Bate e volta para o céu

Capítulo 1 - le Jararacque

Assim que nos alistamos na Marinha Mercante, Robson(meu cuidador) , partimos do Porto de Santos deixando para trás o calor e a beleza das praias do nosso litoral Norte nas quais frequentemente fazia bate-volta sempre acompanhado de meu fiel amigo o encardido Minhoca.Na verdade o Minhoca era o único amigo que se dispunha a acordar às 5 da manhã para surfar usando o velho bom Frotinha(Uno Mille branco), da empresa que trabalhava.Eu como Representante Comercial tinha direito a um carro para efetuar as vendas,porém cada vendedor tinha uma região. Eu não poderia ser flagrado pelo vendedor da região de São Bernardo a caminho do litoral.

Com certeza se fosse flagrado o meu “colega” teria o maior prazer de me entregar para a gerência e seu tão temido gerente geral no setor de vendas à indústria cujo temido gerente Paulo Sérgio Zanocco que assinaria minha demissão no mesmo momento.O fato de trabalhar para uma empresa que vendia petróleo, além desse bate e volta,me trazia um bom status quando abordava qualquer senhorita na balada.A pergunta era clássica; - O que você faz ?

Eu vendo petróleo.

Normalmente a pobre moçoila que acreditava na minha história era brindada com um cartão.Em uma dessas invernadas, a empresa estava passando por uma reestruturação sem ter pena de funcionários que lá trabalhavam há mais de vinte anos.Em um belo dia de surf, o sol cantou mais forte do que o protetor Sundown fator 60.Nestes dias de surf ,a minha rotina habitual para não deixar marcas do crime perfeito , pelo menos até então, eu fazia sempre uma ligação pela manhã e outra no final de tarde, para saber se tinham recados dos meus clientes. Como trabalhei durante 3 anos na mesa como auxiliar de vendas , eu conhecia quase todos os truques dos representantes de venda que chegavam ao escritorio no final do dia com suas roupas impecavelmente engomadas e passadas , além do cabelo molhado, como se tivesse saído de um motel,ou seja, todos nesta empresa tentavam se divertir mesmo com todos os controles que haviam.

As vendas não dependiam dos esforços dos representantes.As carteiras de clientes comprariam de qualquer jeito nosso produto.A empresa era muito grande e nós éramos formiguinhas diante de tamanha operação. Nós oferecemos aos clientes como a Autolatina desenvolvimento de produto, ou seja,produtos que se tornavam indispensáveis aos fabricantes de peças automotivas e outros derivados do petróleo.

Certo dia o temível Zanocco deixou um recado no meu dinossauro pager para que entrasse em contato com ele imediatamente.Quando retornei a ligação a primeira pergunta que me fez e que na minha situação qualquer um menos treinado tremeria na base foi -Onde você está Confesso que já havia previsto esta situação , portanto era só seguir o protocolo mostrando firmeza nas respostas.

Estou em Parada de Taipas na Rua Cantídeo Sampaio.

O temido Zanocco deu uma ordem direta para que fosse ao escritório.Imediatamente eu pensei como conseguiria voltar para casa , tomar banho, vestir terno e gravata com um bronzeado de dar inveja à Monique Evans.Passei O pro Minhoca, o Frotinha que era quase um piloto de fuga , que garantiu para a gente uma pilotagem em tempo recorde.Chegando em minha casa meu maior problema seria esconder o bronzeado.Para isso coloquei uma camisa preta que desfizesse o bronzeado e me dirigi à sede da empresa em São Paulo , bem próximo à Avenida Paulista , maior dentro econômico da America do Sul. Para minha surpresa quando cheguei na empresa para a reunião com o Zanocco estava certo que seria demitido.Para minha surpresa havia sido promovido de cargo. Passei a ser assistente direto da gerência,posição que me rendeu aumento de salário e que me fez durar na empresa mais alguns anos.

De volta a Santos , haviamos recebido uma notícia de que uma fossa abissal em Lanzarote , Ilhas Canárias, havia sofrido um abalo sísmico de graus na escala Richter.Como o valor das passagens dos navios da Marinha Mercante eram permutados em trabalhos e afazeres para garantir bom funcionamento do navio e seus serviços, nos foi perguntado pelo agente de viagens no cais de Santos se queríamos o dinheiro de volta ou fazer a passagem no meio do Tsunami.Sem titubear Robson olhou para mim e falou “vamo nessa”. Fomos alocados em uma cabine três andares abaixo , sem que pudéssemos ter acesso a nenhum tipo de visão externa.No decorrer da viagem não notamos nenhuma situação que demonstrasse a passagem do tsunâmi.Me inscrevi ao cargo voluntário de cozinheiro já que tinha dez anos de experiência pelo Senac no Campos àgua de São Pedro.Foi então que o chefe de cozinha do barco, um hindu com 64 anos, falou se dirigindo a mim em seu inglês misturado com sotaque “Let’s gonna checki, if you can do or if you can shopi one onion and cook for filets of solid fish(um linguado).Não justificando a minha total incapacidade para desossar um filé de linguado .As facas que me foram dadas para fazer a desossa eram conhecidas pelo crew de cozinha como Ray Charles ou Stevie Wonder, ou seja , não cortaram nenhuma barra de manteiga.Voltei para minha cabine.

Chegando a minha cabine o Robson havia me dito em que todo o jantar era feito de uma forma temática e naquele dia em especial o tema era culinária espanhola.Quando chegamos no salão de refeição havia uma mesa abarrotada de tapas, mostrando e servindo os comensais com uma variedade de alimentos que integram a culinária espanhola tais como o famoso presunto cru Pata Negra , lulas fritas, rodelas de batatas, tudo regado ao melhor azeite catalunho. Do outro lado da mesa travessas forradas de gazpatio deixavam os tapas menos seco, tudo regado à famosa cava freixenet.

Sem notícias do tsunâmi e parafraseando Pero Vaz de Caminha, o marujo da tripulação esbravejou- Terra´à vista, viva general Franco!! Com a chamada todos os tripulantes se distribuiram na popa e na proa aguardando o velho general Franco atracar no Porto de Guetaria, diga-se de passagem quebravam altas ondas para nosso deleite e resignação ao mesmo tempo , pois não poderíamos surfar aquelas ondas , pois não haviam pranchas no General Franco.Desembarcando do navio eu e Robson pegamos carona num Renault 2 cilindros que mais parecia um carro do inspetor Clouseau.Nossa carona foi eficiente ate que o motor quebrasse.Passamos a pedir carona nas rodovias A1,as rodovias na Europa são classificadas por números e letras podendo dessa forma saberem em qual parada está equipada com banho e restaurante; sem contar que são highway,ou seja, não há limites de velocidade. Continuando nossa jornada após passar por vários picos fantásticos como Biarritz ,Cabreton e Hossegor ficamos chateados mas seguimos adiante fazendo uma pausa em Bordeaux para experimentar o famoso Beaujolais Nouveau, vinho que deve ser colhido no início da vindima, para que seu sabor frutado possa ser mantido como característica diferenciada .Normalmente isto ocorre em novembro .Ao chegar em Hossegor, em pleno inverno europeu havíamos planejado a viagem sempre nos valendo de uma barraca de camping já em deterioração.Ao chegar em Hossegor encontrei com a minha ex-esposa Fábia que do alto dos seus dezoito aninhos em pleno do seu vigor físico, me fez trocar o destino que há muitos anos desejava conhecer a Califórnia, como argumento principal Fábia sempre falava de uma namorada do tio dela que tinha uma casa do século dezoito na região central do Porto, a namorada do seu tio era uma portuguesa típica que ministrava aulas em Esposendi e Melgaço , portanto os papos culturais tinham grandes níveis e a professorinha passou a ser nosso guia nos orientando a lugares históricos que o turista ordinário nem sabe que existe, lugares como o Monte de Santa Tecla , na fronteira com a Espanha ou o cabo Finisterra, lugar aonde os portugueses acreditavam que o mundo acabava.O número de castelos naquela região era muito grande.Decidimos acampar de frente para um desses castelos em La Coruña.Para tanto montamos a barraca que deteriorava cada vez mais e destemido que éramos no país da antiga civilização pensamos que não haveria perigo em armar nossa barraca naquele visual maravilhoso.Com o sol à pino O curioso é que com o avançar das horas, o lugar começou a ficar cheio de faroletes , o que nos deixou apreensivos, mas o frio era tanto que não tivemos a coragem de sair para a tenda verificar o que tinha acontecido.Só conseguimos sair da tenda ao meio-dia quando o sol estava alto.Já com o sol à pino e com a quantidade de preservativos deduzimos que aquele local era frequentado por casais de namorados,que não resistiam ao visual de um castelo secular, todo iluminado. Nos dirigimos então a Catedral de Burgos onde estão enterrados os reis da Espanha e esculturas banhadas a ouro em toda a catedral.Segundo a professorinha o ouro que cobria a catedral era brasileiro.Na bolsa de Fábia , o seu amigo mais lído na viagem era o livro “O alquimista” de Pàulo Coelho. Neste livro Paulo Coelho fazia o caminho de Santiago, que era uma peregrinação como fazem os muçulmanos à Meca.a igreja de Burgos era tão grande que você precisava estar a pelo menos 200 metros longe dela para que a imagem coubesse numa fotografia.

Seguindo nossa viagem entramos em terras de rei na Espanha, localizada no Norte do País, chamada de Astúria, onde tudo é muito caro, além de ser a terra do piloto de Fórmula 1 Fernando Alonso .com alarme falso do tsunâmi o general Franco aportou em Paris etodos os tripulantes teriam de descer para ficar em terra pelo menos vinte edias até que o navio terminasse sua manutenção periódica.Foi então que eu encontrei dois brasileiros que eram donos de um Bistrô localizado no cais do porto e que servia pratos clássicos da culinária francesa. Paramos para saber como eram esses pratos e Vitório , o mais gordinho, começou a declamar o cardápio .Roti Grand-mére Canardi ao molho de bernalise sauce Gigôt dáineau entre outros regados ao melhor cabernêt sauvignon. Segundo eles as cobras eram acostumadas a ver gente e portanto nenhuma pessoa havia sido picada.

Após sobreviver ao tsunami o nosso navio atracou no porto francês; no norte da França .Chamava-se porto de Guetaria.Ao desembarcar em terra firme no porto ao norte da França chamado Guetaria, percebi que havia um quiosque com uma bandeira do Brasil; e comecei a conversar com um dos três donos -Ei amigo, o que vocês fazem aqui na França?

-Aqui é um posto avançado de reconhecimento de firma em outros atos notariais, aliás talvez você possa nos ajudar.Quando compramos este Bistrô não sabíamos que era infestado de cobras jararacas. O outro brasileiro me disse:Você não pode me ajudar; o governo francês não toma nenhuma iniciativa e eu corro risco de uma criança vir a morrer, pois no final de semana esse lugar ferve. A gente ficou famoso pela venda de um prato Roti-grand-mére, que nada mais é do que uma peça de lagarto selada no azeite e servida com molho demigras.

A fiscal da prefeitura já me autuou várias vezes,combinamos então naquele final de semana que eu iria ajudar o brasileiro.Primeiro eu usei uma técnica aprendida em um sermão de pastor da igreja Les Miserables usava nos seus cultos para atrair mais pessoas. Tratava-se pois de cobras escondidas na mão a qual o pastor enfrentava as cobras que assustavam-se com a luminosidade da cobra e iam assim embora.Mas no Le Jararacque as crianças davam mais trabalho.Quando uma das crianças encontrava uma cobra,elas achavam que era brinquedo, seguravam pelo rabo até que eram picadas, nesta hora o pai entrava em colapso e recorria aos dono para que ele orientasse o que devia fazer.Perguntou então ao brasileiro que havia desembarcado de navio se ele tinha alguma idéia para salvar a vida da pobre francesa.O brasileiro logo falou:- sabe, no Brasil eu surfava numa praia chamada Bonete. Os anciãos tinham um antídoto para a picada daquela cobra feita a base de clara de ovo batido em neve, duas colheres de sal e gelo(NÃO FAÇAM ISSO EM CASA!!). Com seu aparelhinho que havia surrupiado de uma enfermeira o brasileiro mediu a oxigenação do sangue,estava boa,e pediu que o pai fizesse uma compressa com aqueles ingredientes aplicando nos olhos.Na hora a menina sentiu um alívio, o pai agradeceu e foram embora. O Le Jararacque tinha mudado de nome recentemente em uma alusão às peçonhentas que ali viviam, o quintal do Bistrô parecia ter mais de 150 anos, incrivelmente o nome do Bistrô pegou forte e quando alguém queria falar mal de alguém ia até o Le Jararacque contando a história do seu desafeto. Na sequência, outra criança foi picada por jararaca. O soro não funcionou com essa, orientei ao pai que caso estivesse de carro pilotasse como “Alain Prost” até o próximo hospital mais perto,sem parar nos semáforos, pois aquela seria a corrida de sua vida. Neste dia havia um jornalista experimentando os bons pratos que os irmãos brasileiros faziam.O jornalista escreveu uma coluna pequena do bairro reportando tudo o que aconteceu. No dia seguinte ,uma espécie de oficial de justiça me intimou a comparecer perante a sétima vara de Paris, alertando que eu poderia ser acusado de curandeirismo,assim eu argumentei que enquanto o governo francês nada fazia, havia salvo duas vidas as quais me agradeceram muito. A fiscal francesa daquele jeito meio atabalhoada exclamava- Quem vai pagar os pedágios!!Quem vai pagar os pedágios!!

Voltando ao bistrô, os brasileiros perguntaram se não tinha uma solução definitiva para aquilo.Eis que então me recordo de um programa que assisti, ainda no Brasil, de uma ilha chamada Ilha da Queimada Grande. Somente a Marinha tem autorização para adentrar a esta ilha .Não deu outra; fiz um lança-chamas e taquei fogo no bistrô.

No primeiro dia no bistrô ,para ganhar a credibilidade dos brasileiros deixei meu cartão de crédito com um deles, após queimar o bistrô como um todo, as cobras foram embora e meu cartão foi usado para pagar os estragos.

Capítulo 2 CONVIVENDO COM ROBSON

Após doses cavalares propofol para diminuir a minha atividade cerebral,e logo começaram a aparecer as alucinações.Robson , enfermeiro diplomado, pós graduado em malandrança me chamou para que embarcássemos em um navio comercial que estava atracado no porto de Santos.No navio mercante você precisa trabalhar para pagar a sua passagem.Eu dependia muito do Robson para empurrar a minha cadeira,então descobri que toda noite havia um tema para o jantar,como fui cozinheiro durante quase dez anos, me ofereci para trabalhar na cozinha, mesmo sem estar em boa forma com as facas, aceitei o desafio que o chefe de cozinha me propôs. Ele apareceu com uma assadeira contendo um enorme linguado. Nem preciso falar que destruiu o peixe. O chefe quase me matou, se não fossem dois chineses e um indonésio que me salvaram dos cutelos voadores.Não dei certo na cozinha porquê não tentar o salão?

Quando entrei no salão descobri que o tema da festa era a Tailândia. Logo que entrei haviam dois orientais se picando com drogas, provavelmente heroína, que naquela região é muito comum. Percebi então que havia uma senhora que não parava de olhar para mim.Incrível a força do analgésico!! Ele trouxe de bem longe a juíza do direito que fiscaliza minhas atividades no cartório.Resolvi então ajudar um tatuador. Comecei ajudar as pessoas na mesa a fazer a propaganda.Mostrava para cada um a figura do Cristo que tatuei nas costelas.A cobra-rei que cobria o meu braço, curioso que sempre que falava Cobra-rei as pessoas riam como se soubessem de algo que não sabia.Outro argumento que usava era a experiência do tatuador chamado Ivo Pitangui, famoso cirurgião plástico.Toda mulher no Brasil que tinha algum dinheiro colocava silicone nos peitos com Dr. Ivo Pitangui.

Acontece que ele fez muito dinheiro e a receita federal estava atrás dele para cobrar os impostos de sua fortuna.Ivo ficou satisfeito com a minha atuação,ganhando dinheiro suficiente para encher o tanque do seu Learjet.Fui convidado por ele a conhecer uma praia aonde Ivo visitava com frequência; a famosa Barra do Sahi.Trata-se de uma pousada no meio da floresta tropical coberta de flores nativas e com uma gastronomia fora de série.

Quando o sol passou a levantar-se já era possível ouvir os motores do Learjet seguindo para destino ignorado.

Capítulo 3- Peculiaridades da enfermagem

Depois de atazanar a vida de cada enfermeira que me atendia, passei a ficar mais dócil , oferecendo casamento e uma caminhonete Raptor para cada uma. Eis que surge no meu quarto uma das enfermeiras; - Dr Rubens eu queria devolver a caminhonete pois não tenho dinheiro para pagar o IPVA.

Uma dessas ocorrências me fez perceber que levavam a sério as promessas que fazia.Um dia, não sei se era fake news, mas uma delas levou um Pastor até o quarto. Apertei a campainha para chamar a enfermeira e todas vieram ao meu encontro querendo casar.as visitas não paravam , eram amigos que não via há muito tempo.Um deles, o Zé Augusto, foi até a Uti com sua namorada e achou que estava com muita dor, foi então que sugeriu a criação de um código.Ele perguntava se doía muito e eu deveria responder que sim ou que não com o movimento do braço.A mímica parecia uma novela mexicana.Não só não deu certo como gerou em mim um dos ataques mais fortes de risada que tive na minha vida,pois lembramos daquele quadro do programa do Sílvio Santos em que uma menina ficava na cabine ,com olhos vedados,respondendo se ela dizia sim ou não.Se dissesse sim ela ganhava o brinquedo ou a bicicleta. Meu irmão do meio fazia a triagem das pessoas que poderiam me visitar

Capítulo 4- Encontro com Morgan Freeman

Num dos meus sonhos, independente de quem estiver lendo esse conto acredite ou não; encontrei no corredor do hospital um negro. Ele foi logo perguntando para mim:- Você quer descer ou subir? Incrivelmente percebi que conhecia aquela voz e lhe perguntei;- Você não é aquele ator de Holywood Morgan Freeman?

-Isso não tem a menor importância.Você queria ir para cima ou para baixo?

Respondi para cima e ele me respondeu; -Acho bom mesmo; há muito trabalho pela frente.

Perdoa a quem te deve, mas não perdoa a quem não te ama.

Senhor, eu não sou digno que entreis em tua morada mas dizeis uma palavra e serei salvo(por algum motivo estas palavras da Bíblia são as que mais gosto)

,”Agradeço por me guiar através da retidão pelos inúmeros obstáculos no meu caminho. E por me manter firme quando tudo parecia perdido.”(texto extraído do filme “O livro de Eli”)

Eu tive muita sorte de encontrar milhares de anjos que me acolheram em muitos momentos da minha vida.

Que assim seja para sempre.