✡ CEMITÉRIO LUNAR- fim

Com o passar do tempo a funerária Celesta Space adquiria sempre mais clientes. Na Lua já havia um grande cemitério de urnas, dos fregueses ricos, também nas estrelas. Cápsulas mais simples, destinadas aos pobres, ficavam suspensas em órbita da Terra, se amontoando com o lixo espacial, sofrendo atrito com outros objetos e espalhando o conteúdo na atmosfera.

As caixas metálicas desviadas da órbita, danificadas nas colisões, quando não explodiam, caíam para baixo. Era comum restos de ossos, dentes, caírem no mar, ou pelas cidades, junto com a chuva negra das cinzas cremadas dos mortos.

A estação espacial enviava imagens de figuras macabras, que se formavam com os ossos flutuantes no espaço.

Outras funerárias passaram a ofertar, se prontificar a fazer diamantes com as cinzas dos mortos, podendo serem usados em anéis e pingentes, em memória eterna dos finados. Como era mais econômico, a clientela do funeral espacial diminuíu, dando maior oportunidade de trabalho para joalheiros e ourives, na fabricação de joias memoriais.

Na vila Varzin, continuaram a serem registrados fenômenos paranormais. Quando na capela dos ossos, o vento balança o sino de ventos, tilintando os ossos pendurados, sempre acontece um infortúnio, tipo acidentes domésticos, doenças inexplicáveis e possessões demoníacas. O tal vulto cadavérico trajado de preto, que vagava pelo vilarejo durante a noite, recebeu o nome de Slender Man, desde que um turista o seguiu e conseguiu captar sua imagem no celular, e postou na internet, revelando sua real aparência macabra. O autor do vídeo ficou cego após algumas semanas de publicar o vídeo, e aconselha ninguém tentar encontrá-lo, nem filmar, muito menos olhar nos olhos do tal Slender Man, como ele própio fez e perdeu a visão por ter feito isso. Quem se atrever, deve usar um óculos de chumbo, única maneira de enfrentar e encarar o Slender, recomendam os feiticeiros.

✡ ✡ ✡ FIM

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