A ESPERADA 9 IND 14 ANOS

Caio acorda sentindo forte dor de cabeça tenta sair da cama quando nota a presença de outra pessoa.

- Oi.

- Regina, o que faz aqui?

- Eu fiquei todo tempo aqui.

- Por que?

- De certa forma eu tive culpa e........

- Não Regina, nós sabemos, os culpados são outros.

- O Natal só fez o que lhe mandaram.

- Quem?

- Olha Caio, agora tenho de ser sincera contigo, muitas coisas nunca lhe serão reveladas.

- Como assim, quer dizer que vou ser jogado feito de trouxa por todos de sua seita?

- Sei, eu não vou levar isso a sério, por favor Caio, só quero que saiba, nunca fomos uma seita.

Glória sente seu interior gelar pois lembrara remotamente em uma das crises de bebidas de Natal ter contado algo um tanto parecido sobre uma prima de sua mãe.

- O que foi garota, esta passando mau?

- Não, eu estou bem.

Felipa se adianta se despedidndo da madrinha.

- Para onde agora?

- Vamos para a avenida.

A madrinha olha para a garota com certa repreenssão mais logo assovia um garoto todo sujo de borra de carvão corre até sumir num trieiro de colonhão, logo retorna numa charrete.

- Vá com o mudinho, ele é de confiança, essa garota é doidivanas, acha, ir a pé até a avenida.

- É muito longe?

- Um bocado menina.

Andando ali pela estrada do Tibiriça, Glória ouve história e músicas que Felipa lhe diz, quase 15 minutos e estão no centro da cidade, com ajuda dos garotos e Glória, Felipa é colocada na cadeira de rodas e eles andam pela avenida sempre sendo parados por um ou outro que cumprimenta e manda recados para a mãe de Felipa por intermédio dela.

Eles andam por algumas quadras até que de longe ouvem um grande barulho de falas, risos, música alta, vários carros, bicicletas e poucas motos.

- Chegamos, ali é o trabalho da minha mãe.

- Ali?

- Sim.

Glória sente um forte ardor por dentro como que se tivesse brasas no peito e Felipa fica tão contente que grita pela mãe ainda ali do outro lado da rua.

- Mãe, oi.

A mulher sai de uma roda de mesas cheia de homens de várias idades e traz no rosto um semblante cansado que logo vai mudando a cada passo em direção a filha.

- Ficou louca, o que veio fazer aqui?

- Vim te apresentar minha amiga.

- Amiga, que amiga, pare de sandices Felipa.

- Oi, sou Glória.

A mulher olha parada ali como que se visse um fantasma a sua frente, estende a mão e cumprimenta Glória.

- Sou Nádia, prazer, olha me desculpe ser tão direta, mais você não é filha ou caso do velho Vicente?

- Não, eu não morava aqui.

- Ai que bom, por um breve eu achei que fosse, muito bonita você viu.

- Obrigada.

Nádia olha com tanta curiosidade para Glória que só depois percebe a presença dos garotos ali.

- Vejo que ja conhece o mudinho, ele é bem legal, só tome cuidado com dinheiro, ele pega e sai correndo.

- Mãe. Felipa repreende de leve Nádia que lhe sorri.

- E eu estou mentindo, outra noite deixei minha bolsa por ali e ele a visitou.

O garoto sai de perto delas e fica a olhar para o carrinho onde estão a assar espetinhos.

- Sabia, com este olhar morno já quer comer, o filho da gota.

Nádia grita ao dono que vem logo com dois pratos, um de carne e outro de acompanhentos.

- Sabia, é batata, é só vir aqui e ver minha mãe que ganho este belo banquete.

Terminado ali o sol começa a ir embora, Nádia olha com certa severidade para Felipa que entende a situação.

- Vou ficar no seu Moisés.

- Tudo bem, diga a ele que depois eu vou paga-lo.

- Certo mãe, te amo.

- Eu também minha querida.

Assim Felipa aponta uma pensão perto dali e eles seguem para lá, mudinho leva a charrete para trás desta e alimenta os cavalos e lhes dá água soltando-os.

Glória ainda querendo entender melhor tudo aquilo, por que teve ali a sua frente a mulher que deu luz a ela, a pôs no mundo mais a qual ela sabe muito pouco ou nada.

Segundo o que ouvira de Natal assim que Glória nasceu eles tiveram uma briga e a mãe foi embora.

- Por que teve de ser assim?

Sem ter a resposta ouve de Felipa que o jantar dali já esta sendo preparado.

- Felipa, quando você fica lá na sua casa, você come o quê?

- Bem, meus amigos, os pescadores e outras pessoas me levam doces, salgados, minha mãe ás vezes deixa comida pronta no fogão lá fora á lenha, sempre que posso também vou para a minha madrinha e como por lá.

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ricoafz e IONE AZ
Enviado por ricoafz em 27/11/2023
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