Unicórnio à solta

- Daniela! Daniela!

Daniela Hermansson ergueu os olhos do estudo que iria submeter à Academia Real das Ciências da Suécia e olhou pela janela da sala de estar, onde a mãe, Oleana acenava freneticamente.

- O que foi mãe? - Indagou Daniela em tom agastado; não gostava de ser interrompida quando estava revisando artigos científicos, principalmente um daquela complexidade.

- O seu unicórnio está solto! - Exclamou Oleana, apontando para algo que estava fora do quadro de visão de Daniela.

- Mamãe, pela última vez: eu não tenho um unicórnio! - Daniela ergueu-se da poltrona, ajeitando os óculos no rosto, e assomou à janela.

A sede da fazenda estava localizada próxima a uma plantação de abóboras, e no meio delas, Daniela viu uma criatura enorme coberta de pelos escuros, com um imenso chifre negro na ponta do focinho, pastando alegremente.

Daniela virou-se para dentro da casa, e gritou exasperada:

- Joen! Alguém deixou a porteira aberta de novo! O elasmotério escapou!

- Vou ver! - Gritou uma voz de homem.

O elasmotério, recriado por engenharia genética, adorava abóboras, Daniela e seu grupo haviam descoberto. Ao menos, tinham como convencê-lo a voltar ao curral: bastava manter o cocho abastecido com a iguaria favorita...

- [08-07-2022]