Dimensões paralelas
O que é senão o mundo?
O Universo repleto de dimensões –
Constelações...
As quais o homem possui somente a ambição em alcançá-las, mas é incapaz em sua forma física.
Muitos têm relevância para conseguir tal êxito, desbravar até a quarta dimensão. Não está pautado em sua vontade. No entanto, em sua capacidade primordial para o bem. Ao modo de acrescentar algo a mais neste aprendizado que é a passagem pela Terra.
Muitos se comprometeram, mas apenas lhes restam pequenas porções de sensações e intuições.
O livre arbítrio é uma dádiva, pouco usado para o que realmente lhe compete. Aqui na Terra possuímos a triste mania de colocar as nossas falhas em nome de outro. Será que isso é o certo a se fazer?
O ser humano a cada dia se mostra incapaz para a sua total evolução caminhando ao retrocesso.
A humanidade tem dois trunfos a seu favor: A alma e sua capacidade cognitiva. Contanto, possui o terceiro elemento que pode ser crucial: O caráter. Este que em conjunto com o livre arbítrio demanda a linha do seu destino, as suas escolhas.
O que existe entre o Céu e a Terra está religado em uma conexão entre si, e jamais um paralelo. Para tudo funcionar perfeitamente deve coexistir a harmonia entre os polos. O Planeta Terra tem um papel fundamental, entretanto, está em desequilíbrio. Os seres terrenos provocam enorme desestabilização com a energia do caos, deixando a todos completamente fora do eixo.
O ápice da transmutação – Da expansão da consciência deve se realizar de maneira natural. Muitos a buscam de forma mecânica usando de engrenagens artificiais. O duelo entre o corpo e a mente é uma fórmula de combustão. Nem mesmo estamos preparados e até receosos de prosseguir para dimensões desconhecidas sem saber o que encontraremos do outro lado. Às vezes, é até confuso, pois estamos aqui e ao igual momento não! Como poderemos explicar tal experiência? Cabe a cada um de nós o respeito e a sabedoria. O indivíduo tem o direito de acreditar naquilo que lhe convém de acordo com a sua consciência. Nenhum é defensor do aprendizado máximo. A luta diária é uma gota no oceano do ensinamento. Basta estarmos atentos para obtermos ao menos uma amostra grátis. De todo o esplendor do poder benéfico da transformação da essência mística em nosso ser.
***
Em um lugar qualquer...
- Você por aqui? – Ziguy perguntou surpreso.
- Surpresa! Pensou que se livraria tão fácil assim? – Stoy o outro rapaz continuou.
Esta uma figura estranha e sombria, maquiada e trajando vestimentas negras, o contraste de Ziguy.
- Não tenho uma vida de paz! A tua sombra sempre me persegue! – Ziguy continuou.
- Lembra-se daquela vez quando crianças fiz com que olhasse o seu pobre animal de estimação sem vida? Você chorava copiosamente, e as suas emoções de tristeza me nutria. – Stoy prosseguiu.
- Pare com isso! Não quero essas lembranças! – Ziguy gritou.
- Eu sei que é angustiante. Isso é somente o começo. Eu o perseguirei por toda essa e outras vidas! – Stoy esbravejou.
- Não! Este ciclo tem que se fechar. È necessário um fim! – Ziguy lhe falou serenamente.
- Jamais conseguirá com que finalmente termine. Eu sou muito mais forte do que a sua pessoa! – Stoy se vangloriou.
- Está totalmente errado! É muito fácil vencer quando o seu oponente lhe dá essa oportunidade. Mas estou exausto com isso! – Ziguy falou ofegante.
- Só pode está de brincadeira com a minha cara! – Stoy o fulminou com o olhar.
- Não! O cansaço está se tornando maior do que qualquer tortura. Por um momento eu me acostumei com a dor... – Ziguy deu continuidade.
- Ai que bonitinho! Muito comovente! – Stoy disse debochando.
- Pare com isso! Chega! – Ziguy gritou.
Ziguy aplicou um golpe que jogou o seu adversário longe, enquanto, em sua mente pairavam lembranças da infância em que sempre se via derrotado e machucado, principalmente por dentro.
- Estou vendo que está aprendendo a se defender... Agora é a minha vez! – Stoy gritou.
- Jamais! – Ziguy gritou mais alto.
Ziguy se protegeu com um escudo invisível que desconhecia, projetando-o mentalmente.
O que Ziguy não sabia quem ele realmente era. Um ser especial moldado em luminescência o qual fazia com que os seus desejos se potencializassem. A cada vez que ele se deixava abater por seu adversário, mais energia acumulava. Pois a energia que criava em torno de si, transmutando a negatividade de seu algoz, mais ficava forte. Quando reconheceu o momento de revidar. Pouco a pouco as suas recordações se tornavam nítidas. Reconhecendo todo o caos que pairava sobre a sua vida e também com aqueles que faziam parte de seu círculo de amizades.
Não demorou muito para que aquela figura nefasta o deixasse, cansado de ter os seus golpes revidados.
- Não pense que estou satisfeito! Eu voltarei! Ou não me chamo Stoy! - Ele falou se retirando.
- Ainda é cedo! Nem comecei! – Ziguy brincou.
Stoy não se daria por vencido tão facilmente.
***
Mesmo se mantendo em alerta, prestando atenção em cada segundo no que acontecia ao seu redor, principalmente entre familiares e amigos. Ziguy não abaixava a guarda. Por mais que se enxergasse como um jovem homem na altura de seus vinte e dois anos, sentia que a história não era bem essa que lhe contavam.
“De onde sou? Por que estou aqui? Qual o motivo para tudo isso acontecer?”
Realizava perguntas para si sem nenhuma resposta plausível, apenas deduções que não faziam nenhum sentido. Porque desde sempre conviveu com aquela sensação de ser diferente dos demais, e não sabia a razão. E tinha a certeza de que era algo bom, diferente do que presenciara com o comportamento inadequado de Stoy.
- Mas por que ele me atacou daquela maneira? É algo tão surreal! – Ziguy continuou.
***
Fazia um tempo desde aquele último episódio que não se encontravam mais.
Certo dia estava em frente ao portão da faculdade acompanhado por alguns amigos, viu Stoy se aproximando.
- O que esse cara deseja por aqui? - Ziguy pensou, acompanhando-o com o olhar.
Mas Stoy o ignorou e continuou a caminhar sem esboçar alguma reação.
***
Os dias foram se passando no ambiente escolar. No entanto, Ziguy presenciava ou ficava sabendo de acontecimentos estranhos: Fofocas, confusões que até aconteciam, mas não com tamanha frequência e estragos. Naquele lugar ninguém mais se entendia. Amizades acabavam por conta de intrigas, baixo rendimento escolar. O que de alguma maneira o afetava. E sabia que precisava agir para que tudo voltasse ao normal.
Ziguy fazia as coisas ao seu jeito, organizando algo aqui e outro ali, conversando com algumas pessoas e com quem pudesse desfazer aquele novelo que tinha se tornado um verdadeiro martírio na Terra. A pressão no ambiente escolar começara a se dissipar. Mas a sua casa havia se tornado um local hostil e tinha a total certeza de que seus pais e demais familiares não eram os culpados. E sabia exatamente que Stoy tinha vindo a Terra com o único intuito de espalhar o caos e semear a discórdia o quanto pudesse impregnar as pessoas com a sua aura maligna.
Por mais que desejasse, nada poderia ser feito e armou um plano para se encontrar a sós com Stoy e saber quem mais além dele, poderia está por detrás de tudo o que acontecia.
***
Em uma noite de lua cheia, Ziguy se fez de isca para atrair Stoy até um campo de futebol mais afastado. Sabia o risco que corria, mas seria necessário.
Ziguy se colocou sentado no centro do gramado à mercê do ataque de Stoy, e abaixou a cabeça como se mostrasse indefeso. Após um tempo aguardando, sentiu a presença não somente de alguém, mas de um exército ao seu redor.
- Eu sei que seria capaz dessa covardia. De não aparecer sozinho! – Ziguy falou sem levantar a cabeça.
- Cada um tem a sua arma! As minhas são múltiplas! – Stoy falou.
- Multiplicado é a sua falta de caráter! – Ziguy disse se colocando de pé.
- Essa brincadeira está ficando interessante! – Um homem falou ao sair da sombra de Stoy.
- Não acredito! O diretor da faculdade! O senhor Gilbert! – Ziguy falou surpreso.
- Não poderia perder este espetáculo de jeito nenhum! A sua destruição! - Gilbert continuou.
- Isso não será tão fácil quanto imagina! – Ziguy o advertiu.
O diretor da faculdade era um homem franzino, com o testemunho de vida, conta que sofrera bullyng em sua vida escolar. E se aprofundou nos estudos para se tornar o que hoje é. Porém, esconde uma vida dupla – Secreta, onde deseja todo o poder de uma nação para si. E começou a sua ascensão pelo cargo da faculdade. De uma maneira justa demandaria mais tempo. Com isso juntou-se com as forças ocultas para obter com mais rapidez os objetivos. Mesmo que fosse se vender para o outro lado destruindo boa parte da humanidade. Mas primeiro teria que destruir Ziguy. Porque ele se transformaria em uma enorme pedra em seu sapato.
Os planos de Gilbert eram muito maiores do que poderíamos imaginar. Aquela pacata cidade era apenas o ponta pé inicial.
Ao mesmo tempo em que se sentia convicto por suas ações, Ziguy ainda permanecia com uma pulga atrás da orelha. Sentia-se pronto, mas em até que ponto? E qual o motivo por ser escolhido para uma missão tão importante. Muitas vidas dependiam dele. Talvez o futuro de uma cidade inteira. No entanto, qual a razão para acontecer? Sabia que direta ou indiretamente o cotidiano das pessoas estava completamente caótico, embora muitos se acostumassem com este tipo de sobrevivência, entregando-se aquele modo. Pois muitos já haviam testemunhado que alguém quando vai de encontro ao sistema é literalmente aniquilado.
Agora de pé, Ziguy é atacado por Stoy sem ao menos esperar.
- Não esperava menos de você! – Ziguy falou recuando um pouco.
No mesmo instante, vários pontos de luz começaram a parecer no céu para a surpresa de todos. As mesmas luzes faziam movimentos circulares e também aleatórios conforme a movimentação do vilão.
- Já vi que trouxe reforços! – Stoy falou ironicamente.
Ziguy observava com satisfação todo o esplendor que se formava no céu, transformando a noite em dia.
Gilbert protegido por Stoy se comportava como se estivesse amedrontado, afinal de contas nunca tinha presenciado tal avistamento.
- Como pode ser? De onde surgiram? – Gilbert esbravejava.
- Assim como o mal persiste em dilacerar as vidas de vários seres na Terra, a força do bem se torna vital para que haja o equilíbrio. E ninguém pode nem ao menos em pensamento possuir o desplante de equiparar esta potência! – Ziguy falou com firmeza.
- Estou aqui para promover o mal. Então, sinta a dor na sua própria carne! – Stoy continuou.
Ziguy levando as mãos à cabeça se agachando, contorcendo-se de dor. Em sua mente vinham frequências de ondas injetando em sua mente imagens de pessoas sendo torturadas, com peles queimadas por ferro em brasa, afogadas e sem ar em barris, dedos cortados e até mesmo guilhotinadas – Podia ouvir os sons de pescoços quebrados por meio de enforcamento. As cenas aterrorizantes faziam com que somatizasse toda a dor e sofrimento em seu próprio corpo.
- Isso não é real! – Ziguy gritou se esquivando.
Ao direcionar os punhos em direção de Stoy, saíram raios que o atingiram, assim como a maior parte de seus inimigos que o contra atacaram. Quando em simultâneo as luzes antes no céu formaram um escudo o protegendo e ao igual instante aniquilando todos que ali estavam.
A energia ao ser dissipava, Ziguy perdeu os sentidos. Ao recobra-los não estava mais no campo de futebol, o ultimo lugar que se lembrava.
- Onde estou? – Ziguy se perguntou fechando os olhos por causa da luminosidade.
- Não se levante! Precisa repousar! – Um Ser translúcido emanando Luz lhe falou sem mexer os lábios.
- Como pode ser? Que mágica é essa? Pode me ensinar? – Ziguy lhe perguntou quando se deu conta que também falava mentalmente.
O ser de Luz ao perceber lhe olhou afetuosamente.
- Onde estão as outras pessoas? Stoy... Gilbert... Eles não podem...
- Acalme-se! Tudo ficará bem! – O Ser de Luz o acalmou.
- Como? – Ziguy lhe perguntou preocupado.
- Este não foi o primeiro e nem será o último embate entre o bem e o mal...
- Mas por quê? Não pode ser! – Ziguy continuou com as perguntas.
- Enquanto, a humanidade não se der conta de todo o potencial que carrega este ciclo nunca terá fim. Haverá sim com a total destruição do Planeta. A cada árvore cortada gera um desequilíbrio na atmosfera. A Natureza e as plantas são os filtros naturais de oxigênio. Porém, os seres humanos não se atentam para esta questão. – O Ser de Luz lhe explicava calmamente.
Ziguy abaixou o olhar em demonstração de tristeza.
- As suas almas são comandadas pelo falta de caráter, na oportunidade de poder, pela abundância de ganância e ostentação. Usufruem da inteligência de maneira errada ao ponto de criarem regras em um sistema, cuja as engrenagens são feitas para escravizar aqueles que são menos favorecidos. Infelizmente isso é da natureza do homem que sempre se revoltou contra as leis do Universo. – O Ser de Luz continuou.
- Sinto muito! – Ziguy sussurrou fechando os olhos.
- O Planeta Terra não pertence somente aos humanos que o habitam. Pertence às Galáxias e a todo o Universo, principalmente ao que o olhar humano não domina. É um ponto importante! Então, pertence à todos os seres multi dimensionais, ou seja, aqueles que têm a sua morada em outras dimensões, mas que dependem do equilíbrio natural. No entanto, para enriquecerem, estão o destruindo. Se continuar neste ritmo, daqui a alguns anos com a devastação sem preservação, com as guerras e iminências de outras, o Planeta Terra entrará em colapso. Não extinguindo a existência de um planeta como também de outras dimensões. A vida de cada um depende do outro para existir. – O Ser de Luz explicava pontualmente.
Um breve silêncio.
- Assim como você, existem milhares de crianças que são despertadas por uma consciência contraditória em meio a uma sociedade em que nasce. De certa forma, elas têm como missão tocar e provocar o pensamento de pessoas que têm como propósito a devastação do ecossistema. Mas isso, também equivale do caráter e da essência de que cada indivíduo possui. – O ser de Luz lhe falou fazendo um sinal positivo com a cabeça.
- Todas alcançam os seus objetivos? – Ziguy perguntou curioso.
- Não! Como lhe falei, depende muito do caráter. E muitas crianças são incompreendidas. Em uma sociedade retrógada são tachadas como loucas. Os pais provavelmente não sabem lidar com as suas particularidades, e a grande maioria se fecha para si. Outras trabalham silenciosamente, procurando não bater de frente realizando um trabalho de formiguinha, não se importando com o tempo que leve. Mas intimamente estão fazendo a sua parte. Compreendeu? – O Ser de Luz lhe indagou.
Ziguy esboçou um sorriso de afirmação.
- De uma maneira ou de outra aquilo lhe trás satisfação reverberando uma energia positiva em si e no ambiente em que vive, às vezes, muito denso. – O Ser de Luz completou.
- É bom saber que não estamos sozinhos nesta jornada! – Ziguy exclamou satisfeito.
- Nunca esteve! Desde a sua concepção, és amparado pelos seres... Os irmãos da Luz! – O Ser de Luz lhe explicou mais uma vez.
- Sou grato e lisonjeado por tanto cuidado! – Ziguy demonstrou gratidão.
- Enquanto, há vida... Há esperança! Muitas crianças nascem todos os dias. Em número maior as despertadas pela consciência. Esta é a razão pela qual a vibração do mal ainda é tão caótica. Precisamos nos policiar para não deixar nos abater por estas frequências que tem como o intuito de nos deixar completamente ruins, para conseguir os seus vis objetivos... – O Ser de Luz o advertiu.
- Conte comigo! – Ziguy sorriu abertamente.
- Agora descanse! – O Ser de Luz reinteirou, e com um gesto sutil fez com que Ziguy adormecesse.
- Ziguy! Você não sabe o quanto é especial nesta luta! – O Ser de Luz lhe falou.
Mas ele não poderia ouvir, agora repousando em sua cama... Em seu quarto.
Um pequeno fecho de luz saiu pela janela.
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