* BETELGEUSE- ARMAGEDOM- fim

Hayon inspecionava o laboratório. Nas centrífugas haviam óvulos e esperma humanos congelados, para uma possível reprodução futura. Em que parte do mundo ele se encontrava, não sabia reconhecer.

— Voces sabem o que está acontecendo lá fora, não é mesmo? Tudo está morto, nada mais existe.

— Sim, temos conhecimento, o restante podemos imaginar.

Precisamos reunir todos os sobreviventes e trazê-los para OCEANIX CITY, esse é o nosso maior propósito. Como médico o senhor deveria saber sobre os resgatadores designados nas escrituras.

Ele se afastou pensativo. Um bando de religiosos fanáticos, isso é o que eles eram. Procurou um objeto cortante, se enfiou numa saleta e cortou os pulsos, sentindo alívio vendo o sangue escorrer.

Um homem entrou com um enfermeiro, que foi cuidar dos ferimentos e estancar o sangue.

— Se o senhor queria morrer, era só pedir para um enfermeiro aplicar uma injeção de Kalium. Eutanásia é permitido para os covardes, que não sabem valorizar a dádiva da vida.

— Está certo, eu perdi a razão. Tentarei ser útil e ajudá-los no projeto Gênesis.

BONANÇA

Depois de um tempo que ninguém pode contar, robóticas, biólogos, entomologistas, biogenéticos, geólogos anunciaram finalmente a tão esperada notícia da bem aventurança:

— A camada de Ozônio começa a se formar outra vez. A natureza luta para se regenerar. A radiação reduz seus efeitos, o ar e as águas se purificam. Nossos fertilizantes hibridos aplicados mostram resultados positivos.

— Eis o momento apropriado para enviar os robôs e drones distribuírem as sementes, para o plantio. Assim enquantos os robôs cavavam sulcos, drones deixavam cair as sementes espalhando no solo. Durante três dias passou a caír uma chuva constante e fina como gotas de cristais, regando a terra.

Algumas semanas depois, os primeiros brotos verdes começaram a vingar do solo.

Um Arco-Íris riscou o céu no horizonte. As comportas das redomas geodésicas foram abertas, deixando livre nuvens de Aleluias, abelhas, borboletas, grilos, moscas, vespas, beija- flores e outras espécies de polonizadores da natureza, se espalhando pelos ares. Girafas, elefantes, tigres, leões, cavalos, cães , gatos, coelhos, galinhas, raposas, zebras, macacos também foram libertados, para povoar os campos e bosques e preservar suas espécies.

De longe vinha o zumbido das cigarras, e o canto do Rouxinol anunciando o início de uma nova era.

FIM

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