A PRÓXIMA TERRA
A grande nave aproximava-se do seu destino final. Após quase seiscentos anos, ela finalmente estava próxima de concluir sua missão.
Quando os recursos naturais foram esgotados em sua totalidade, quando o homem com suas guerras e seu desprezo pelo equilíbrio ecológico finalmente transformaram a Terra em um lugar condenado, decidiu-se que era hora da raça humana sobreviver.
Viajando a dez por cento da velocidade da luz, a grande nave aproximou-se do seu destino.
Cento e sessenta pessoas foram escolhidas por sua capacidade cognitiva e compleição genética para comporem a população residente. Metade da tripulação seria composta de homens e a outra de mulheres.
Os debates e os conflitos foram intensos sobre quem seriam os escolhidos, mas não havia outra alternativa: a raça humana teria que continuar existindo.
Em meio a toda a tensão com a partida da grande nave a única certeza existente era que quando esta chegasse ao seu destino final não existiria mais o planeta Terra.
A nave recebeu o sugestivo nome de Arca de Noé. Ela era uma nave geracional. Cento e sessenta pessoas saíram da Terra para viver, reproduzir-se e morrer no espaço.
Ao fim de várias gerações, os filhos dos filhos dos filhos dos tripulantes originais, finalmente, aproximavam-se do seu destino.
Ao aproximar-se do planeta, que já recebera o nome de Nova Terra, sondas foram enviadas a sua superfície.
Surpresa, desespero e medo espalharam-se entre os moradores-tripulantes quando os dados enviados pelas sondas mostravam um planeta com uma temperatura superior a 500º Celsius, nuvens carregadas de ácido sulfúrico e uma atmosfera basicamente composta por dióxido de carbono e nitrogênio.
Ele era inviável para a vida humana.
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Em meio ao imenso vazio interestelar a grande arca humana segue em busca de seu próximo destino situado a 750 anos-luz.