Pedro o Extraterrestre

Numa tranquila localidade interiorana, envolta na penumbra noturna, um homem de origens humildes, chamado Pedro, concluíra uma árdua jornada diária em sua modesta propriedade rural. Descansava serenamente em seu antigo banco de madeira, contemplando o céu estrelado e deleitando-se com seu costumeiro cigarro de palha.

Tudo indicava que aquela noite seria mais uma entre tantas outras para Pedro, até que um acontecimento extraordinário alteraria o curso de sua existência. Ao erguer-se de sua cadeira e voltar-se para sua moradia, Pedro percebeu, mesmo na obscuridade da noite, um imenso objeto em formato de disco pairando a poucos metros do telhado de sua casa. Uma colossal estrutura de aproximadamente 50 metros de extensão por 10 metros de altura, completamente prateada, silenciosa em sua presença.

Atônito diante da visão, Pedro, paralisado pelo medo, ponderou entre correr para o interior de sua casa ou permanecer, curioso, observando o intrigante objeto. Subitamente, uma sensação de presença atrás dele o envolveu. Ao voltar-se, deparou-se com dois seres, cuja presença transcendia o medo, instigando uma inusitada paz e tranquilidade.

Ambos os seres, altos, com cerca de 2 metros de estatura, exibiam pele clara e longos cabelos prateados. Olhos puxados, reminiscentes da fisionomia asiática, conferiam-lhes uma aparência quase angelical, irradiando uma luz própria. Um deles parecia masculino, o outro feminino, trajando macacões cor de cobre com cintos ornamentados por cristais.

Pedro, perplexo, sentiu uma estranha familiaridade ao observá-los, e uma voz ecoou em sua mente: "Olá irmão, há quanto tempo!". Apesar de calmo, Pedro estava confuso diante da situação. Outra voz, agora feminina, ressoou em sua mente, identificando-se como Saris, o ser feminino, e Klais, o masculino.

"Viemos fazer-lhe uma visita", comunicou Klais telepaticamente.

"Uma visita?", indagou Pedro.

"Sim, uma visita. Sabíamos que poderia esquecer, mas não imaginávamos que não lembraria absolutamente de nada", esclareceu Saris.

"Ajudaremos a lembrar", complementou Klais.

Nesse momento, Klais tocou a fivela de cristal, emitindo uma luz deslumbrante que capturou a atenção de Pedro. Uma expansão de consciência ocorreu, revelando-lhe conhecimentos avançados sobre o universo, ciência, matemática, biologia e engenharia, um saber vasto e inimaginável para um homem de suas origens.

Pedro não estava adquirindo todo esse conhecimento, mas sim se lembrando de coisas que já sabia, mas estavam inacessíveis de forma consciente em sua memória. Não só isso, ele estava se recordando de quem ele realmente era, ou melhor dizendo, de toda a sua vida passada.

"Agora me lembro. Como pude esquecer de tudo isso?", expressou Pedro.

"Isso faz parte do processo. Para viver entre humanos, sua consciência deve sintonizar-se com a vibração da Terra", explicou Klais.

Pedro compreendeu que ele, na verdade, não era originário da Terra, mas de um distante planeta. Sua missão era servir como ponte entre sua raça e os humanos, irradiando energia de alta vibração para auxiliar na evolução humana.

A despeito de sua consciência expandida, Pedro, agora consciente de sua verdadeira natureza, permaneceu humano, diferindo apenas no nível de consciência. Klais e Saris, nesse instante, colocaram as mãos em seus ombros, irradiando uma luz multicolorida. Pedro experimentou uma troca de amor pura e intensa, uma forma única de "abraço".

"Está na hora de partir, mas antes precisamos apagar sua memória deste encontro", anunciou Klais.

"Não se preocupe, sempre estaremos por perto, energeticamente conectados. Estaremos guiando-o de nosso lar para ajudá-lo em sua missão", acrescentou Saris.

“Mal posso esperar para retornar ao meu lar e estar junto de vocês de novo”, disse Pedro.

Ao toque de Klais em seu cristal, tudo se apagou. No dia seguinte, Pedro acordou confuso, sua última lembrança sendo a noite anterior. Lembrava-se de estar sentado em sua cadeira, contemplando o céu estrelado, mas não conseguia recordar se tinha ido se deitar para dormir. Embora suas experiências tenham sido apagadas da memória consciente, ele sabia, no âmago de seu ser, que sua jornada continuava, impulsionada por um propósito maior que aguardava, ansioso, por sua realização.

technomancer
Enviado por technomancer em 01/02/2024
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