DEPENDÊNCIA E INTERDEPENDÊNCIA

No coração de uma pequena vila chamada Veridian, viviam dois homens cujas vidas eram marcadas por diferentes filosofias de vida: Caio e Dante. Eles eram amigos de infância, mas o destino os guiou por caminhos diferentes.

Caio era um homem de convicções firmes. Acreditava que cada indivíduo era o artífice de seu próprio destino. Para ele, a dependência significava aceitar que suas ações, boas ou más, eram fruto de suas próprias escolhas. Trabalhando incansavelmente, ele construiu uma pequena oficina de marcenaria, onde criava móveis que eram admirados por todos na vila. Quando cometia erros, não procurava desculpas; aceitava suas falhas e aprendia com elas. Seus sucessos eram fruto de seu suor e dedicação, e ele se orgulhava disso.

Dante, por outro lado, via o mundo através de uma lente diferente. Ele acreditava na interdependência, onde cada ação era influenciada por forças externas. Era um devoto fervoroso e creditava seus sucessos e fracassos a entidades superiores ou a outros ao seu redor. Quando algo dava errado, culpava a má sorte, a interferência de inimigos invisíveis ou até mesmo a vontade dos deuses. Seus acertos eram atribuídos às orações de sua mãe ou aos conselhos de um velho sábio. Trabalhava como agricultor, mas suas colheitas eram incertas, variando conforme as estações e sua própria disposição.

São duas ações diferentes para enfrentar a vida, pois cada indivíduo pensa da sua forma,  fazendo naquilo que acredita.

Neri Satter – Julho de 2024     CONTOS DO SCARAMOUCHE