A EXPERIÊNCIA
Norma deixou o laboratório apressadamente, sua empregada havia ligado informando que não estava nada bem, sua gravidez indesejada, fruto de um pai também indesejável, estava complicando a sua vida. Como sua casa ficava perto pegou o carro e se dirigiu para lá imediatamente, no que gastou uns dez minutos aproximadamente.
Leila, sua empregada de confiança, namorava um sujeito que a mantinha cativa do seu estranho modo de amar. Norma o havia visto algumas vezes, porém não ia com a cara dele, incentivava ela a deixá-lo, mas esta tinha um certo receio, sua dependência dele era clara. Encontrou-a, assim que abriu a porta, numa enorme poça de sangue, o que a deixou perplexa. Do seu ventre expeliu não uma criança normal, mas um ser com aparência estranha, porém bem parecida com um humano. Leila chorava compulsivamente, porém, depois de alguns minutos empalideceu e foi dada como morta. O pequeno ser se mexia impulsivamente, já liberto do cordão umbilical, não se sabe como, sendo colocado em uma caixa plástica devidamente higienizada.
Norma teve o ímepeto de levar aquele estranho ser para o laboratório com o fim de examiná-lo melhor. Ligou para um médico amigo seu para providências de praxe com a defunta, que veio de imediato, iniciando os procedimentos necessários. O "rebento" foi levado para o laboratório em segredo e os exames foram iniciados. A estranha criatura foi colocada numa incubadora e entregue a cientistas sob a supervisão de Norma, que era chefe do setor. Aplicado um sedativo, o recém nascido se acalmou e pareceu dormir tranqüilamente. Algumas horas se passaram e a sala foi fechada e todos saíram deixando a "criança" em repouso absoluto. Já era noite e apenas o pessoal da segurança ali permaneceu e o silêncio reinou, porém por pouco tempo, com a chegada de alguns cientistas que adentraram a sala e foram direto para o ser esquisito. Iniciaram alguns procedimentos e aplicaram uma injeção venal nele. Após alguns minutos o pequeno ser abriu os olhos e teve a tonalidade do seu corpo alterada, tornando-se meio avermelhada. Decorridos mais alguns minutos teve início uma transformação, agora aquele franzino ser começou a se avolumar em seu contexto corpóreo, dentes afiados foram vistos em sua boca e os olhos também avermelhados tal brasa, emitia raios que fulminavam qualquer objeto que estivesse na sua trajetória, ocasião em que incendiavam. Um dos cientistas foi atingido e queimado, esse não resistiu. Os outros, apavorados, bateram em retirada, momento em que foram perseguidos e alcançados por essa criatura já em forma avantajada. Também não resistiram e tiveram seus corpos carbonizados, enquanto o pessoal da segurança, sem nada poder fazer, fugia do local para preservar suas vidas.
Norma, sendo acordada por um telefonema, tratou de ir ao local mesmo sabendo do risco que iria correr. Em minutos chegou ao portão de entrada do laboratório, que se encontrava fechado. Lá dentro indícios de incêndio e destruição, além dos corpos carbonizados, apenas um dos seguranças conseguiu sobreviver, abriu o enorme portão de ferro e arrastando-se até Norma informou sobre o ocorrido. Pasma, ela não quiz acreditar, no entanto a presença ali bem próximo do ser já bem enorme fez com que acreditasse nessa realidade. Forças especiais foram acionadas e até tanques de guerra chegaram ao local prontos para eliminarem a criatura horrenda que, a essas alturas, já havia destruído metade do prédio de três andares. Tiros foram disparados na direção do agora monstro de força descomunal até que o mesmo caiu por terra. Mortalmente ferido não resistiu. Partes do seu corpo foram retiradas e levadas para análise até que se descobrisse a causa dessa transformação.