Monólogo Cibernético
Tenho passado um sufoco com este Smart, é assim que o chamo, mas acho que prefere ser Xodó. Apesar de ter dificuldade com o aparelho eu já estou quase domando a fera. Já até consertei o ranzinza! Lembrei da lição que me deram na Samsung:” quando começar a dar chilique, desligue tudo e reinicialize”. Adoro me comunicar com os objetos fabricados pelos homens. Cada um tem seu jeitinho. Deve ser a minha admiração pelas bruxas e alquimistas. Acho que fui tudo isso em uma vida passada. O Budismo afirma que temos várias encarnações. Eu queria que não fosse assim. Gosto mais de me imaginar na energia pura flutuando no universo. Quanta coisa para aprender! Por aqui, na terra, é mais “vale de lágrimas”.
Voltando ao assunto, o fato é que agora estou em uma nova fase com o Xodó. Vou recuperar a sua memória, limpando o excesso de fotos, vídeos, conversas. Preciso manter a sua esbeltez e leveza. É um belo objeto de desejo! Merece todo o trabalho que terei.
Sabe o que me passou pela cabeça? Acho que este desabafo parece ficção científica. Sei que é assunto polêmico. Para fechar eu e meu Xodó estamos “antenados” este nome foi introduzido no teclado pelo Android. Isto parece que vai dar bom caldo. Une máquina e homem na saga sobre nosso futuro. Só mais um interrogante que cabe aos especialistas investigar. Suspeito que o contato digital com a “inteligência artificial” do tipo Android manipula o nosso inconsciente. Podemos ter um futuro sombrio pela frente.