar a escrever , arte que aprendeu com seu avô.

Poucas pessoas sabiam escrever utilizando-se as mãos.Sabiam escrever através dos computadores, o que ná prática era apenas um ditado que se fazia a máquina ,que cuidava de imprimir ou gravar a menságem.

Kalan, utilizava-se para escrever em uma folha de celulose sintética , um objeto que se chamava caneta, que podia se descrever como um cilindro mais fino do que o dedo , oco , sendo que dentro dele havia um reservatório que era enchido com uma tinta especial que passava para uma ponta em forma de seta, que servia como meio de se transferir a tinta para a folha.

O ruttaniano não aprendera apenas como escrever , mas também a arte de fabricar as canetas, que orgulhosamente presenteava aos seus aluno ao fim do curso.Hoje era a última aula de uma aluna especial.Seu nome era Alhana .Era uma goddaniana de cabelos loiros e olhos profundos.A princìpio,Kalan sentia-se mal na presença de uma representante da raça ,que é a maior inimiga de seu povo, mas aos poucos a dedicação e simpatia da mulher,o conquistaram.

Assim , muitas vezes após o término das aulas, conversavam por horas , sobre assuntos os mais diversos. que iam da história até as artes.Saiam a passear pela nave e geralmente assistiam aos espetáculos de teatro, que se realizavam no convés principal.

Não fora apenas Alhana que entrara no camarote de Kalan, mas também o pânico.Uma horrível explosÔo estremeceu a "Avelon" e em seguida um zumbido horrível que Kalan rapidamente identificou.Empurrou Alhana para dentro do camaraote eapertou o controle da porta ,fechando-a.

A imensa nave estava completamente desgovernada.Sirenas soavam e pessoas gemiam pelos corredores , enquanto explos¨es se repetiam .Desesperado ,Kalan, ligou telecomunicador e antes que o ecran se apagasse de vez , pode ouvir o locutor pronunciar a palavra missil.A guerra recomeçara e a Avelon fora alvo de um ataque.

Nem Kalan , nem Alhana pronunciavam qualquer palavra .Abraçados , esperavam a morte .Jamais poderiam calcular o tempo que decorreu entre a primeira explosão e o instante que sentiram o impacto da nave com alguma coisa.Tão violento que os dois foram arremessados contra a parede do camarote e desmaiaram.

Kalan acordou com voz de Alhana lhe chamando de perguntando se estava bem:

-Tirando as dores, eu acho até que estou bem, Ahana e você?

-Eu estou bem , mas confusa , o que aconteceu,Kalan?

-Alguem atirou um míssil na "Avelon".É a guerra, Alhana. Os seus e os meus vão tentar mais uma vez destruir o universo e desta vez com grande possibilidade de exito.Diante disto , você passa a ser minha prisioneira ,Ai!Acho que quebrei o ombro.

-Deixe ver.Hum! se meus conhecimentos de enfermagem servirem para inimigos, tenho a impressão que é apenas uma luxação.

-Mas dói muito !

-É por isso que você está até verde de tanta dor ?

-Minha cor lhe causa repugna,Alhana ?

- Confesso que se voce fosse cor de rosa , até que seria mais engraçadinho, mas na verdade eu nunca tive tempo de reparar na sua cor , porque sempre estava prestando atenção na sua inteligência , no seu conhecimento, na sua sensibilidade.Sempre achei que os ruttanianos fossem verdadeiros animais estúpidos,e no começo eu tinha um pé atras com voce, mas com o tempo o medo foi virando respeito e admiração e hoje já não sei ficar longe de voce.Eu te amo!

A reposta do rutaniano foi uma tentativa infrutívera de abraça-la ,a vista da dor que sentia no omoplata.Alhana, porém, abraçou-o fortemente e enquanto Rutan e Godan tentavam destruir o universo , um rutaniano e uma godaniana criavam a vida.

Foram dias difíceis .Kalan logo percebeu o que ocorrera.Todas as grandes espaçonaves eram construídas em módulos, que isoladamente mantinham todas as condições necessárias a vida. O míssil deve ter atingido a "Avelon" quando ela já estava preparada para pousar, provavelmente em uma manobra para escapar ao ataque , destruindo-a , exceto ao módulo onde se encontrava o quarto de Kalan e o almoxarifado.

Porque cargas d'águas o módulo ficara intacto era um mistério para Kalan, que entretanto creditava a feliz aterrizagem a montanha de areia fina ,que amorteceu a queda.O fato é que estavam em meio a uma área deserta em um planeta aparentemente inóspito.

Prático ,como todo rutaniano, Kalan, tratou de estabelecer uma estratégia para que ele e Alhana pudessem sobreviver. O primeiro passo era saber se a atmosfera do planeta era respirável, já que o ar existente nos depósitos que serviam o módulo,segundo os cálculos de Kalan deveriam dar para no máximo sessenta dias.

A primeira grande dificuldade era saber se o módulo estava intacto ou se apenas o isolamento da cabina resistira. Para responder a esta pergunta, Kalan só tinha uma única coisa a fazer,abrir a porta .

Trocou idéia com Alhana dando-lhe as opções .Ou ficavam na cabina enquanto houvesse ar e comida, rezando para que algum socorro chegasse , o que não era muito sensato imaginar, principalmente no meio de uma guerra ,ou abriam a porta ,a fim de atingirem o almoxarifado e lá encontrarem o necessário apara uma longa espera.

Alhana ,com a condição de que fosse junto , optou por abrirem a porta.Kalan procurou questionar no sentido de que ela ficasse , mas cedeu diante do argumento óbvio,de que algum dano houvesse no módulo e o ar do planeta fosse irrespirável ,tão logo se abrisse a porta ,ambos morreriam. .

Decidido ,Kalan, começou a digitar o código que acionaria o mecanismo que destravaria a porta.Alhana abraçou-se fortemente a ele , quando ouviu o ruído caracteristico.Não pode deixar de imaginar quantas vezes ouvira aquele ruído prosaico, que agora para eles poderia significar a diferença entre a vida e a morte.

Com um suspiro comprimiu o botão que comandava a abertura da porta.Recebeu no seu rosto a lufada de ar e inconcientemente gritou de medo, medo que aos poucos transformou-se em uma grande gargalhada que terminou numa explosão de euforia:

-É ar puro !! Ar ,meu amor !!

Rapidamente ,cruzaram a porta e juntos examinaram o que restara daquele setor da "Avelon".Milagrosamente apenas o seu camarote e o almoxarifado ,inclusive o grande reservatório de água, tinham ficado intactos,já que o restante do módulo estava em frangalhos.

Avidamente abriu o almoxarifado e pode constatar que se dependesse de mantimentos,Alhana e ele se manteriam vivos por muitos anos.Encontrou , o que para ele era tão importante quanto mantimentos , roupas e medicamentos ; ferramentas laser .Além disso encontrou veículos movidos a energia solar , chamados de solarcar, que lhe permitiria aventurar-se pelo interior daquele planeta desconhecido , em busca , quem sabe de alguma forma de vida.

Foram tempos difíceis. O socorro tão esperado não chegava , certamente porque a guerra também não acabara. Embora , não dispusesse de qualquer meio de comunicaçÔo , Kalan , em suas noites solitárias , muitas vezes avistara entre as estrelas ,os clarões das bombas fotonicas .

Para , Alhana , só falava da certeza de que o socorro estava chegando, e de que certamente um novo periodo de paz reinava no Universo. Certamente , Alhana desconfiava das palvras de Kallan, mas o fato de estar gravida, fazia com que ela se apegasse àquelas ilusões , como para afastar de seu pensamento a incerteza de que tipo de vida poderia ter aquela vida que trazia dentro de si.

De fato, embora Kallan tivesse explorado o mais longe que pudesse , não encontrou qualquer prova de que existisse vida inteligente naquele planeta inóspito. BNa verdade à area era quase que totalmente deserta ,a não ser por pequenos insetos e uma espécie de roedor com pouco mais de trinta centimetros de comprimento , a quem Alhana e ele deram o nome de "glubes" , já que assim parecia-lhes o rúidoque faziam quando se aproximavam .

Por mais que tentasse , Kallan ,nunca conseguiu entender como sobreviviam tais animaiszinhos, já que nãopareciam se interessar pelos insetos ,sendo ,entretanto , apaixonados pelos tabletes protéicos que consistiam na base da alimentaçÔo de ele e de Alhana.

Não chovia naquele planeta ,pelo menos naquela região, e por mais que procurasse nunca achou qualquer sinal da presença de agua , que tornava crítica a situação ,já que o estoque de água que possuiam, não duraria por muito tempo.

Aquela manhã , como fazia todos os dias , Kallan , despediu-se de Alhana e com o solarcar carregado com o dobro de provis¨es ,partiu em direção de umas colinas ,onde por várias vezes pareceu-lhe que sobre elas pairavam algumas nuvens.

Kallan calculava, que deveria levar mais de que meio dia de viagem até alcança-las . Isso significava que teria no máximo uma ou duas horas para encontrar água, principalmente e alguma caça .

A noite caía rapidamente naquele planeta , a que chamavam de " Avelon" , em homenagem a nave em que se conheceram , e sem o sol a a bateria do solarcar duraraia o tempo suficiente para que ele voltasse até seu acampamento.

O solarcar parecia que tinha sido feito para as areias daquele planeta. Na verdade, ele deslizava por sobre um campo magnético criado por super condutores ,que permitiam que planasse há uma altura considerável do solo . Dois reatores eram responsáveis pelo empuxo , que lhe dava considerável velocidade. Contra ele , a sua pouca capacidade de carga , já que o peso excessivo lhe tirava consideravel velocidade .

Kallan não tinha muito conforto naquela cabina pequena , que permitia com muito esforço , duas pessoas , desde que magras,que ficavam protegidas por uma cúpula de dimon , um material sintético de grande resistência e translúcido ,que filtrava a luz solar ,aliás escaldante em Avelon .

Durante todo o trajeto, Kallan tinha os olhos nos sensores que foram regulados para ao menor indício ,quer de água ,quer de vida de que espécie fosse, soarem seus alarmes. Tudo em vão , o que via era sempre a mesma paisagem . Um enorme deserto , sem qualquer vestígio de vegetação. A única alterção que ocorria naquelas paissagens era quando violentas tempestades de areia surgiam como do nada, atemorizando Kallan e Alhana , que impotentes tinham que esperar que não fossem soterrados pela areia . Como segurança , Kallan ,utilizando-se de restos da nave construiu um tunel ,que serviria, esperava ele ,como uma saída de emergência em caso de uma catástrofe como essa.

Aproximava-se do meio dia ,quando Kallan finalmente se aproximou das colinas .Na verdade , ele estava surpreendido com sua altura. Eram picos escarpados, que formavam um macisso de rochas e areia que pareciam intrans puniveis. Diminuiu a velocidade do solarcar , procurando estudar a melhor estratégia para ultrapassar aquele fantástico obstáculo.

Notou , que entre duas escarpas formava-se como se fosse um desfiladeiro, que talvez representasse um caminho para ultrapassar aquele aparentemente inespugnável obstaculo. Acelerou o solarcar e dirigiu-se paraa direção da fenda . A princípio tudo parecia ir bem. O solarcar respondia a aceleração que lhe era imposta por Kallan , que cada vez mais avançava sobre a passágem estreita . De repente , um estalo, seguido de solavancos. Kallan , tentava manter o controle sobre o veículo , mas não conseguia . Descontrolado o solarcar pranchou sobre o fundo do desfiladeiro , deslizando na areia , até que um turbilhão o envolveu.

A última coisa que Kallan ouviu foi o alarme dos sensores que freneticamente anunciavam o que ele tanto procurava.

- Eu estou bem Alhana ,não se preocupe.Eu estou bem ....

- Calma , rutariano, não sou a sua Alhana . Descanse ,você se machucou um bocado e só não morreu por pura sorte

Kallan olhou a sua volta. Estava em um cômodo simples , feito de pedras. Estava deitado em uma cama que parecia ser feita de uma espécie de folhas. O homem que lhe falara era alto. Usava uma espécie de capuz ,que dificultava que se observasse o seu rosto. Apesar disso Kalan pode observar que usava barbas longas e bigodes. Ele não era o único .Haviam pelo menos uma duzia deles em volta de Kallan.

O homem levou uma espécie de cuia à boca de Kallan dizendo :

-Tome , homem, isto lhe fará bem !

Kallan sorveu aquele liquido denso, mas de sabor agradável. Em pouco tempo sentia-se muito melhor.

-Onde estou ?

-Há milhares de carps de sua estrela , há alguns quilometros de sua vida, ou exatamente onde você queria estar. Desculpe ! Meu nome é Dalile e vivo com meus companheiros no sópe do Himalaia . É como chamamos essas escarpas. Formamos uma pequema comunidade, que vive para estudar e tentar entender e talvez até solucionar os grandes problemas ,não técnicos do Universo

-Vocês são os únicos habitantes desse planeta . Como é mesmo que voces o chamam?

-Nós o chamamos Terra. Não ,este planeta é densamente povoado. Voces cairam em uma região desertica em um país que chamamos ,China, que tem nos Himalais sua fronteira natural.

Surpreso , Kallan tinha uma infinidade de perguntas a fazer, mas quando lhe colocaram a frente de uma mesa farta de comida, lembrou-se de que estava com muita fome, mas imediatamente ,tal sentimento veio acompanhado da saudade de de Alhana, grávida e só naquele deserto.

- Coma! Disse-lhe Dalile

- Não posso ,Senhor. Não consigo deixar de pensar em minha companheira . Sabe ela .....

-Já sei ! espera um filho. Um momento.

Dalile fez um pequeno movimento com a cabeça e um dos monges abriu uma porta. Alhana ,ao vê-lo correu para abraça-lo.

Depois que se alimentaram sentaram-se todos em volta do lider. Kalan estava ansioso para saber sobre aquele povo . Queria saber se tinham condiç¨es de entrar em contato com alguma nave e salvá-los. A resposta de Dalile foi desalentadora:

-Meu bom amigo, a Terra está muito longe de qualquer rota de seus conterraneos. Provavelmente , quando da explosão .....

Surpreso, Kalan o interrompeu.

-Por favor, como o Senhor sabe que houve uma explosão em nossa nave:

-O universo é um grande organismo repleto de vida. De fato a vida é a única razão da sua existência. Cada ser microscópico que morre é uma perda irreparável se não tiver como consequência a possibilidade do nascimento de outra. Por isso que a guerra é uma estupidez sem fim .Ela não apenas ceifa vidas , mas destroi qualquer possibilidade de que novas vidas surjam.

Dalile esperou para ver se Kalan tinha algum comentário.Como o rutariano demonstrasse total interesse no que dizia, continuou:

-A perda de milhares de vida ,como aconteceu com sua nave foi por nós sentida .Só voces se salvaram ,por que era necessário. Sanat Kumara nos avisou...

Curioso ,Kalan interrompeu-o:

-Quem é Sanat Ku...

-Kumara , completou Dalile,sorrindo .

-Isto .Kumara. Quem é ou sei lá,quem foi? Seria uma espécie de divindade!

Dalile , sem perder o sorriso, respondeu:

-No meu amigo. Sanat Kumara não é ou foi. Sanat Kumaran é sempre .Ele é o que tudo sabe . O grande ser, que guarda o Universo . Nós o chamanos de o Guardião . Se ser divino é ser eterno e onipresente , Sanat Kumara é um deus. Há milhares de anos , quando não exitiam essas montanhas que chamamos Himalaia e este deserto a que chamamos Deserto de Gobi ,era um imenso mar , Sanat Kumara chegou a este planeta , aterrizando aqui perto de nós em um lugar chamado Ilha Braca e transformou os nativos ensinando-os a erguer uma civilização que em nada ficava a dever à sua.

Dalile fez uma pausa, respirou fundo e continuou.

-Aqui ,onde estamos ,ficava a capital do Império Uighur ,a mais importante colonia do Grande Imperio de Mu. Khara-Khota era uma cidade cheia de vida e que venerava as artes e cultuava a Astronomia ,a Matemática , além de ser um importante centro de estudos sobre Medicina e Agricultura.

-O que aconteceu com esta civilização? Ela ainda existe,perguntou o atento Kallan

Nohek era aparentemente mais velho que Dalile. Cabelos e barbas longas ,andava meio curvado , mas trazia sempre um grande e franco sorriso. Sem nada falar Nohek ,indicou o caminho para Kallan , que amparava Alhana em seus braços.

O dormitório era simple e tinha apenas uma cama tosca , mas aparentemente comportável ,uma lareira trepidante , indispensável para que se pudesse suportar o frio intenso das noites do deserto.

Havia uma espécie de fonte que brotava das paredes feitas de imensos blocos de pedra , que , embora irregulares , encaixavam-se pefeitamente uma nas outras .Era justamente de uma dessas emendas que de um tosco cano de bronze saía um tufo de agua que caía em uma enorme bacia feita com as mesmas pedras das paredes.

Intrigado ,com o vapor tenue que se elevava da fonte , Kallan se aproximou e levando a mão até aquelas aguas sentiu que eram agradavelmente tépidas. Despiu-se, rapidamente , e banhou-se como não fazia desde que caira no meio daquele deserto.

Pela primeira vez em muito tempo sentiu-se em segurança . Sabia que agora tinha um lugar seguro para ficar e que poderia esperar qualquer eventual socorro com segurança.

Alhana acordou com os gritos de Kallan,que como uma criança brincava naquele tanque de pedra. Até que teve vontade de entrar naquela agua ,mas estava muito cansada e com um sorriso adormeceu.

.............................................................

Kallan já se havia adaptado ao modo de vida daqueles homens, mas nào se resignado. Pelas longas conversas com Dalile ,pode perceber que eles abominavam qualquer conhecimento técnico. Assim todas as tentativas de Kallan de saber notícias de seu solarcar ou de voltar até onde estavam os resto da Avelon eram sempre rechaçadas com o argumento de que tudo estava destruído soterrado debaixo de milhares de toneladas de areia após uma grande tempestade.

Embora aparentasse aceitar a estória de Dalile , Kallan nunca desistiu de voltar até os destroços , já que sabia que tinha um solarcar de reserva .Com o solarcar poderia tentar encontrar povos que sabia existir que possuiam uma tecnologia , embora quase primária , talves suficiente para contactar os seus ,se é que ainda existiam após todo aquele tempo.

O grande problema era responder a tantas perguntas sem resposta. Onde ficava tal civilização? Qual o seu grau de desenvolvimento ? Seriam amigos? Tantas dúvidas faziam com que Kallan as vezes se desesperasse .Afinal que futuro poderia dar a seu filho, crescendo naquele deserto no meio de um monte de velhos pensadores e místicos.

Finalmente chegou o grande dia .Alhana acordou sentiundo fortes contrações. Desesperado, diante de sua total ignorância sobre o que fazer naquele momento, Kallan, correu até Dalile e pediu ajuda.

Imediatamente Dalile, batendo palmas ,acionou os outros monges , que em seguida correram em direção dos aposentos de Alhana e Kallan.Com toda a delicadeza colocaram-na em uma espécie de maca e carregaram-na para o interior de um outo cômodo , onde Kallan nunca tinha tido permissão para entrar.

Quando Kallan tentou entrar foi impedido por Terran .Terran era um monge imenso ,sempre de cara fechada e que só era utilizado paraos serviços pesados.

-Pare! O senhor não poderá entrar. Ordens de Dalile.

Nada, nem ninguém desse mundo poderia impedir um rutariano de fazer o que queria. Desde criança dominavam todas as formas de artes marciais. Terran não conseguiu nem ver daonde veio o golpe que o atingiu ,derrubando-o , deixando-o estatelado no chão .desacordado.

Quando depois de pular por cima do terráqueo , conseguiu entrar na sala, Kallan teve uma enorme surpresa: A sala, imensa , estava completamente vazia. Desesperado ,o rutariano começou a tatear as paredes daquela imensa e escura sala . De repente notou uma saliência em uma das pedras . Percebeu que era algo parecido com uma alavanca . Acionou-a e ouviu o ranger de pedras se afastando .Quando a abertura mostrou-se suficiente para a a sua passagem , entrou .

Kallan não conseguia acreditar no que estava vendo . Um imenso corredor feericamente iluminado por enormes lumináreas que certamente utilizavam algum gás natural incandescente. Tecnologia ! Tecnologia que Dalile e os seus abominavam . Mas para Kallan , agora, a prioridade era Alhana .

Enquanto corria por aquele corredor sensores disparavam a todo momento denunciando a sua invasão. Logo foi cercado por um grupo de guardas, fortemente armados com armas lasers .

Conseguiu derrubar dois ou três deles, mas um disparo de um raio paralisante o fez cair, mas não sem antes arrebatar de um dos guardas uma pistola laser . Quando ia atirar ouviu a voz de Dalile.

-Não Kallan.por favor nÔo. Nada irá acontecer com você nem com a sua mulher e seu filho.

-Filho!

-Sim , Kallan , para glória do universo as predições de Sanat Kumara se realizaram , Aba Jeva ,o salvador do homem nasceu . Nossa missão milenar está cumprida. Venha! Venha vê-lo.

Kallan , naquele instante , não se preocupou com aquelas estranhas palavras . Só queria ver Alhana e seu filho. Como por milagre ao lado do corredor,uma porta se abriu e finalmente Kallan encontrou Alline.

A sala onde estavam era na verdade uma grande enfermaria , repleta de aparelhos de todos os tipos, que mesmo para ele Kallan pareciam estranhos.

No centro daquela sala estavam deitados em uma cama , Alhana e seu filho. Kallan correu em direção a eles e abraçando a mulher beijou-a demoradamente:

-Alhana , meu amor, como voce está .Eu tive tanto medo de perdê-la. Meu Deus! Nosso filho.

-Eu estou muito bem ,meu amor. O nene é saudável e os médicos disseram que correu tudo bem. Não há porque ter medo .

Kallan ficou por longo tempo abraçado a sua mulher .Só depois ,mais calmo notou a presnça na sala de muitas enfermeiras e médicos. Um deles se aproximou e se apresentou:

Sr. Kallan! Meu nome é Baklan e chefio ,juntamente com o Dr.Radum , a equipe médica. Podemos garantir-lhe que foi um parto perfeito e seu venerável filho, glória dos homens, passa bem.

Em seguida ,aproximou-se outro médico que se apresentou como Dr.Radum . Este homem era , sem dúvida ruttaniano.

-Mas o senhor é rutaniano! e virando-se para o primeiro médico:

-E o senhor é...

-Goddaniano? Claro , de nascimento sim, mas aqui tanto eu quanto Radum ,Dalile e até mesmo você somos apenas servos de seu filho. o Salvador do Universo, Aba Jeva!

Sem nada entender ,Kallan voltou-se para para a direção de Dalile. O velho dirigiu-lhe aquele olhar que sempre enchia Kallan de conforto .

-Venha meu filho , deixemos Alhana e o pequeno Aba Jeva descansarem . Temos muito que conversar. Venha .

Kalan , Dalile e os dois médicos se dirigiram para outro aposento , dotados de confortáveis poltronas anti-gravidade. Todos se sentaram , menos Dalile que preferiu se acocorar num canto da sala , certamente fiél a seus princípios antitecnológicos.

Dalile, respirou profundamente e olhando nos olhos de Kallan começou a falar mais pausadamente até do que era o seu costume :

-Meu bom Kallan , tudo o que ouvirás de agora em diante ,encontra-se entre o limite do que é humano e do que é divino. Só depois de ouvir o que temos para lhe dizer é que compreenderas a importância deste momento.A importância de seu filho para a continuidade da vida no universo ...

Como Kalan pretendesse interrompê-lo , o velho fez um gesto pedindo-lhe paciência e continuou:

-Como eu já te disse , nós estamos nesse planeta há milhares de anos e não foi sem motivo . Sempre soubemos que o Universo corria o risco de ser destruído e que o maligno Satan Kahá , o deus das profundezas , o habitante dos buracos negros dos espaços tramava o fim do nosso deus Sanat Kumara. Deuses não lutam com suas mãos ,mas com nações, galáxias que ignoram serem meros instrumentos da vontade destes mentores .

O velho parou por alguns segundos para servir-se de um gole de bebida que um dos monges serviu em copos cravejados de pedras preciosas.

- Meu caro Kallan,é a primeira vez que se bebe nesse copo , como tudo aqui, ele foi fabricado para ser usado exclusivamente nesse glorioso momento. Um brinde a glória eterna do Poderoso Sanat Kumara e do Salvador do Universo ,Aba Jeva.Viva !

Todos responderam com uma alegria entusiasmante aos gritos de "Viva o Salvador" .Viva Aba Jeva.

Findo os brindes ,Dalile continuou :

-Na verdade, a destruição do universo começou com a destruição de Mu. Quando acreditavamos não haver mais esperanças, Sanat Kumara apareceu e nos disse que tinhamos uma missão que de tão importante deveria ser chamada de a missão das missões .Caberia a nós a responsabilidade de fazer vir ao mundo o Salvador do Universo , Aba Jeva, que nasceria ,aqui neste planeta. Entretanto, nossa missão deveria ser totalmente sigilosa , de tal modo que apenas poucos iniciados no universo dela teriam conhecimento .

Kallan que se surprendia a cada palavra do velho , cada vez mais tinha certeza que estava no meio de um bando de fanáticos, mas não conseguia deixar de escutar o velho.

-O motivo de tanto sigilo , continuou Dalile, deve-se ao fato de que o deus do mal ,Satan Kahá, sabia da existência do Salvador e aniquilá-lo era seu maior objetivo.Por isso durante séculos estudamos o universo a procura dos sinais secretos que nos determinariam, sem qualquer dúvida, a hora exata do nascimento de Aba Jeva . Por isso, Kalan, voce , doravante será denominado o Escolhido e juntamente com sua mulher , viveram o resto de sua existência ,aqui , conosco.

Kalan, ouvia tudo aquilo como se ele, o pai fosse algo descartável , cujos sonhos e desejos não tinham a menor importância. Aqueles homens fanáticos decidiam o futuro de seu filho e lhe reservavam a posição de mero espectator. Decidiu acabar de ouvir aquela estória absurda, por isso pediu que Dalile continuasse:

-Nós juntamos as mentes mais privilegiadas do Universo e ensinaremos a seu filho todos os segredos que somente os indicados do próprio Sanat Kumara podem conhecer. Ele dominara toda a tecnologia do Universo . Conhecerá todas as seitas e religiões. Saberá reconhecer as artimanhas de Satan Kahá imediatamente e aprenderá como se defender.

Aquilo era demais para Kalan.Era tudo ilógico e sem sentido. Sem disfarçar a sua raiva , esbravejou :

- Mas quanta besteira . Que coisa mais absurda. O Universo não corre o menor risco. Guerras existem há milhares de anos sem que isto representasse qualquer risco a ordem universal. Bando de fanáticos ! Porque o próprio deus de voces , esse tal de Sanat, Sanat... Kumira ,Kumara , ou sei lá o que , não age ele mesmo e salva o Universo. Porque ele precisa do meu filho. Logo do meu filho ! Eu não quero que o meu filho seja salvador de bosta nenhuma .Dá para entender! Eu quero que ele corra pelas areias de Goddan , role pelas escarpas verdes de Ruttan .Construa seu próprio spacerolling . Enfim eu quero um filho comum, normal ,por isso , façam o favor de me tirarem desse deserto fétido , dessa espelunca de pedra e me levem de volta para Goddan e não me venham me dizer que não tem como , já que os Doutores não vieram nadando até este planeta.

Nem mesmo a gritaria e o desabafo de Kalan conseguiram tirar do velho Dalile o seu sorriso de tranquilidade.

-Nós entendemos o seu desabafo, þ Escolhido ....

-O senhor está proibido de me chamar de Escolhido. Meu nome é Kalan, ouviu bem , Kalan!

O velho continuou como se ignorasse os gritos do rutaniano:

- Tudo bem , como o senhor quizer. O senhor ainda nÔo compreendeu , mas quando Aba Jeva completar 32 anos caberá a ele a responsabilidade de salvar este mundo . Pela primeira vez a humanidade verá o fim dos tempos de perto e sentirá medo. De que adianta o próprio Sanat Kumara salvá-la . Os humanos perderão o medo de afrontar as leis da natureza já que sabem se exagerarem , o deus em pessoa virá ajudá-los .

Kalan exasperou-se :

- Quem garante que eu sou o...." escolhido" e que meu filho é esse tal de Aba Jeva? Será que voces, nesse seu fanatismo estúpido não se enganaram? Prove-me que essa história não é apenas uma fantasia de um bando de velhos loucos .Vamos, prove-me!

Dalile sorriu com uma expressão de piedade em seu rosto e respondeu ao rutariano:

Kalan, Kalan! Saiba , você , que até mesmo essa sua reação está prevista por Sanat Kumara . Nós temos a prova que você quer. Ela foi-me entregue pessoalmente pelo próprio deus , pouco antes da destruição de Mu .Siga-me, por favor .

Dalile levantou-se com a agilidade de uma criança e imediatamente Kalan e os outros o seguiram . Dalile dirigiu-se ao centro do salão , orou juntamente com todos os outros e de repente ,após um estrondo semelhante a um trovão, como que saindo do nada, um alçapão apareceu .

Para Kalan aquilo não passava de mais um número de magia barata . Em Trevis assistira números muito melhores do que aquele . Mesmo assim , seguiu-os quando desapareceram um a um por aquele buraco .

Ao entrar no alçapão, Kalan ,subitamente ,esgorregou, não percebendo percebeu que havia uma escada em caracol. Reequilibrou-se com dificuldade e rapidamente começou a descer,até finalmente alcançar Dalile e seu grupo . A descida por aquela escada tosca , escavada na própria pedra durou pelo menos uns vinte minutos . Kalan calculava que deveriam ter descido muito mais que cem metros em quase total escuridão. A escada terminava num paredão de pedra, aparentemente sem saída. Kalan pode perceber quando Dalile iniciou uma nova oração ,logo acompanhado por todo o grupo .Num átimo a parede se abriu e um jorro de luz extremamente branca atingiu a todos .Todos entraram pela porta que se abrira.

Kalan não acreditava no que via. Estavam dentro de um salão imenso , feericamente iluminado . Não se conseguia descobrir a fonte daquela luz. Era como se brotasse de cada átomo que formava aquela sala . Ao refletir no piso, revelava milhares de pequenos pontos coloridos que cintilavam como um imenso céu estrelado. O teto , altíssimo , formava uma imensa abóbada dourada. Poucas vezes Kalan tinha visto algo tão lindo e magestoso.

Superado o extase da visão extraordinária daquela sala, Kalan pode ver o objeto de atenção do grupo.No centro da sala estava estava o objeto de atenção de Dalile e seus monges.

Esqueirando-se no meio daqueles homens , que em completa imobilidade referenciavam aquele objeto, pode vê-lo de perto . Era uma espéciede arca feita de madeira , sobre seu tampo duas criaturas aladas, douradas, belissimas . Logo Kalan percebeu que era dela que brotava aquela luminosidade tão linda.

Quando tentou aproximar-se mais da arca, foi imediatamente seguro por Dalile:

-Não ! Você morre se chegar mais perto.

Dizendo isso , atirou o toco de vela que tinha em suas mãos que ao chegar a uma distância de pouco menos de um metro da arca,com um estondro desintegrou-se , no meio de relâmpagos e explosões.

Dalile levantou as mãos para o alto e pronunciou palavras em um lingua completamente estranha .Quase que em seguida a luz se apagou e a arca começou a emitir raios de todas as cores , até que uma intensa luz azul projetou na abobada dourada a visão mais estarrecedora que um homem já pudera ver.

Kalan pode ver o exato momento em que o universo se formava .Pode ver o surgimento da vida , inicialmente incipiente e frágil , indefesa diante das enormes forças existentes e atuantes sobre o universo recem formado.

Viu o nascimento do homem em vários pontos do universo , a crecente humana que de dominado passava a dominador das forças do universo e sobretudo viu guerras ,primeiro entre tribos primitivas , depois entre nações , entre mundos entre galaxias.

Acompanhou a luta de homens santos que procuravam insistentemete levar a paz e morriam por ela . Viu a criação de obras de arte magnificas, pode ver o nascimento de grandes obras sinfônicas, além de assistir a luta constante dos que pretendiam ver a justiça imperar no universo.

De repente uma casa. Um casal de rutanianos.Seu pai e sua mãe aflitos correndo em direção a um aercar.Pode ver a ternura de seu pai, um rutaniano reconhecidamente violento , ao colocá-la no veículo. Viu o aercar se elevar em alta velocidade , rumo ao hospital . Subitamente ,o motor falha e o carro despenca de grande altura. Assistia o desespero deseu pai tentando religar os motores,sem qualquer exito. Quando tudo parecia perdido , Kalan assistiu atônito o surgimento de milhares de criaturas aladas que se acercaram do carro que despencava. Estabilizaram-no e fizeram os motores voltarem a funcionar.

Kalan com lágrimas nos olhos sem pálbebra , assistiu ao seu próprio parto e pode ver o exato momento em que nascia e acompanhou o sorriso que antecedeu a morte de sua mãe. Logo compreendeu a importância do que estava acontecendo. Seu filho não lhe pertencia .O seu encontro com Alhana não tinha sido obra do acaso .Fora programado . O seu amor por Alhana era uma determinação de um deus , que o usara.

-Não Kalan! Abba Jeva é consequência não causa. O seu amor por Alhana e o dela por você tornou possível o seu nascimento. A nós cabia a função de protegê-los .Deixe-nos preparar seu filho para a missào que lhe foi reservado . Só ele poderá salvar o universo .