Teletransporte - parte 13
— O que chegou lá do outro lado, Charles? Em Londres?
— Seu corpo, Richard! Toda sua parte material, que só dependia de átomos e moléculas!
— Está vivo? Precisamos encontrá-lo!
— Está incompleto, amigo! Um corpo sem alma!
— E eu uma alma sem corpo, não? Precisamos corrigir isto!
— Complicado! Nunca foi feito!
— Como chegamos lá? Só precisamos querer?
— Não é tão fácil assim...
Charles pensou por algum tempo.
— Temos os nossos meios de transporte. O suboceânico Leviatã, por exemplo! Mas não é tão fácil assim conseguir uma passagem...
— Precisamos tentar!
— Amigo, queríamos muito mesmo que você ficasse aqui com a gente!
— Mas eu ainda não estou realmente morto, não é mesmo? Ainda tem uma parte material minha viva por aí, de alguma forma, não é?
Charles ficou num silêncio pensativo por alguns minutos.
— Nunca aconteceu antes, amigo!!! Você estaria entrando num experimento totalmente novo! Que nunca ninguém fez, nem sabe o resultado!
— Eu sou o primeiro! Quero tentar!
— Pode ser doloroso! Angustiante! Desorientador!
— Alguém tem que fazê-lo! Eu me coloco como cobaia! Quero fazer isto!
Charles olha nos olhos do pupilo, num misto de admiração, surpresa, pena também, por que não? Chama Mauro num canto, cochichando. Parecem concordar, mas muito a contragosto.
— Vamos te levar até Londres, Richard! Pra te levar até seu corpo teletransportado! É uma boa caminhada até a estação atlântica, para tomarmos o expresso Leviatã. Está preparado?
Acenei que sim com a cabeça, e começamos a longa caminhada até o litoral.
---- continua... ----