ESPAÇONAVE ATLAS VI

ESPAÇONAVE ATLAS VI

Foi um silêncio absoluto, possível de se ouvir a respiração uns dos outros, os olhos pregados no céu, a expectativa era unânime, em um denominado céu de brigadeiro, todos estavam atentos, 10; 9; 8.....3;2;1...ignição.... sob uma gigantescas bola de fumaça e fogo partiu a nave espacial Atlas VI rumo a um planeta próximo a órbita de Júpiter, recém descoberto Morgana. Segundo as pesquisas anteriores havia a remota possibilidade de seu clima e condições de vida ser idênticos aos da terra.

Devido a enorme distância ninguém sabia dizer ao certo quantos anos demoraria essa viagem, para tal os tripulantes e passageiros foram colocados em estado de hibernação em câmaras devidamente projetadas para esse fim. Tripulantes e passageiros foram rigorosamente e metodicamente selecionados, (nossos personagens terão nomes brasileiros visando facilitar o entendimento) dentre os mais relevantes está o comandante da missão o experiente piloto major Giovani Bertolini, o capitão Antonio Cesari, a bióloga Angélica Toledo, o astrônomo José Fiorentino, a engenheira de vôo Camila Soares, o matemático João Pereira, o mecânico engenheiro Luiz Fiorucci, a mestre em química Dra. Mariana Nagumo, como profundo conhecedor de eletrônica Dr. Marcos Silveira, o técnico em comunicação e inteligência artificial o mexicano Mario Moreno. Como podemos notar além de vários passageiros também rigorasamente selecionados, havia nessa nave Atlas VI pessoas qualificadas em todas as áreas.

Decorridos poucos dias após a decolagem, tudo estava dentro do cronograma e funcionando perfeitamente. Por ter sido um lançamento de excelente qualidade o otimismo foi geral e contagiante, era indispensável que a missão Atlas fosse coroada de êxito, do seu resultado dependeria a provável sobrevivência da raça humana em virtude do nosso planeta apresentar incontáveis entraves capaz de garantir nossa sobrevivência.

Em terra os cientistas acompanhavam a trajetória da nave, eis que surge uma notícia perturbadora, algo, provavelmente um asteroide colidiu com a Atlas VI desviando ligeiramente sua rota. Na cadência dos ponteiros do relógio, após 2 horas da colisão, foi perdido totalmente o contato com a nave. Na base de lançamento o desânimo foi total, todos não poupavam esforços para corrigir a trajetória da Atlas, mas sem resultado.

No interior da nave, passageiros e tribulação permaneciam em suas câmaras de hibernação, sem que ninguém se desse conta de que estavam á deriva no infinito espaço. Decorrido algum tempo impreciso, as câmaras de hibernação iniciaram seu processo de liberação. Cada qual assumiu seu posto devidamente designado na nave. Não foi necessário muitas consultas dos instrumentos para que a engenheira de vôo Camila descobrisse que haviam se desviado da rota, Marcos o técnico em comunicação percebeu que com a colisão inesperada haviam perdido contato com nosso planeta. A antena situada do lado externo da nave tinha sido seriamente danificada. Decorridos alguns dias para que a tripulação da nave solucionasse os problemas, fizeram uma reunião e optaram por procurar no espaço infinito algum outro planeta que pudesse satisfazer as condições do planeta Morgana.

Passageiros e tripulação já não sabiam onde estavam e muito menos a quanto tempo estavam no espaço. Para amenizar a situação caótica em que se encontravam foi deliberado que três pessoas teriam de sair da nave e efetuar alguns reparos.

Ao se prepararem para a saída a engenheira de vôo Camila começou a passar mal apresentando sintomas de náusea e tontura. O matemático João Pereira ofereceu-se como voluntário para ir no ligar dela, João saiu acompanhado do engenheiro Luiz Fiorucci, e do técnico de eletrônica Marcos Silveira. Receberam instruções dos reparos a serem feitos e a advertência de que não podiam ficar fora da nave por mais de 45 minutos. Após passarem pela câmara de descompressão, a escotilha foi aberta. Todos tomavam a precaução de se manter conectado na nave por um cabo com a finalidade de se por qualquer motivo se soltassem, não seriam lançados no espaço. Além da recomendação de ficarem atentos em seus instrumentos, principalmente no indicador do tanque de oxigênio foi passada instruções dos perigos de estarem do lado de fora.

Mantendo contado com os integrantes da nave que permaneciam em seu interior em 40 minutos foram solucionados alguns problemas cruciais. Os de fora receberam instruções para retornarem para o interior da nave, os instrumentos haviam detectado que estavam em rota de colisão com uma chuva de meteoritos. Foram atingidos antes que todos pudessem entrar, sendo o matemático João Pereira quem tinha ficado para trás seu cabo se rompeu ao ser atingido por alguns fragmentos, o homem foi lançado ao espaço. O engenheiro Luiz retornou para fora da nave na tentativa de resgatar o colega, quando sua ação não foi suficiente, todos assistiram atônitos o desgarrado retirar seu capacete. Devido a descompressão imediata e temperatura muito abaixo de zero, a morte foi instantânea. Entre todos a que mais sentiu a morte do astronauta foi a Camila, em prantos Camila confessou que estava grávida do rapaz.

Estavam todos desnorteados quando várias pessoas começaram a morrer dentro da nave, ao regressarem para o interior da nave, junto com eles entrou também um parasita, os primeiros sintomas eram manchas avermelhadas, seguida de olhos amarelos e unhas escurecidas, nesse estágio ocorria parada cardíaca. Somente após a morte de dezenas, a bióloga Mariana Nagumo conseguiu neutralizar a ação desse parasita.

A animação foi geral quando em dado momento conseguiram se comunicar com o planeta Terra, a voz que ouviam era muito fraca, com muita interferência, difícil de entender com clareza o que diziam e ouviam.

Alô aqui é da espaçonave Atlas VI, alguém na escuta? Ouviram como resposta, aqui é o Dr. Nestor, vocês não podem retornar para a Terra. Camila com o Bebe nos braços, era uma menina, insistiu, - precisamos retornar estamos com muitos problemas....

Aqui é o Dr. Nestor, vocês não podem retornar, repito não retorne, desviem sua rota para algum outro planeta, vão para Morgana. Insisto precisamos retornar disse o major Giovani Bertolini. Não regressem, nosso planeta não oferece mais condições de vida, os poucos sobreviventes estão vivendo no polo norte, na parte subterrânea, as geleiras derreteram , a terra está totalmente ás escuras, a água praticamente inexistente.... mas como isso pode acontecer em tão pouco tempo. O Dr. Nestor respondeu.... quando vocês partiram eu era criança, sempre ouvia falar dessa espaçonave a Atlas VI que desapareceu, vocês estão no espaço a mais de 70 anos.

Todos ficaram incrédulos com essa revelação, passado o espanto inicial, o major Giovani Bertolini, comandante da missão, orientou a tripulação para alterar a rota desviando do nosso planeta em direção ao espaço infinito, na procura de algum lugar possível de ser habitado pelos humanos.

nestorfelini
Enviado por nestorfelini em 10/09/2022
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