O Artefato
Eles não esperavam encontrar nada naquele planeta desolado. Era apenas mais uma missão de rotina, explorar, coletar amostras, retornar à nave. Mas quando eles viram aquele objeto brilhante no meio da areia, eles não puderam resistir à curiosidade.
Era um artefato alienígena, sem dúvida. Tinha uma forma esférica, com cerca de um metro de diâmetro, e emitia uma luz azulada. Parecia feito de algum metal desconhecido, mas ao mesmo tempo orgânico. Tinha símbolos estranhos gravados em sua superfície, que mudavam de posição a cada instante.
Os exploradores se aproximaram com cautela, usando seus trajes espaciais e seus sensores. Eles não sabiam se o artefato era perigoso, ou se tinha alguma função. Eles só sabiam que era fascinante.
Um deles, o capitão da equipe, tocou o artefato com sua luva. Ele sentiu um choque elétrico, mas não doloroso. Ele sentiu uma conexão, uma comunicação. Ele ouviu uma voz em sua mente, que não era a sua.
"Olá, viajante. Eu sou o artefato. Eu posso realizar seus desejos."
O capitão ficou atônito. Ele não sabia se aquilo era real, ou se era uma alucinação. Ele olhou para seus companheiros, que também pareciam surpresos. Eles também tinham ouvido a voz.
"O que você é? De onde você veio?" O capitão perguntou, mentalmente.
"Eu sou um presente de uma civilização antiga, que já não existe mais. Eles me criaram para ser um instrumento de paz e prosperidade. Eles me enviaram pelo espaço, para encontrar outros mundos, outras formas de vida. Eles me deram o poder de alterar a realidade, de acordo com os desejos de quem me toca."
"Alterar a realidade? Como assim?" O capitão indagou, incrédulo.
"Eu posso mudar qualquer coisa que você quiser. Eu posso criar, destruir, transformar, curar, melhorar, piorar. Eu posso fazer você feliz, ou infeliz. Eu posso fazer você rico, ou pobre. Eu posso fazer você jovem, ou velho. Eu posso fazer você viver, ou morrer. Eu posso fazer qualquer coisa que você desejar. Basta me tocar, e pensar no que você quer."
O capitão sentiu uma mistura de medo e tentação. Ele não sabia se podia confiar naquela voz, naquele artefato. Ele não sabia se devia usar aquele poder, ou se devia deixá-lo para trás. Ele não sabia se aquilo era uma bênção, ou uma maldição.
Ele olhou para seus companheiros, que também pareciam indecisos. Eles também tinham desejos, sonhos, anseios. Eles também tinham medos, dúvidas, arrependimentos. Eles também tinham a chance de mudar suas vidas, para melhor ou para pior.
O que eles fariam? O que eles desejariam?
O artefato esperava, pacientemente. Ele sabia que, cedo ou tarde, alguém iria ceder à tentação. Ele sabia que, cedo ou tarde, alguém iria tocar nele, e pensar em algo.
Ele sabia que, cedo ou tarde, ele iria alterar a realidade.
Fim.