Portais de Zelta

Era meia-noite e quinze. Estou em cima do penhasco no Planeta Zelta, no continente Elfrom, região dos gêiseres de fluons que percorrem o céu flutuando e gases etéreos decorrente dos referidos gêiseres. Estou com minha roupa de armadura cosmonauta de titânio, bem firme, com material metálico acoplado no meu corpo, enquanto eu pensava como sobrevivi na batalha do planeta vizinho Vrigal.

Parece um sonho, mas estou aqui. Sem lembranças, mas com flashes de que eu estava na nave ziguezagueando no espaço contra os Traners, naves pandemoníacas, parecendo os antigos drones na maneira que disseminavam nas táticas de manobras de batalhas espaciais. Tiros laser de todos os lados. Eu desviava dos raios fuzis da grande nave de Estação Espacial.

Foi uma catástrofe. Virei-me, vejo uma aurora boreal linda no céu de cores rosa, verde, azul e branca, como se o planeta estivesse sendo escaneado, quando escorrego ao me levantar e fico tonto, tentando me lembrar, procurando ficar consciente de tudo o que tinha acontecido.

Concentro-me e mentalmente digo ao Cosmo: - Gratidão! Gratidão por estar vivo. Respiro fundo, inspiro e expiro, umas dez vezes com os olhos fechados. Sinto o formigamento no meu corpo com a roupa de armadura cosmonauta que estou usando. Sinto uma energia dentro de mim, que começo sentir no meu plexo solar, ou seja, na minha barriga. Uno minhas mãos, uma em cima e outra embaixo, e solto sentindo a distância entre elas, e a energia das minhas mãos começa fluir, enquanto respiro mais e mais em concentração.

Imagino uma bolha de energia formando entre minhas duas mãos, quando começa sair várias faíscas e o formigamento toma conta do meu corpo. Minha percepção de poder e energia aumenta e fico na base de garça em cima do penhasco e formando uma bolha de energia que vai se plasmando com vários mini-relâmpagos até surgir uma bola azul flamejante no meio. Respiro mais e mais, até que a bolha fica totalmente materializada com o poder da energia do meu pensamento. E jogo a bolha para cima para dar um sinal na atmosfera.

Tento enxergar embaixo além dos gêiseres que observo, quando ao fundo do horizonte vejo arbustos de folhas escuras e animais pequenos parecendo lagartos de bicos finos.

Penso comigo mesmo: Estou bem? O que aconteceu na batalha dos céus de Vrigal? E aqui em Zelta? Quem poderei encontrar?

De repente no céu, surge um portal de orla de fogo e sai uma nave cápsula vindo em minha direção. Quem será? Eu procuro ficar mais concentrado e energizo de novo minhas mãos formando uma nova bolha de energia.

A nave para uns metros a minha frente flutuando, quando ela abre a parte superior. E vejo a Elzia, uma zeltana humanoide que conheci neste planeta. Ela é bonita. De cabelos longos, olhos vermelhos e pele branca rajada de bons amarelos e boca rosada. Ela está com um colan, bracelete, cotoveleria, ombreira, todos de cor preta, estilo nylon o material.

- Oi, Goulan! Sou eu, a Elzia!

- Oi, Elzia! O que faz aqui? – respondo perguntando.

- Vimos que você caiu aqui em Elfrom, com o dispositivo de sensor de reconhecimento de sua energia rastreada desde Vrigal. Eu vim te ajudar.

- Vocês quem fizeram o meu rastreamento?

- Nós, da Liga Zolar. Não se lembra que estávamos juntos na batalha contra os traners?

- Ah, sim. Lembro.

Pensei : mas eles tinham desaparecido... O que será que aconteceu?

De repente, aparece os cavaleiros negros traners de um teletransporte inesperado com suas motos espaciais. Eles usam armas de luz negra ostentando nas mãos, com seus capacetes ultrânicos, o que faz eu ficar com receio o que queriam agora, depois da batalha que eles venceram. Eram uns oito cavaleiros. Um deles se comunica conosco:

- Vocês estão cercados! Rendam-se ou serão destruídos.

Fiquei pasmo com a audácia deles naquela situação, quando acionei meu campo de força corporal e acionei minhas armas de lâminas de luz azul, Eles ficaram sobrevoando em volta de mim e Elzia resolveu fugir com a nave cápsula em velocidade ultrasônica rumo ao sul do penhasco.

Concentrei-me mais ainda com o ímpeto de lutar, quando veio o primeiro ataque, meu campo de força me protegeu, mas o segundo ataque me atordoou. Então, pulei para cima e dei um rasante no ar como caindo e os traners vieram atrás de mim, quando apareceu debaixo uma prancha voadora que veio até meus pés e comecei voar como se fosse um surfista do céu e continuei ostentando minhas armas de luz, um machado e facão circular.

Avanço a frente para eles me pegarem, quando dou um rasante cambalhota e acerto o primeiro traner com meu facão de luz. Transformo-o para uma espada e o machado de luz em uma lança e ataco de frente o segundo traner que cai da sua moto espacial, quando rodopiando ao cair, ele aciona suas botas propulsoras e sua bolsa de carga de costas se transforma também em propulsor que o faz voar no céu.

Eu desfaço minhas armas de luz com mecanismo da roupa de armadura de titânio e pego minhas pistolas laser de titânio e atiro nos demais traners. Atinjo dois que caem rumo a espaço vazio do precipício. Um outro vem me atacando com sua arma de luz negra, uma lança quando aciono também minha lança de luz azul e começamos travar um duelo no céu. Eu com minha prancha e ele com a moto espacial. Em determinado momento, aparece outro traner com a lança dele em punho para me acertar, mas eu me esquivo de lateral e cravo minha adaga de luz azul na cabeça dele. O outro traner tenta me acertar, também, com sua lança, eu aciono a espada de luz azul e travo de novo o duelo no céu até que eu o desarmo e acerto minha espada no peito dele, o qual começa entrar em circuito e explode no céu e eu rodopio para cima para não ser atingido pela explosão.

Chega mais dois traners, quando eu aciono cetro espada de luz a minha direita e um machado lança com minha mão esquerda. Ataco os dois que tentam vir para cima de mim, mas eles se esquivam e voltam me acertando um no ombro e outro na linha da minha costela. Sinto, mas minha armadura me protege. Fico em posição de base na prancha ainda com o machado lança e cetro espada com minhas mãos, quando faço movimento de ritual frontal circular que os atinjo em cheio, um no pescoço e outro no peito, o que faz eles caírem de suas motos espaciais.

Penso: até que enfim! Elzia aparece repentinamente para mim, na sua nave cápsula e diz: - Que luta, hein!!

- Pode me explicar o que está acontecendo aqui? – indago a zeltana.

- Vim aqui te resgatar, Goulan Tiphus Edorio, futuro Guerreiro Titânico do Universo.

- Que belo trabalho! Fui eu que tive de me defender dos traners e você vem me dizer que veio me resgatar?

A aurora do céu ficou mais brilhante, quando Elzia levantou suas mãos e as mexendo como se tivesse fazendo um feitiço, apareceu um novo portal de orla branca de faixas brilhantes prateada com tons cinzas e preto.

- Vamos!

- Sim, estou indo!

E adentrei no portal e me senti puxado neste buraco de minhoca junto com Elzia até chegarmos no Universo Azulcínzeo, de realidade de vários tons de cinza para dezesseis formas dimensionais, o que fazia minha consciência ficar confusa até entender que a realidade era concentrar a frente enquanto que para minha visão, havia vários espelhos nas oito direções.

Lúcio Rangel Ortiz
Enviado por Lúcio Rangel Ortiz em 31/05/2024
Código do texto: T8075773
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