MEUS INIMIGOS UNIRAM-SE...!

MEUS INIMIGOS UNIRAM-SE...!

(Depois de QUER CASAR COMIGO? - já publicado)

Júpiter, 8 de abril de 2014.

A monolítica Primeira Frota espacial terrestre orbitava em torno a Ganímedes e provocava a admiração dos nativos das diversas luas. Até o momento a mais notável era a frota de Hiperbórea, em número e poder; mas agora a da Terra a superava em mais de cem unidades.

A Odín, poderosamente armada foi preparada às pressas para servir de local de conferência.

Seus hangares para 72 caças espaciais CH-3, foram transformados em centro de convenções, com sala de imprensa, escritórios, restaurantes, sanitários, terminais do sistema, plenário, cinema e salão de reuniões.

Seus aviões estavam permanentemente em patrulha em volta, assim como as unidades dos outros porta-aviões.

Aldo preparara esta manifestação de força para impressionar os governantes de Europa e Calisto, os mais poderosos. Ninguém devia saber que esta grande armada tinha um calcanhar de Aquiles: se tivesse que combater, estaria limitada pela escassez de combustível.

Só teria mobilidade para uns vinte dias, depois se converteria numa massa de metal sem utilidade. Qualquer guerra devia ser ganha antes de vinte dias, em forma esmagadora.

Para o dia marcado, 10 de abril de 2014, estaria todo preparado.

*******.

Nova Tóquio, Ceres, 9 de abril de 2014.

O Poder do Mal.

Nesse meio tempo em Ceres, o Acampamento Fuchida fervia de atividade, transformando-se na futura Nova Tóquio, com a chegada da frota enviada pelo líder antártico Marcos, composta por mais de quinhentos homens e toneladas de material.

Patrick Cabot reuniu-se com o governador Fuchida e expôs-lhe seu temor:

–Preocupa-me o prisioneiro. Seria prudente soltá-lo para circular por aí?

–Não. Von Kruger foi categórico. Trata-se de um ser altamente perigoso.

–Cedo ou tarde ele vai perceber que é um prisioneiro, e então...

–Sim, já pensei nisso e me preocupa.

–Tentarei comunicar com Júpiter de novo. A órbita nos leva longe e cada vez é mais difícil. Se não consigo via Marte, vou tentar via Pomona...

–Faça isso.

Os temores do professor Cabot justificavam-se. Nesse momento Zvar Zyszhak, estava na sua cela acolchoada no hospital subterrâneo da futura Nova Tóquio, sentado no chão na posição do loto, meditando.

Tentava captar as mentes de seus anfitriões e agora estava ciente de ser um prisioneiro.

Tratado como rei, mas prisioneiro enfim.

Neste meio tempo fizera contato com outras pessoas; o médico marciano que o atendia e o raniano que lhe servia comida.

Mas nenhum deles sabia o quê se passava na sua mente.

O outrora décimo terceiro conselheiro do império raniano estava forte e sadio para sua idade.

Percebera que precisava alimentar-se e acumular energia. Era imperativo recuperar o corpo para fortalecer a mente, se é que pretendia dominar estes seres ingênuos.

Com estes cuidados a maioria dos poderes retornara e sentia-se como antes. Os seres da sua casta possuíam o último grau da perfeição k’val, uma disciplina mental que lhe permitia dominar os outros.

Zvar empregara suas faculdades para o mal desde um principio.

Fechou os olhos. Na escuridão de sua cela só brilhava o cristal da sua testa, como um terceiro olho.

Notou que a cela estava rodeada por um campo de força que lhe impedia dominar as mentes das pessoas que estavam fora.

Certamente que alguém percebera seus poderes e tomara providencias contra ele.

Alguém devia saber como construir uma tela mental.

Mas a tela mental não impedia que projetasse sua substancia espiritual imaterial ao exterior.

Eles não eram tão espertos assim...

Após um tempo, seu espírito abandonou o corpo e vagou pelos corredores da base, observando as auras de terrestres, ranianos e marcianos.

Soube da existência da nave Analgopakin e seus tripulantes.

Descartou logo os marcianos; suas mentes eram duras demais; e também a maioria dos terrestres; pouco espirituais; para se concentrar nos ranianos; mais maleáveis; que por serem denominados inferiores no passado, sempre foram servis; com o que guardaram um sentimento de submissão.

Zvar notou que aqueles ranianos nunca viram um Superior e muito menos um conselheiro da raça dominion do antigo planeta Haduk Prime da estrela Beta Alschaim da constelação da Águia, a 13 parsecs de Ran.

Todavia, percebeu que os terrestres eram respeitados. Isso lhe deu uma ideia. Aproveitar-se-ia dessa circunstancia ao seu favor, já que ele tinha poder e os terrestres não.

Entrando na mente de um deles, soube da situação; onde estava e porquê; da existência do auto planeta Analgopak-Ran, da batalha com a Hércules, da colônia terrestre em Marte, imagens fugazes da Terra; suas bases nos asteroides e nas luas de Júpiter. Era pouco o que aquele raniano sabia.

Zvar resolveu sondar um terrestre, o que, além de difícil, tinha seus riscos.

Tendo completado sua sondagem geral, o espírito imaterial de Zvar, retornou à matéria do seu corpo. Bem a tempo, pois estava chegando sua comida nas mãos de um raniano.

–Aqui esta seu jantar, Excelência.

–Pode deixá-lo aí.

–Deseja alguma outra coisa, Excelência?

–Não. A propósito... Como se chama?

–Ikol Huaski, Excelência.

*******.

Ikol Huaski foi engenheiro da Analrert, antes de passar para a Analgopakin, onde assumiu como engenheiro reserva, com a vantagem de que na nave de Nahuátl Ang, ele também aprendeu a função de radio operador, coisa que sempre gostou.

Quando a nave caiu em mãos dos terrestres, Ikol assumiu o cargo de engenheiro chefe, por causa dos ferimentos de batalha do primeiro engenheiro, Tarn Kóatl. Isso até chegar a Ceres, onde foi designado oficial de comunicações de Nova Tóquio, com direito a um alojamento particular.

O fato de estar temporariamente como babá do prisioneiro, foi por causa da língua raniana antiga, que um oficial raniano de comunicações deveria dominar muito melhor do que os terrestres.

*******.

–Ikol, olhe meus olhos. Você trabalhou muito e está cansado. Durma!

Ikol fechou os olhos enquanto Zvar falava suavemente.

–Quero fazer-lhe umas perguntas, Ikol. Vai me responder?

–Sim, Excelência.

–Quem manda neste lugar?

–O Governador, capitão Fuchida.

–Quem é o chefe supremo dos terrestres?

–O capitão Aldo.

–Onde se encontra este?

–Nas luas de Vurón.

–Quem comanda o navio espacial que está aí fora?

–O Capitão Weiss.

–É uma nave armada?

–Sim.

–Há mais naves neste lugar?

–A Segunda Frota de guerra terrestre está ancorada nas imediações.

–A Analgopakin poderia enfrentá-la?

–Não. Fomos derrotados por apenas uma nave e cinco caças.

–Eles são aguerridos, pelo que vejo... Quem possui na mente mais informações úteis para mim, das que possui você?

–O capitão Fuchida.

–Muito inacessível; mencione outro.

–O professor Patrick Cabot.

–É o que falou comigo na primeira vez?

–Sim.

–Amanhã trará o professor com uma desculpa, à hora da comida. Agora você despertará e não lembrará que conversamos, entendeu?

–Sim, Excelência.

Dito isto, Zvar começou a comer e o raniano acordou.

–Muito boa esta comida, Ikol.

–Alegra-me que goste, Excelência.

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Órbita de Júpiter, a bordo da Odín.

10 de abril de 2014.

O Primeiro Cidadão.

As primeiras naves a chegar foram as de Paco Del Puerto de Io e Aclep Toz–533 de Calisto.

Aldo ainda não chegara, demorou-se ultimando preparativos para seu casamento ainda essa tarde.

O radio operador da Odín autorizou os nativos a atracar do lado de estibordo para desembarcar e logo viu uma frota aproximando-se pelo mesmo lado. Viu que era o líder de Hiperbórea, e o anunciou.

Logo, pode-se ver a simples vista a enorme nave em forma de disco, Haunebu-4; escoltada por meia dúzia de cruzadores Junkers 2007, um pouco menores, e vinte caças Horten M-2020, como os que interceptaram o tenente Nakamura, dias atrás em Europa.

Um pouco mais longe, ancorava uma esquadra de cruzadores Wernher-1088 em alerta, liderados pela Vril-88; do Barão Karl Albert Henschel von Ritcher-Braun, comandada por um subalterno, já que o Barão encontrava-se a bordo da Haunebu-4, acompanhando o Líder.

Pelo outro lado, a Hércules aproximava-se veloz para chegar primeiro, conduzindo Aldo, o anfitrião.

Afortunadamente as naves nativas demoraram em atracar junto à Odín, com o que Aldo teve tempo de mudar de roupa antes de subir à bordo. Assim que esteve apresentável, o vice-almirante Pires foi buscá-lo.

–Preparado?

–Sim. Vamos à eclusa. Aclep Toz-533 e Francisco já chegaram?

–Sim.

–Ótimo. Que me acompanhem a receber ao Líder.

*******.

Os hiperbóreos abordaram a Odín pelo tubo.

O Barão von Ritcher-Braun entrou antes da escolta do Líder; quatro guardas de armaduras pretas que se situaram a ambos lados da eclusa. O Barão cumprimentou seus conhecidos e anunciou:

–Apresento-lhes Sua Excelência, o Primeiro Cidadão, Wilhelm von Stahl.

Após o anuncio dos seus títulos (Exilarca de Alemanha, Guardião do Cordão Dourado, Protetor do Sangue, Primeiro Grande Mestre da Ordem de Thule); passou a bordo o importante Líder.

Os terrestres nunca tinham visto um ser tão magnífico, tão soberbo, irradiando tanta majestade.

Wilhelm von Stahl, tinha 68 anos e o rosto iluminado.

Seu branco cabelo irradiava um brilho majestático, como se estivesse coroado com ouro e pedras preciosas; resplandecendo sobre seus olhos azuis.

Seu branco bigode com pontas dobradas para acima ocultavam o lábio superior de sua boca firme que deixava ver uns dentes brancos e perfeitos mostrando-se num sincero sorriso.

Vestido modestamente, com um terno azul cobalto, passado de moda, uma camisa branca e uma gravata azul marinho com listras pretas, brancas e vermelhas, movia-se no meio dos convidados como se vestisse um uniforme de Almirante de Esquadra coberto de condecorações; ao menos isso foi o que os antárticos sentiram ao vê-lo.

Talvez seu brilho devia-se à sua personalidade, não era preciso uma coroa imperial para parecer um imperador.

O Líder Hiperbóreo, como se vestisse uma rodopiante capa púrpura imperial, aproximou-se do Líder Antártico com a mão estendida.

Aldo apertou a mão daquele homem singular que parecia tão humilde e tão majestoso ao mesmo tempo. Por primeira vez na vida; estava perante um ser cativante.

Ele não sabia ainda, mas na presença de tão ilustre personagem achava que nunca mais veria uma majestade maior. Estava enganado, pois o alucinante futuro reservava-lhe surpresas maiores.

Estava tão impressionado, tão mudo de admiração, como ficaria alguns anos mais tarde, quando fosse apresentado na corte do poderoso Imperador Zorkala, no longínquo planeta Alakros, a vinte e cinco mil anos luz além da estrela Antares, da constelação do Escorpião, no coração do Império Alakrano, no distante Quadrante Delta, no lado oposto da galáxia.

Mas isso ainda era futuro.

*******.

Nova Tóquio, Ceres, 10 de abril de 2014.

Residência Terasaki.

Patrick, Chiyoko e os pais desta, jantavam.

O professor Terasaki e sua esposa estavam curiosos quanto ao futuro.

A senhora perguntou:

–E para quando vai nascer meu neto?

–Para fim de agosto ou começo de setembro – respondeu Chiyoko.

–Pensaram num nome? – perguntou o senhor Terasaki.

–Se for homem chamar-se-á Hadime – respondeu Pat.

–E se for mulher, Sumiko – completou Chiyoko.

–Bonitos – disse a mãe – mas vocês ainda não sabem o que vai ser?

–Não fiz a ultrassonografia – respondeu a jovem – prefiro ter a surpresa.

–Respeito sua opinião, minha filha. Mas vai ser o primeiro terrestre, o primeiro japonês, o primeiro antártico, a nascer em Ceres. Um nascimento histórico.

–Primeiro ceresano – acrescentou a senhora Terasaki.

–Se for preciso, o exame será feito – interveio Patrick – o hospital de aqui é bem equipado.

Nesse momento tocou o comunicador de pulso de Patrick.

–Professor – disse uma voz – se estiver perto de um terminal, veja a mensagem que chegou de Ganímedes para o senhor, via Pomona.

–Obrigado – disse Pat desligando o comunicador – Já esperava isso. Posso usar seu terminal, professor?

–À vontade – sorriu seu sogro.

Patrick digitou sua senha e entrou na central de comunicações.

Logo soube o que estava acontecendo nas luas de Júpiter e também que Aldo estava em reunião de cúpula e não poderia lhe responder sua mensagem de momento. Também soube do iminente casamento do líder antártico com sua noiva Inge.

Ninguém notou a sombra que passou pelo rosto de Chiyoko.

*******.

O Governador Fuchida estava no seu despacho, quando Patrick entrou.

–Consegui uma resposta deles, governador. Mas foi inútil. Agora não sei o que fazer com Zvar. Se o soltamos pode ser perigoso.

–Talvez assim como está já seja, Cabot. Acho que sei o que é a pedra que ele tem na testa. Foi implantada. Suspeito que seja sua terceira visão.

–Acredita nisso, governador?

–Existem forças que você nem suspeita que possam existir...

–Telepatia e coisas assim...?

–E coisas assim. Presenciei muita coisa, estudando artes marciais no Tibet.

–No discuto. Se o senhor considera que é tão perigoso preso como solto.

–Acho que ele já sabe que você mentiu no seu primeiro encontro. Ele estaria enferrujado, após dormir 100 séculos. Pode ter recuperado seus poderes.

*******.

Seguindo a ordem pós-hipnótica, Ikol Huaski arrastou Cabot até a cela com uma desculpa qualquer.

Cabot não pode reprimir um arrepio.

Sentado na posição do loto na cela em penumbra, com seus olhos mais penetrantes do que nunca e a pedra vermelha na testa brilhando como a porta do inferno, Zvar viu a aura do terrestre e concluiu que era uma boa pessoa, ingênua e bondosa.

–O quê deseja de mim, Zvar?

–Quero conversar com você, sobre o futuro.

Não podia afastar seu olhar dos olhos dele, nem evitar o que ocorreu.

Caiu de joelhos, em transe, com o prisioneiro vasculhando sua mente a procura do que pudesse lhe interessar.

Após segundos, Zvar sentiu-se sacudido como por um choque elétrico:

–Angztlán! – gritou.

A surpresa de saber seu inimigo vivo quase lhe fez perder a concentração com que mantinha em transe a Patrick e Ikol. Recuperou-se em segundos e prosseguiu a sondagem. Descobriu Chiyoko esperando um filho. Formou um plano e quanto mais o estudava, mais gostava. Por fim decidiu liberar seus anfitriões:

–Quando me deitar, acordarão; e ao sair daqui esquecerão que falaram comigo.

Em seguida o prisioneiro foi para seu leito e deitou-se. Ikol e Patrick se levantaram do chão e saíram sem dizer palavra.

A porta fechou-se automaticamente.

–Para quê você me trouxe aqui, Ikol?

–Na verdade esqueci, professor.

–Parece que eu também esqueci alguma coisa.

–Talvez seja um problema com o suporte de vida.

–Devemos comunicá-lo á central.

*******.

Zvar saiu do corpo em espírito, lançando-se ao espaço.

A quarenta milhões de kms de Ceres encontrou o auto planeta Analgopak-Ran, soube que os ranianos estavam em situação crítica, queimando a última reserva de energia, prontos para abandoná-lo em qualquer momento.

Eram 3.000.000 de seres que embora não passassem fome nem necessidades, viam-se perante a perspectiva de contar só com as limitadas reservas das naves, se tivessem que abandonar seu lar espacial.

O auto planeta estava em vias de desintegração, pois seu reator mássico estava ficando sem energia para sustentar o campo magnético que o mantinha coeso.

O líder Eón pretendia contatar os seres que emitiam tantos sinais de rádio do asteroide à frente...

–Logo os terão aqui – disse Zvar para si mesmo, na sua forma imaterial – isso pode vir a ser interessante.

Desentendeu-se dos ranianos e foi a Júpiter.

A viagem espiritual levou-o à frota terrestre manobrando nas imediações de Ganímedes, eriçada de armas, e à belonave onde se realizava a conferência. Foi aí que viu seu inimigo mortal: Angztlán.

Uma rápida olhada levou-o aos milkaros.

Viu o Pru-7752 e soube que era o descendente daquele milkaro, Pru-43; amigo de Angztlán.

Zvar temia os milkaros, havia temido Pru-43, que o censurara antes de partir, antes da destruição de Ran, e sem dúvida, este descendente de número 7752 deveria ser tão temível quanto o outro.

O milkaro Pru, sem dívida deveria ter herdado dos seus ancestrais o secreto terrível que infundia medo irracional em Zvar: Os Pru Atol, possuíam algo que neutralizava seus poderes, algo que era a única defesa contra os seres como ele:

a Chave de Milkar!

*******.

O diretor de Calisto, Aclep Toz 533; tinha como ajudantes duas belas (para seus padrões) jovens milkaras.

As fêmeas de silício tinham rostos delicados, embora não só isto fosse a diferencia entre machos e fêmeas do primeiro mundo de Milkar.

Seus corpos eram mais finos, suas pernas estilizadas e também possuíam pequenos seios, o que indicava que os seres de silício eram um tipo de mamíferos. (Como poderiam mamar suas crias com aquele bico córneo como o das tartarugas...? Talvez na infância esse bico fosse macio, ou talvez aparentasse ser córneo e não o fosse...?)

*******.

Pru-7752 estava sentado na mesa redonda junto ao diretor Aclep-533.

O Líder Hiperbóreo e o Barão estavam com Paco Del Puerto e alguns agricultores de Io, Calisto e Ganímedes.

Aldo e Regina com Valerión, Lúcio Cardelino, von Kruger e o vice-almirante Pires.

Estava feliz porque tudo corria bem.

Pretendia obter uma boa porção de Ganímedes para montar uma colônia, já que Io era muito instável.

Esperava ter argumentos para conseguir seus objetivos pacificamente, já que Hiperbóreos e Milkaros superavam-lhe em tecnologia e número.

Apesar da vitória contra os piratas, sabia que não poderia enfrentar os hiperbóreos, fortes e motivados. E muito menos os

milkaros, que apesar de pacifistas, tinham grande poder tecnológico.

Deveria usar a lógica, para impor seus argumentos e exigências; como se exigências não fossem.

O espírito imaterial de Zvar flutuou em torno, observando e ponderando.

Na pausa do almoço, Angztlán e Pru se reuniram em separado para conversar.

–Meus inimigos uniram-se...! Agora tenho do que me preocupar...

Zvar tentou conhecer o líder terrestre, cuja aura era muito forte. Mas, na forma imaterial não conseguia ler mentes e teve que se contentar com o exame superficial.

–Sem dúvida ele é uma encarnação viva – pensou – mas de quem?

Zvar lembrou dos seres terríveis; que conheceu no passado; mas nenhum deles parecia estar reencarnado no líder antártico. Ao ver os três juntos; preocupou-se:

–Eles sabem de minha existência e que estou acordado. Minha vantagem consiste em que ignoram que os vejo.

O invisível Zvar retornou a Ceres e ao seu corpo com o propósito de executar seu plano de dominação.

Um plano tão maquiavélico que se Fuchida o imaginasse; teria matado o sinistro ancião com suas próprias mãos.

Mas Fuchida apesar de seus conhecimentos, no pensava em Zvar, que julgava preso e ignorante de tudo, pois tinham lhe informado que uma frota de enormes naves aproximava-se escoltando um auto planeta de tamanho quase igual a Ceres.

O Governador esperava esse momento.

–Os ranianos? Tente fazer contato, Idenari.

–Acho melhor chamar o oficial de comunicações Ikol Huaski, governador.

Quando no auto planeta ouviu-se a voz de Ikol, foi um rebuliço:

–Achávamos que estavam perdidos, Analgopakin! Onde estão?

–No asteroide à frente. Fizemos novos amigos.

–Podemos ancorar?

Ikol interrogou Fuchida com o seu olhar. Este disse:

–Diga-lhes que serão bem recebidos.

–Sim senhor – com calma, Ikol explicou a situação aos seus velhos camaradas.

Quando encerrou a comunicação, disse:

–O nosso líder, Eón, virá.

–Será bem recebido – disse Fuchida – precisamos gente, por aqui.

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Continua em: A REUNIÃO DE CÚPULA (já publicado)

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O conto MEUS INIMIGOS UNIRAM-SE...! - forma parte integrante da saga inédita

Mundos Paralelos ® – Fase I - Volume II, Capítulo 18; Páginas 133 a 139

e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

sarracena.blogspot.com

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Gabriel Solís

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 12/10/2024
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