O Covil do Sith

NOS EPISÓDIOS ANTERIORES (que você não viu porque estava perdendo tempo assistindo "The Acolyte"): o mestre jedi Tarja Durgen e seu assistente (não padawan, assistente) Claest Mumdur partem em busca do mítico planeta Alikar, desaparecido há milhares de anos, após a passagem do mestre sith e autor de livros de autoajuda, Darth Beith. Seguindo a trilha do vilão, a dupla chega ao jovem planeta Palateli, impactado milhões de anos atrás por um asteroide composto basicamente por kyberita.

* * *

A rampa ventral do cruzador "Bloctha Sey" desceu até tocar na superfície poeirenta de Palateli. Usando máscaras de oxigênio, já que a atmosfera do planeta não era respirável, o mestre jedi Tarja Durgen e seu assistente Claest Mumdur desembarcaram, olhando para todos os lados. Mas não havia nenhum sinal de movimento no fundo daquela cratera, criada há milênios pela queda de um asteroide composto basicamente de kyberita.

- Sei que Darth Beith passou por aqui, mas ainda preciso descobrir a razão - murmurou o jedi, mão pousada no punho do sabre de luz. Mumdur, que o ouvia pelo rádio que integrava a máscara de oxigênio, empunhava um blaster com as duas mãos e parecia pronto para a ação. Subitamente, um ponto vermelho numa das paredes da cratera despertou sua atenção.

- Ali, mestre! - Apontou com o cano da arma.

Durgen virou-se para lá e olhou por um macrobinóculo que levara preso ao cinto.

- É uma entrada de serviço, com uma luminária iluminando o batente... é provável que uma base dos sith tenha funcionado aqui.

- E como essa lâmpada ainda está funcionando depois de milhares de anos? - Questionou apreensivo Mumdur.

- Não é uma lâmpada comum, certamente - avaliou o jedi, prendendo novamente os macrobinóculos no cinto. - Acredito que tenham usado um cristal qixoni... essa luz deve durar até o fim do Universo!

E começou a caminhar resolutamente no rumo da porta blindada, sendo relutantemente seguido pelo dalokiano.

- Mestre, acha que é seguro chegar perto dessa coisa? - Questionou pelo rádio Mumdur.

- Meus sentidos estão extraordinariamente ampliados por essa montanha de cristal kyber debaixo dos nossos pés - declarou Durgen. - Não vou tocar em nada antes de usar a Força para verificar eventuais armadilhas.

Parou a alguns metros de distância da porta escura e fechou os olhos, concentrando-se. Permaneceu assim durante alguns minutos e subitamente abriu os olhos.

- Moleza. O sistema de segurança que usaram nessa instalação não é páreo para alguém como eu - afirmou confiante o jedi, erguendo as mãos e flexionando os dedos.

Na fechadura eletrônica da porta de metal negro, a lâmpada-piloto mudou de vermelha para verde. Em seguida, a peça de metal deslizou para o lado, revelando um corredor com iluminação branca indireta. No fundo deste, havia uma outra porta de metal, cinzenta, que presumivelmente conduzia a um ambiente pressurizado.

- Vamos - comandou Durgen, fazendo um gesto de cabeça para o dalokiano. Este, contudo, não se moveu.

- Mestre... não quero questionar as suas habilidades, mas o senhor não acha que um mestre sith iria prever que o asteroide kyber iria facilitar o trabalho de qualquer jedi que quisesse entrar na base? - Questionou o dalokiano.

Durgen parou, mão no queixo, e olhou para Mumdur com os sobrolhos erguidos.

- Não sei o que o senhor está sentindo através da Força, mas eu diria que estamos quase sendo convidados a entrar nesse covil de sith - pontuou Mumdur.

- Você tem razão - admitiu finalmente o jedi. - E creio que sei o motivo pelo qual Darth Beith está facilitando as coisas para nós: caso algo desse errado, nós, ou quem quer que estivesse aqui em nosso lugar, seríamos o salvo-conduto para que ele pudesse sair de Alikar. Pelo visto, conseguimos determinar que foi mesmo o sith quem lançou o planeta em lapso temporal!

- Bom, então vamos voltar para a nave e esquecer que estivemos aqui, certo mestre? - Indagou esperançosamente o dalokiano.

Durgen franziu a testa.

- E deixar que alguma vítima inocente caia nessa armadilha insidiosa? - Questionou o jedi. - Vamos pelo menos dar uma olhada lá dentro e descobrir qual era o plano dele, antes de explodirmos tudo. Aí sim, poderemos partir com a consciência tranquila.

- Eu voto por explodir tudo sem entrar - Mumdur ergueu a mão.

- Você pode ficar aqui fora, montando guarda - Durgen condescendeu. - Eu não pretendo demorar.

- Como quiser, mestre - redarguiu Mumdur, aliviado.

O jedi passou pelo batente e a porta metálica fechou-se atrás dele. Mas foi só quando a porta interna deslizou para o lado, revelando o que havia além dela, que Durgen percebeu o tamanho do erro que havia cometido.

- [Continua em "Palavra de Sith"]