A Saga de Godofredo Parte II – Ele Existe!
24.09.23
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Godofredo, preocupado com Juliette, pediu para Cons. ir aos Montfort em fuga para Haguenau, saber como estavam.
Cons. instantaneamente apareceu alguns metros à frente de Guillaume, fazendo com que seu cavalo empinasse, mas não o derrubando. Viu que estavam voltando para Froard. Perguntou:
-O que aconteceu? Por que estão voltando?
-Juliette voltou sem notarmos, pois ela queria a todo custo ir com vocês – respondeu Guillaume. A baronesa tristonha disse à Cons.:
-Ela vai ser presa e guilhotinada, eu sei! Tenho esse pressentimento.
-Faz tempo que ela se separou de vocês? – perguntou Cons.
-Mais de meia hora. Notamos a pouco seu sumiço. Ela sempre foi decidida e impetuosa! –respondeu o barão.
-Fiquem aqui escondidos. O dia logo irá raiar e é perigoso continuar a fuga. Vou até Godofredo ver o que faremos. Volto com a definição – disse Cons. sumindo.
Reencontrou Godofredo e lhe disse sobre o ocorrido com Juliette.
-Essas mulheres! Só me dão trabalho – praguejou ele.
-Cons. veja se a encontra. Vá até o quartel da milícia em Nancy, talvez a tenham levado para lá. Vou esperar aqui seu contato mental – solicitou Godofredo.
Cons. voltou à invisibilidade e instantaneamente estava em Nancy, no pátio interno do quartel. A movimentação de soldados era intensa. Foi até a sala do comandante. Este conversava com um sargento:
-Muito bom Damien! Temos uma fugitiva presa para encaminhar ao general Lafayette que deve estar chegando a Linthelles. Envie um estafeta com esta carta a ele – ordenou o comandante Dreyfus.
Cons. falou mentalmente com Godofredo da prisão de Juliette. Godofredo pediu-lhe que fosse até a cela dela e dissesse que iam soltá-la. Que ficasse tranquila. Cons. questionou:
-Como vamos soltá-la? Aqui está um formigueiro de soldados. Lafayette já deve ter chegado a Linthelles e liberado os Hussardos de Milet. Logo chegarão aqui.
-Você meu caro Cons., com seus poderes fantasmagóricos é quem irá soltá-la. Confio na sua capacidade e nos seus poderes. Aliás, você é o famoso fantasma de Linthelles. Avise-me quando estiver cavalgando com ela para cá, que irei ao seu encontro. Boa sorte!
-Espero que sim.
O dia alvorecia. Cons. viu que o paiol era no porão do prédio em que estava presa Juliette. O risco de implodir todo o prédio com ela junto era grande. Teria que primeiro soltá-la.
Foi invisível até a cela de Juliette e viu que o carcereiro portava no cinto o molhe de chaves das celas, nas quais estavam vários outros presos, não sabendo se nobres ou não. Nela, pediu para Juliette se esconder em um canto escuro e ficasse quieta.
Ele chamou o carcereiro com sua voz fina e aguda. O homem se aproximou e ao vê-lo no lugar de Juliette, espantado tentou gritar. Foi impedido imediatamente por Cons. que lhe aplicou um golpe firme e forte na nuca do soldado com o cabo da sua espada, caindo no chão desacordado. Pegou as chaves, abriu a cela e tirou Juliette dela. Depois, abriu todas as demais, liberando os presos, que em multidão, desembestaram pelos corredores que davam acesso ao pátio do quartel.
Cons., invisível, foi até a estrabaria, soltou e espantou todos os cavalos cavalgando em um deles girando sua espada e fazendo sons e risadas fantasmagóricas. Os soldados ao verem aquele cavalo galopando sozinho, com uma espada girando e emitindo sons horripilantes, começaram a correr e a gritar:
-O fantasma de Linthelles está aqui!
Juliette o aguardava na saída da prisão, montou celeremente no animal e partiu desenfreadamente para se encontrar com Godofredo. Cons. o avisou que ela estava a caminho.
-Ótimo meu amigo fantasma!
O comandante Dreyfus vendo aquele caos no pátio do seu quartel, com seus soldados correndo de um lado para outro, os prisioneiros e seus cavalos fugindo, e a espada girando e gritando sozinha sobre outro animal, ficou estático e estupefato, murmurando:
-Ele existe, ele existe – com voz tremula de medo.
Cons., gostando da brincadeira, resolveu continuar com suas ações aumentando ainda mais o pavor na guarnição. Abriu os registros das caixas d’água, inundando todo o piso externo do quartel, transformando-o em um lamaçal. Colocou fogo no estábulo e no paiol, pois assim Dreyfus não teria animais e armas para segui-los. A explosão foi monumental, com um estrondo que derrubou quase que totalmente o prédio. O estrago foi enorme.
Dreyfus, apoplético, seguia dizendo:
-Ele existe! Ele existe!
Nota do Autor:
Obra ficcional, qualquer semelhança é mera coincidência.